Não constitui grande novidade mas fica bem claro que se depender de António José Seguro fica tudo na mesma. Numa brilhante conclusão que lhe devia merecer o Nobel da Economia Ficamos a saber que, mau grado o absurdo nível da extorsão fiscal, não é despesa que é grande mas é a receita que escasseia. Dependendo dele ficaremos à espera do milagroso crescimento económico. Porventura impulsionado pelas conhecidas “políticas de crescimento” que fizeram mais pelo crescimento da dívida que da economia. Resumindo. A receita certa para nos continuarmos a afundar no lodo.
Seguro nem sequer sabe o que significam as suas próprias palavras. Quer ele repetir a receita de Sócrates, de pedir dinheiro emprestado, desta vez a juros elevadíssimos, para investir e fazer a economia crescer? Ou então, que quer ele dizer com isso? Pensar que este neerdental um dia vai ser primeiro-ministro de Portugal, até deixa uma pessoa maldisposta.
E não esquecer que na última década a economia de Portugal cresceu em média 1%. Ou seja, se nem nos tempos bons a economia crescia, como é que vamos conseguir que cresça agora em tempos maus, a não ser mudando o que está mal e que ele se recusa fazer? É mesmo atrasado mental.
Pronto já sabemos como vai acabar num ápice a austeridade ! Crescimento económico, mais tempo para a permanência da TROIKA, com juros mais baixos ( Dr. Seguro, por acaso desconhece que tal não depende de Portugal, mas sim de quem nos concedeu o empréstimo? ) é a receita proposta pelo PS !
Seguro igual a Sócrates !
Dr. Seguro, no caso da TROIKA responder que só mantém o empréstimo à taxa actual, o que faz ?
Vai pedir empréstimo a quem ?
Não seja demagogo !
Caminho Sem Ideias
Temos o governo da troika, com medidas, metas e obrigações a cumprir.
Temos o governo eleito, que se esforça , à sua maneira, com medidas para cumprir metas e obrigações.
Temos oposição, “ex-qualquer coisas”, comentadores, jornalistas, agentes de todas as áreas e idades, plenos de opiniões e nenhuma ideia quanto a medidas, metas ou obrigações a perseguir.
Páginas e páginas de jornais, horas e horas de discussões parlamentares pagas a peso de ouro pelos contribuintes, mais horas de emissões televisivas, mesas redondas ou quadradas, opiniões para todos os gostos e feitios, e no entanto, espremidas, nem uma ideia concreta nem um programa completo, consistente ou alternativo.
Retórica, retórica e mais retórica. A partidocracia tornou-se numa máquina de assalto ao orçamento do Estado, em que a retórica faz o lugar da infantaria. Como foi possível embrenhar-nos tão cegamente num novelo de tácticas de curto prazo em desfavor de objectivos de longo prazo?
Não deixa de me ocorrer a explicação Camoniana para este déjà vu da História: Dinheiro a rodo de crédito fácil e fundos (in)esgotáveis, rendimentos garantidos, em vez das especiarias e riquezas do Oriente, conduzindo ao acomodamento, ganância e esquecimento dos valores essenciais à autonomia, independência e perenidade de uma nação. E no meio da corrente caótica dos acontecimentos, um Povo “temperado com árduo sofrimento” capaz de todos os sacrifícios em defesa da “virtude justa e dura”, vai sendo arrastado num turbilhão de opiniões e clamores sem ideias, ideais ou propostas concretas de trabalho, opções, possibilidades e consequências.
Estamos longe de estarmos longe do “olho do furacão”. Mais do que nunca precisamos de que, quem tem voz sobre a multidão, use essa oportunidade para apresentar ideias , programas, soluções, alternativas concretas , consistentes e duradoiras. De preferência integradas na comunidade europeia a que todos desejamos pertencer e que queremos preservar tal como foi idealizada.
Precisamos de lideres de serviço para o futuro dos nossos filhos. Com ideias,planos, programas e orçamentos. Menos demagogia e mais compromisso e responsabilidade.Precisamos do que não estamos a ser capazes de fazer.Diz-se que muito se fez em pouco tempo , pelo menos em termos financeiros.
Infelizmente não se está a fazer o necessário e suficiente para mobilizar uma nação num caminho de reforma do Estado e da sociedade. São várias as razões dessa insuficiência, entre as quais uma manifesta incapacidade de comunicação permanente, clara, transparente, coerente e assertiva, sobre , porque chegamos aqui, como estamos, como podemos sair e, das opções de saída, qual a que vamos escolher.
Parece faltar senioridade a quem está no leme do poder, e seriedade a quem está no contrapeso da oposição.O que é uma péssima combinação de factores, sobretudo num ambiente sócio económico adverso.
Resta-nos esperar que a liderança enviesada alemã na Europa, se realinhe, com uma pequena ajuda do BCE, e do mal o menos, se não vamos por nós próprios, acabemos por sair, por arrasto, deste buraco em que os últimos quinze anos de desgovernação nos meteram.
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