O lamento de um “desalinhado” mediático

“O meu status quo é melhor que o teu” de Carlos do Carmo Carapinha (O MacGuffin)

Num artigo de opinião publicado hoje (12/12) no jornal Público, André Freire refere-se a Maria Filomena Mónica e Pedro Lomba como «intelectuais mediáticos, alinhados com o status quo».

Não deixa de ser engraçada a forma como gente igualmente «mediática» tem a lata, entremeada com um módico de orgulho, de se auto-excluir do «circo mediático». André Freire é habitualmente convidado para programas televisivos, fóruns radiofónicos, jornadas e outros eventos, como o são Maria Filomena Mónica e Pedro Lomba. Mas, pelos vistos, segundo o próprio, a sua presença é de outro planeta.(…)

No que respeita ao «poder» (e à impia alternância PS/PSD), talvez André Freire não perceba, mas ainda vai a tempo de perceber, que tem sido o povo português, livremente, a rejeitar as balelas programáticas dos partidos da esquerda radical, apesar de difundidas em doses iguais no «circo mediático». É certo que pode sempre dizer-se que o povo é burro.

Por tudo isto, subjaz à «narrativa» de André Freire um modo levemente vitimizador e um tom marcadamente presunçoso, próprios de quem está ali em representação da nobre casta dos pensadores «não vendidos» (como ele). Se André Freire tem ideias (e vamos acreditar que sim), que as exponha e defenda, criticando mas respeitando, en passant, o espaço das que contrariam a cartilha putativamente «científica» e «desalinhada» que o inspira. Se não, não deixe de nos divertir, claro.

2 pensamentos sobre “O lamento de um “desalinhado” mediático

  1. murphy

    Talvez se trate apenas de uma questão de perspectiva… Como consumidor de media e ao contrário de A. Freire, parece-me que a representativade da esquerda mais radical no “espaço mediático”, é completamente desproporcionada em relação à sua representatividade junto do “povo”.

    Mas admito que, se vivesse na capital e nos círculos que André Freire frequenta, talvez tivesse uma perspectiva diferente…

    http://jornalismoassim.blogspot.pt/

  2. bloody mary

    “…tem sido o povo português, livremente, a rejeitar as balelas programáticas dos partidos da esquerda radical, apesar de difundidas em doses iguais no «circo mediático».” – grande mentira essa das “doses iguais”, pois a lei do funil tem tido, largamente, a primazia. A esquerdalhada e seus pontos de vista está omnipresente nos media. Os que divergem são apontados a dedo como “alinhados com o status quo”. Retomando a terminologia do post sobre o Sean Penn, “ascos de gente”!

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