“In defence of idleness”

Argumento interessante de Chris Dillow:

“Our instictive aversion to freeloaders was an evolutionary response to pre-industrial times. But it is a maladaption in our present environment, an atavistic anachronism. There is now – and there is likely to remain – a shortage of jobs. In this world, the fact that some (few?) people don’t want to work should be welcomed, as it increases the chances of getting work for those who want it. This is a good thing because involuntary unemployment is a big source of unhappiness.

What’s more, many of the few low-wage jobs that are available are of private benefit but little or even negative social value. Incentivizing people to work in call centres cold-calling people to sell them PPI compensation is not an obviously Pareto-efficient policy.

In this context, we can think of the tax and benefit system as being like an auction (pdf) in which people bid for the scarce right to work; taxes are the price we pay to buy that right.”

10 pensamentos sobre ““In defence of idleness”

  1. Carlos Guimarães Pinto

    Este argumento assume que existe um número finito de empregos, independentemente das opções de cada um, o que é errado. Trabalho gera trabalho. A disponibilidade de alguém para fazer trabalho produtivo cria oportunidades de trabalho para outros.

    Em relação aos call-centers, eles existem por algum motivo. Mesmo que 95% das pessoas se sintam incomodadas pelas chamadas, os outros 5% que acabam por comprar o produto beneficiam pela sua existência. Se não houvesse ninguém a beneficiar, ie a comprar o produto oferecido, os call centers não existiam.

  2. hcl

    Não me parece interessante. Parece-me estranho. Alguém que desistiu de encontrar alternativas à nossa sociedade de mega-estados/mega-impostos.

    Será que existe alguém que tira satisfação de montar circuitos integrados em placas 7/8h por dia?
    Será que existe alguém que tira satisfação de ser caixa de supermercado 7/8h por dia?
    etc., (milhares de exemplos).

    A maioria dos empregos não é fascinante e é (relativamente à opção ‘idle’ que se supõe dê para mínimo de casa/comida/roupa) mal pago. Qualquer trabalhador (destes empregos) provavelmente preferia ficar em casa perdendo uma percentagem do rendimento, desde que, esse rendimento reduzido fosse garantido (ir trabalhar também custa dinheiro). Não tem a ver com ter nascido ou não para trabalhar.

    Onde se arranjava voluntarios para montar os integrados ? Não é fascinante mas é indispensável. O preço do trabalho, principalmente de trabalhos chatos com baixa especialização, teria que aumentar consideravelmente (levando a um aumento em cadeia de salários=>preços=>casa/comida/roupa para ‘idles’).

    Que acontecia à recompensa do esforço, que é um valor fundamental da sociedade (mesmo quando não funciona, assume-se que existe)?

    Implica uma inversão de valores a que provavelmente nenhuma sociedade sobreviveria.

  3. “Que acontecia à recompensa do esforço, que é um valor fundamental da sociedade?”

    o hcl já respondeu no parágrafo acima – um aumento da idleness gera um aumento dos salários (que vai recompensar o esforço); no fundo a “idleness” pode ser vista como simplesmente uma alteração na posição da curva da oferta de trabalho

  4. “1.Este argumento assume que existe um número finito de empregos, independentemente das opções de cada um, o que é errado. Trabalho gera trabalho. A disponibilidade de alguém para fazer trabalho produtivo cria oportunidades de trabalho para outros.”

    Parece-me que é impossivel dizer qual é o maior efeito; dito de outra maneira, quanto mais gente estiver disposta a trabalhar como pedreiro, mais dificil será arranjar emprego como pedreiro e provavelmente mais fácil será arranjar emprego como servente ou ladrilhador; e, como escrevi, parece-me muito dificil determinar qual dos efeitos será mais forte.

  5. Paulo Pereira

    A falta de empregos pode-se resolver da mesma forma que antes : redução generalizada do horário de trabalho ou dos dias de trabalho,

    ou redução de impostos sobre as empresas de forma a aumentar a oferta e a procura ao mesmo tempo.

    Já está inventado há décadas o processo.

  6. lucklucky

    Estranha opinião vinda do PP pois aquilo que diz implica menos impressão de notas..quando perde a obsessão pelo dinheiro diz coisas de jeito . 🙂

    A facilitação da redução de horários é o que deveria ter acontecido em vez de os Governos terem estimulado o crédito para combaterem o crescente desemprego.
    Mas como precisam de receitas crescentes nunca poderiam tolerar uma manutenção da actividade.

    Esta rarefacção do trabalho é real, mas tem um lado de artificial.

    A tecnologia evolui e menos pessoas são precisas para fazer determinada coisa, dependendo do estado da tecnologia e da capacidade humana de se adaptar a esse novo estado tanto pode contribuir para uma explosão de actividade como para diminui~la.

    Porque é que é artificial? Porque nas nossas sociedades social istas a legislação laboral, fiscal e legal a actividade e criação de riqueza é fortemente penalizada.
    Punitiva mesmo.
    Sem este contexto haveria muito mais tentativas para criar algo. Talvez metade da população conseguisse ter um Iate, uma piscina.

    Como já escrevi no passado hoje poderíamos bem trabalhar 4 dias por semana. Porque é que não podemos?

    Porque elementos na sociedade influenciam o Estado – devido ao poder que este tem- para criar inúmeras leis e regras que implicam uma data de empregos.
    Note-se que disse empregos não trabalho.
    Há milhares que têm emprego mas o que fazem não é trabalho contribua para alguma coisa. Vemos por exemplo o Código Fiscal – parece um complot de revisores oficias de contas e contabilistas para terem emprego, muito emprego. Mas não é trabalho. Muito daquele emprego só existe porque se complicou. Seriam talvez precisos 1/3 ou menos com leis simples.
    Esta gente toda empregada sem trabalho é um peso que os outros têm de pagar e para isso é que ainda se tem de trabalhar 5 dias hoje.

    Outro ponto. O aumento de eficiência destrói o Estado como o conhecemos porque o Estado ao contrário da Economia Livre não aumenta a eficiência.
    Quanto custa um aluno aprender a tabuada hoje comparado com há 50 anos trás? Muito mais. E quanto custa uma TV? muito menos.

  7. Paulo Pereira

    LL,

    Eu disse redução do horário de trabalho ou redução de impostos sobre as empresas, mas bom mesmo seria os dois em conjunto.

    Aí teriamos o melhor dos dois mundos.

    Mas a malta acha que o dinheiro vem das minas !

  8. Jaques Towakí

    Não sei…mas parece-me que a primeira instância de um superávit de mão de obra remontará à revolução agrária quando um punhado de pessoas conseguiam produzir alimento suficiente para uma família alargada, tribo ou clã ou até uma aldeia. Essa mão de obra dispensada da caça e das terras terá começado a nossa longa caminhada civilizacional, científica e tecnológica. A minha avó achava que já se tinha inventado tudo que se podia inventar…eu acho que não…

  9. lucklucky

    Eu também não acho que se tenha inventado tudo. Mas com o aumento da complexidade torna-se mais difícil uma evolução constante. Os hiatos tornam-se mais longos.

    Você vê que na música, pintura a estagnação é um facto.

    Toda evolução faz gente ficar para trás. Quase todos podem vir saber conduzir, mas nem todos são bons a matemática e ou programação e ou biologia.
    A evolução deita sempre borda fora uma data de gente.

    Como o Estado toma conta entre outros da educação que não evolui desde o séc. XIX , pior cada vez mais cara, estes problemas são potenciados.

  10. Paulo Pereira

    A produtividade nos sistemas capitalistas cresce mais ou menos sempre 1,5% ao ano. Isto está comprovadissimo durante os ultimos 200 anos.

    Por isso a procura tem de crescer no minimo 1,5% ao ano para manter o mesmo nivel de emprego, ou o horário de trabalho tem de diminuir do mesmo valor todos os anos, ou uma mistura dos dois.

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