Inviabilidade do Socialismo – Um exemplo com uma Turma

Uma experiência socialista…

Um professor de economia afirmava que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira. Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: não haveria pobres e também não haveria ricos, tudo seria igualitário e “justo“.

O professor então propôs, “Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames.”

Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam “justas“.  Isto queria dizer que todos receberiam as mesmas notas, independentemente do seu resultado no teste e obviamente que ninguém chumbaria.

Isso também queria dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores…

Realizou-se então o primeiro exame.

Logo que a média do primeiro exame foi calculada, todos receberam 15 valores.

Quem estudou duramente e dedicadamente ficou indignado, pois achou que merecia mais, por outro lado os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!

Alguns gostaram outros não…

Passou-se algum tempo e realizou-se o segundo exame.

Logo que a média do primeiro exame foi calculada, todos receberam 11 valores.

Quando se tentou perceber a razão da média ter descido tanto, descobriu-se que os que não se esforçavam, estudaram ainda menos – eles estavam a contar que a média seria positiva de qualquer maneira.

Aqueles que tinham estudado com afinco no início, resolveram que eles também não deveriam trabalhar tanto já que a nota que receberiam nunca seria maior que a média das notas. Portanto, ao contrário do que tinha acontecido no primeiro exame, eles acabaram por não estudar tanto nem tão afincadamente , pois afinal nunca teriam notas acima da média.

Ninguém gostou, mas quem não se esforçou ainda ficou satisfeito.

Passou-se mais algum tempo e realizou-se o terceiro exame.

Logo que a média do primeiro exame foi calculada, todos receberam 5 valores.

As notas nunca mais atingiram os patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, a procura constante de culpados e o uso inclusive de palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.

A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e da sensação de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.

No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros. Portanto, todos os alunos chumbaram…

Todos ficaram surpreendidos, mas… Ninguém passou!

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

Desalento, mau ambiente, acusações mútuas e o chumbo foi o resultado final.

Desde o início, toda a situação condenava a experiência ao fracasso, dado o contexto.

“Quando a recompensa é grande”, disse, o professor, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas de uns sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável.”

O pensamento abaixo foi escrito por Adrian Rogers (September 12, 1931 – November 15, 2005).

“É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos. O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.

Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1984 God’s Way to Health, Wealth and Wisdom

 “You cannot legislate the poor into freedom by legislating the wealthy out of freedom. What one person receives without working for, another person must work for without receiving. The government cannot give to anybody anything that the government does not first take from somebody else.

When half of the people get the idea that they do not have to work because the other half is going to take care of them, and when the other half gets the idea that it does no good to work because somebody else is going to get what they work for, that my dear friend, is about the end of any nation. You cannot multiply wealth by dividing it.”

Original: Nota de Facebook por Governo Transparente. Facebook da iniciativa Governo Transparente.

26 pensamentos sobre “Inviabilidade do Socialismo – Um exemplo com uma Turma

  1. Antonio

    Não existe socialismo nem nunca existirá. Todas as experiencias socialistas eram totalitarismo.Os nossos socialistas adjectivam o socialismo de democratico porque sabem que em democracia, o único sistema viável, a liberdade por pouca que seja trava esse tipo de acontecimentos.

  2. jhb

    Esta indigência intelectual é o resultado de tirar aos conceitos e às ideias o seu contexto histórico…

  3. Vasco

    #2
    Pois é, o comunismo da URSS não era o VERDADEIRO comunismo porque o VERDADEIRO comunismo é BOM. Mas aqui em Portugal também não houve um VERDADEIRO fasssscismo porque o VERDADEIRO fasssscismo também é BOM.
    Faça-me o favor…

  4. Samuel

    O socialismo é, segundo Marx, a fase baixa do comunismo: cada um recebe exactamente na medida do que faz.
    O comunismo é, segundo Marx, a fase final da vida social: não há estruturas de poder, toda a gente faz o que está certo. Não é necessário dizer que, para Marx, terá de ser num estágio de quase perfeição do ser humano.
    Nem o socialismo nem o comunismo são só o que Marx fez deles; obviamente há muitas visões diferentes sobre a maneira de alcançar uma sociedade realmente justa
    Em tom de resumo, independentemente do prisma que se tenha escolhido, o exemplo que dá é estúpido, porque socialismo não é isso que tentou mostrar. Poderia eventualmente ser uma descrição de porque é que a ausência de estruturas de poder não é possível no presente (já que vocês se descrevem como liberais é capaz de vos ser útil).

  5. Sérgio

    Vamos lá ver o contexto histórico nos livros de história ou à nossa memória e vê-se alguma diferente do resultado do texto? Não!

  6. Sérgio

    Vamos lá ver o contexto histórico nos livros de história ou à nossa memória e vê-se alguma diferença com o resultado do texto? Não!

  7. Joaquim Amado Lopes

    António (1),
    “Todas as experiencias socialistas eram totalitarismo.”
    Por definição, o socialismo é totalitário uma vez que só faz sentido se fôr imposto à totalidade da população. No caso apresentado, a experiência tinha acabado rapidamente porque quem “estudou duramente e dedicadamente” teria abandonado a “comuna” antes do terceiro teste.

  8. jhb

    “Vamos lá ver o contexto histórico nos livros de história ou à nossa memória…”

    Você deve ser um dos poucos desafortunados que esteve numa turma em que as notas eram todas iguais à média das notas dos exames… Ou um dos poucos afortunados que possui esse raro e valiosíssimo livro de História no qual o Socialismo tem como origem a desigualdade das notas atribuidas nas escolas e como objectivo criar uma sociedade onde todos os alunos recebem a mesma nota, independentemente do seu aproveitamento académico…

  9. A. R

    Marx viveu sempre de expedientes: chupava do pai, chupava da mulher, chupava de Engels, nunca entrou numa fábrica e jogava forte e feio na bolsa. O seu espírito solidário até o levou a emprenhar a criada e nunca assumir a paternidade.

    Este pai santo do comunismo mostra o perfil ético médio do comuna.

  10. Exemplo interessante, mas um pouco falacioso por que os socialistas utópicos não defendiam uma repartição igual da riqueza. Defendiam algo que ainda é igualmemte inviável – que cada um contribua de acordo com as suas capacidades e cada um receba de acordo com as suas necessidades. Como as necessidades são teóricamente infinitas e as caapcidades limitadas não é preciso saber muito de lógica para deduzir que cada um ganharia em limitar as suas capacidades e exagerar as necessidades o que tornaria o socialismo ineficente e impossível, como ficou claramente demonstrado em todas experiências socialistas.

  11. pctpmrpp

    Esta história é bem elucidativa do que é o socialismo, mas existe uma outra que é bem mais explícita:

    “em 1975 estavam 2 emigrantes portugueses na Inglaterra, a trabalhar como jardineiros para um Sir, dono de um castelo com milhares de hectares de terreno e jardins. Ás tantas sai o fascita no seu RolsRoyce com motorista, e vira-se o emigrante socialista enquanto cortava as sebes: – Fascita, um dia destes hás-de ser como eu. responde o emigrante empreendedor: Não, não … um dia eu hei-de ser como ele.”

    O socialismo só serve os invejosos e os frouxos.

    Reparai nos milionários empreendedores tipo Champalimaud, Bill Gates, Salvador Caetano, e comparai a solidariedade deles para com milionários tipo árabes ou Abramovich e demais milionários Russos e tentai descobrir o que eles já gastaram com ajudas aos mais necessitados.

    Façam contas com os custos das 600 camionetas pagas (aluguer, gasoleo, portagens, almoço, lanche) aos sindicalistas e famílias para os levar na semana passada á manifestação de Lisboa, e se calhar chegam á conclusão que esse dinheiro dava para recuperar algumas empresas sem acesso ao crédito, e manter o emprego a centenas de trabalhadores. Conhecem alguma história em que os socialistas criaram riqueza ou emprego sem ser com o dinheiro dos outros?

  12. anti-praticos

    senhoir marques mendes, o senhor é relativo familiar do ex lider do psd e actual comentador?

  13. Miucha

    Olhe os verbos RCM, olhe os verbos…. Logo no primeiro parágrafo duas nódoas de seguida… Nao havia necessidade….

  14. Mário Amorim Lopes

    Esta parábola de Rogers (aconteceu mesmo?) reflecte o que acontece quando fazemos tábua rasa da sociedade — que nem socialismo. Assumir que todos valemos o mesmo. O desfecho é óbvio para qualquer realista, e prosaico para os idealistas: se retiramos os incentivos, as pessoas deixam de o fazer. Se deixamos de remunerar quem se esforça e trabalha, quem se esforça e trabalha emigra ou deixa de trabalhar e passa, à semelhança de outros, a viver à custa do Estado.

    Portanto, parece-me uma representação, ainda que redutora, bem realista do que é essa praga chamada de socialismo.

  15. Já conhecia a parábola e parece-me um bom exemplo do resultado das políticas socialistas ou, como lhe chamava um meu ex-patrão, da mediocracia, em que mandam os medianos e não vale a pena ultrapassar a mediania.
    Mas se a ideia está certa e não a discuto, ao contrário dos anteriores comentadores, tenho de me referir ao aspecto gramatical: Na frase introdutória o verbo haver é impessoal (como normalmente é). Portanto não é “não haveriam pobres e também não haveriam ricos”, mas sim “não haveria pobres e também não haveria ricos”. Não diz, com certeza: “Em Portugal hão muitos pobres”. Portanto, porque há-de usar o verbo haver no plural se escreve no condicional em vez de ser no presente? É um erro. infelizmente, muito vulgar, mesmo na TV, mesmo em membros de governos.

  16. Já agora, eu não fui tão longe como Aladdin Sane a afirmar que a palavra “haveriam” não existe. Existe, estava é mal naquela frase. Não esqueça que o verbo haver também se emprega como auxiliar para significar intenção, por exemplo em “Eu hei de fazer qualquer coisa.” Portanto, esta frase na terceira pessoa do plural do condicional será: “Eles haveriam de fazer qualquer coisa.” Não será assim?

  17. A questão é que eu copiei da fonte e o haveriam realmente não apareceu como erro, pelo que corrigi outras situações, mas deixei passar essa…
    Aliás, o texto contém outras construções que eu evitaria. Todas as outras frases estão 100% correctas?

  18. nuno granja

    O história ilustra bem o “conceito”, o que me surpreende é (ainda…) haver quem defenda o socialismo ou o comunismo.

  19. rodrigo

    qualquer semelhança entre esta parabola e o que está a acontecer no nosso país ou mesmo no nosso mundo, é patético.

    voçes podem achar outra coisa mas para mim o humanismo obriga a proporcionar um nível de rendimento minímo para sobreviver. portanto acho que – pegando no exemplo – menos nao estudando e tirando zero, os alunos deveriam ter um rendimento minímo de 1 ou 2, caso contrário morreriam.

    no terceiro país mais desigual da UE em que se assiste a uma transferencia de rendimentos de baixo e do meio para cima, apresentar esta parabola nao tem sentido. teria mais sentido se referi-se que para 1 aluno tirar sempre 20 sem estudar os restantes viam as suas notas, principalmente quem tinha negativas, a baixar. até já estou a ver a explicaçao: “este menino nao estuda. só teve 5 no teste. ter 5 ou ter 1 é o mesmo e até é uma sorte para ele nao ser retirado da turma.”

  20. Mário Amorim Lopes

    rodrigo, uma coisa é o humanismo — defende valores que todos preservamos. Penso que ninguém gosta de assistir à miséria ou à submissão da condição humana. Mas depois existe o realismo. É que para o João ou o Pedro terem 1 ou 2, alguém tem de os criar e produzir. Se 1 ou 2 Joões não produzem, a coisa até se safa taxando os outros. Se toda a sociedade acaba por fazê-lo — e é esse o desfecho do socialismo — a coisa cai e em vez de nos preocuparmos com humanismo estamos todos a plantar sementes. Obrigados pelo Estado.

    O idealismo e o romantismo são correntes filosóficas importantes, mas não nos podemos esquecer da realidade. Nunca.

  21. Paulo Pereira

    Enquanto os insurgentes não clarificarem se são a favor ou contra um sistema de ensino universal, estas parábolas não aquecem nem arrefecem.

  22. rodrigo

    mário, o realismo neste momento é que para assegurar uma rentabilidade fixa e elevada a quem tem capital desmesurado para investir, para assegurar o cumprimento de contratos com esses mesmos agentes, os restantes, com muito pouco, sao explorados e vivem abaixo das suas necessidades.
    para assegurar alguns 20, muitos tem obrigatoriamente que ter negativa. no fundo é o anti-comunismo que, como o comunismo, também vai levar muitos a deixar de se esforçarem porque nao vale a pena. os extremos sempre se tocam…

  23. Eduardo Moreira

    O grande problema dos regimes capitalistas ou socialistas é a ganância do homem que está no poder. Em qualquer um existem os privilegiados. Se todos agissem com ética e transparência essas conversas nunca aconteceriam. O homem não sabe viver, verdadeiramente em sociedade.

    Mas quando vejo, tanto um quanto outro, o Capitalismo parece ser algo bastante em linha com a Natureza. A lei da evolução, e adaptação. Quem for melhor adaptado, tiver idéias melhores ao coletivo, se torna melhor numa escala de sobrevivência e condições.

  24. Pingback: » A turma socialista

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