A reforma do Estado
Na distinção que habitualmente se faz entre esquerda e direita, o Estado está sempre no centro. Os dois campos pouco diferem neste aspecto: os governos administram o Estado que regulamenta a vida do país. Aos cidadãos caber-lhes-á votar, decidindo se pretendem que se privilegie uns sectores esquecendo outras áreas; se oriente a vida comunitária num sentido abandonando outras vias.
Conforme anunciado na passada semana, o governo irá apresentar propostas para o corte na despesa pública de 4 mil milhões de euros. O objectivo é, ao que parece, dar início a um debate sobre a reforma do Estado. É aqui que o referido acima se torna pertinente: devido à situação de emergência em que o Estado se encontra, a vida em comunidade terá de ser feita sem a sua omnipresença.
Tal implicará que as pessoas tenham poder decisório sobre o que lhes diga directamente respeito. Um homem, uma decisão. É interessante observar como o socialismo, que não acredita no livre arbítrio dos indivíduos, fala tanto da pessoa como ente abstracto. É apreendendo esta diferença que se torna possível viver em sociedade, sem que uma entidade central defina todos os parâmetros da vida.
Diz-se que o país se está a transformar. Talvez. No entanto, enquanto a distinção na política não se fizer entre os que querem um Estado intervencionista, naturalmente endividado, e um que se cinja às suas funções nucleares, não faz sentido anteciparmos qualquer verdadeira reforma.
“que se torna possível viver em sociedade”
Sociedade? Isso não existe… Existem apenas indivíduos e famílias. Maggie dixit…
Falta tambem dizer uma coisa… Numa sociedade livre, quem desejasse viver colectivamente, digamos assim, poderia livremente faze-lo. Suponhamos que 2 milhoes de portugueses preferissem viver num sistema em que a educacao e a saude sao financiadas colectivamente; Nada os impossibilitaria de criarem e FINANCIAREM eles mesmos esse sistema. O que NAO PODERIAM FAZER seria FORCAR a participacao e financiamento desse sistema aqueles QUE NAO QUISESSEM participar. E’ o colectivismo forcado e a obrigatoriadade do mesmo que tem de deixar de existir. Seria muito bom ver os socialistas meterem as suas proprias carteiras onde tem a boca.
Conforme se prova pela historia das ultimas décadas , o estado social deve ser considerado uma função nuclear do estado, já que permite ter uma sociedade mais produtiva por via da saude , educação e s.social universais.