Vamos ser claros. O desvario em que o país mergulhou nada tem que ver com a comunicação desastrada de medidas. Nem sequer com a composição dessas medidas. A gritaria apareceu por uma única razão: toda a gente quer Estado mas ninguém o quer pagar.
Esta contradição tem duas soluções possíveis. Ou as pessoas se convencem de que têm de pagar, seja através de impostos, seja através de cortes de despesa. Ou se convencem de que este Estado não serve. Sendo que a primeira via está (manifestamente) posta de parte, só nos resta a segunda alternativa.
Essa alternativa implica termos a honestidade de reconhecer que o que nos trouxe até aqui não foi, em bom rigor, o socialismo e que não vão ser cortes de despesa (e muito menos aumentos de receita) que nos vão tirar daqui. O que nos trouxe até aqui foi o poder excessivo do Estado e, por isso, a única coisa que nos pode tirar daqui é a limitação desse poder. Defender esta ideia é uma obrigação moral que alguém tem de assumir.
Digo obrigação moral porque o défice, a dívida, o peso do Estado não são problemas orçamentais ou económicos. São problemas morais. Se queremos, por exemplo, uma sociedade solidária temos que assumir que esta não pode existir enquanto o Estado dito social nos isolar uns dos outros, enquanto o Estado dito social nos isentar da responsabilidade pelas nossas escolas, pela nossa saúde, pela nossa reforma e até da responsabilidade pelos nossos.
A liberdade é um pré-requisito da virtude e a verdadeira liberdade só existe quando podemos não só decidir mas também quando temos de enfrentar as consequências dessas decisões. Se o Estado nos impedir de viver num país em que não somos livres de fazer o que está certo, nunca saberemos o que “fazer o que está certo” significa. É por isso que o verdadeiro drama da situação que vivemos não é o desperdício de dinheiro, é o desperdício de pessoas. E não há obrigação moral maior do que evitar o desperdício de pessoas.
Isto significa que a mensagem política que este país precisa não é, como nunca foi, “neste partido/governo temos ideias muito melhores para gastar o vosso dinheiro do que naquele partido/governo”. Também não podemos limitar-nos a lutar por uma versão mais barata do Estado porque isso é garantir que, assim que houver folga, voltamos ao mesmo. Só se o Estado sair das nossas casas, das nossas empresas, dos nossos carrinhos de compras teremos alguma hipótese de voltar a endireitar o país.
Adaptando uma frase famosa do Oakeshott, defender cortes de despesa pode ser melhor do que a alternativa mas faz parte da mesma linha política. Uma linha política que deve ser abandonada, nem que seja, porque só assim conseguiremos explicar às pessoas o porquê de mudar o Estado. Só assim é possível dar um propósito substantivo aos cortes. Um propósito sem o qual não poderemos libertar-nos do canto de sereia dos almoços grátis.
Até isso acontecer, por muito que nos custe, não há realmente alternativas.
Excelente post Tomás. Falta participação popular nos grandes debates quanto ao Estado Social. É, aliás, precisamente esse mérito que eu vejo na democracia participativa que tenho defendido aqui como alternativa à democracia parlamentar que temos.
O post está “5 estrelas”, muitos parabéns, consegue ser sintético mas pôr o dedo na ferida, ou nas feridas.
Utópico. Só haverá alterações com o colapso do sistema.
Há demasiados dependentes do estado, para , voluntariamente , se efectuar uma mudança. Esses dependentes (partidos, funcionários públicos, pensionistas, RSI, empresas “amigas”) nunca concordarão (humanamente/legitimamente defendendo os seus interesses) com alterações significativas e já constituem uma percentagem significativa da população (provavelmente próximo dos 50%).
Os próprios partidos do governo (liberais????????????) têm aumentado a intervenção/regulação do estado.
A melhor situação seria um colapso (Grécia talvez) para acordar as pessoas para a gravidade da situação, e mesmo assim…….
Vou dizer quais serão as consequências da instabilidade política em Portugal, com possíveis novas eleições:
– os juros da dívida vão aumentar para todos os países
– o BCE vai-se arrepender de ter dito que comprava dívida soberana, mas já é tarde demais para recuar na palavra
– os alemães vão fazer um referendum e sair do euro
– o caos sucederá na Europa.
Se o sistema colapsar voltará a erguer-se nos mesmos moldes. Já aconteceu antes, e voltará a acontecer. Se não começarmos a abordar o problema pelo lado moral (um primeiro passo, numa sequência muito longa, admito), nunca conseguiremos ter algo diferente, e melhor, do que aquilo que temos agora.
Tomás, não me apague outra vez um post, mas tenho de concluir que anda a dormir ou de má-fé. Como é que pode generalizar dizendo “toda a gente quer mais Estado” se a manifestação da passada semana e as redes sociais estão cheias de gente que se insurge (passe a colagem falaciosa) contra o que o Estado “mama” independentemente da cor do Governo? É ser casmurro.
” O que nos trouxe até aqui foi o poder excessivo do Estado e, por isso, a única coisa que nos pode tirar daqui é a limitação desse poder. Defender esta ideia é uma obrigação moral que alguém tem de assumir.”
Ok. Só um pequeno apontamento: onde entram a crise financeira, os negócios corruptos (submarinos, sobreiros, etc.), o despesismo (as famosas “gorduras”), os negócios de estado (PPPs), a usura (expeculação com a dívida pública, despesas financeiras anuais que superam a totalidade do orçamento da Saúde, etc.) nesta cartilha de culpas? Foi o poder excessivo do Estado (??? um pouco abastracto para passar um atestado de culpabilidade pelo estado em que estamos, não acha) que provocou a crise financeira, os negócios corruptos, o despesismo, os negócios de estado (PPPs), a usura…?
Qual é a dúvida? É óbvio que sim. Pelos vistos, para não ser “abstracto” como eu, o que está a sugerir é que a solução é manter o Estado que temos mas mudar a natureza humana. Boa sorte. São comentários (legítimos) como o seu que justificam o post.
Fernando, não lhe apaguei comentário nenhum. Vai ter que ir por outra via.
As pessoas da manifestação insurgem-se contra o que o Estado mama porque acham que o que o Estado mama não lhes toca. Se trocar as PPPs (um conceito tão útil como os “ricos”) por outra despesa qualquer que lhes diga alguma coisa (ex: subsídio de desemprego) vai ver toda a gente a gritar contra os cortes de despesa.
Se fosse um bocadinho mais humilde talvez conseguisse ver isso. Assim, no plano “do que está a acontecer na sociedade portuguesa”, compreendo que seja difícil.
“(…)está a sugerir é que a solução é manter o Estado que temos mas mudar a natureza humana”
Faz uma interpretação interessante das minhas perguntas. Pensei que tinha sido claro, mas enganei-me. Reformulando: o que é o poder excessivo do Estado? Consegue concretizar. Como prova que foi o poder excessivo do Estado a colocar-nos nesta situação sócio-económica-financeira?
É claro que a mama do estado a que esta manifestação referia tinha que ver só com os salários dos políticos, os seus carros, as PPPs, etc. Não se referia aos custos de educação, da saúde, enfim, do modelo social europeu que é o que está verdadeiramente a levar os países à ruína.
Nem mais, tina. E para atacar (politicamente) esses custos não é possível dizer apenas que são demasiado altos. O argumento tem de ser mais sólido.
Mas como é que o Tomás sabe o que as pessoas (todas, ou a maioria) pensam? Parece o Louçã e o Sócrates quando dizem “os portugueses sabem bem que” e “o bem de todos só se atinge se”. Parece aqueles idealistas de esquerda quando julgam que um país se comporta seguindo o modelo que observam na sua mesa de amigos.
De humildade, portanto, não parece que me dê lições.
Muito Bem !
Eu já lhe disse várias vezes que não sei e que, mesmo que soubesse, não tenho pretensões a tentar resolver o que quer que seja com a ajuda do Estado (como é aliás evidente no meu post).
O Fernando é que, como foi à manifestação (?), anda para aí a dizer a toda a gente que sabe o que se está a passar na sociedade portuguesa e que eu e outros que não o sabem, são umas bestas. Depois eu é que ando de má fé ou a dormir…
Ó homem, um teimoso nunca teima sozinho, mas eu agora tenho que ir trabalhar. Até logo e pense mais devagar…
Esquerda = Modelo Social Europeu = Grande Peso do Estado na Economia = Sobreendividamento = Falência
“qualquer que lhes diga alguma coisa (ex: subsídio de desemprego) vai ver toda a gente a gritar contra os cortes de despesa.” Esta gente não tem mesmo sentido patriótico, Só me faltavam agora também os desempregados berrarem contra os cortes no subsídio de desemprego.
Excelente post e é precisamente a questão.
“expeculação com a dívida pública, despesas financeiras anuais que superam a totalidade do orçamento da Saúde”
Especulação? se há alguma especulação é do estado português a vender a sua dívida como se não fosse subprime desde à uns 3 ou 4 anos a fazer promessas aos investidores de resultados saíndo todas sempre erradas…
E porquê a surpresa de os juros ficarem próximos do orçamento da saúde? Não sabe que a Dívida já vai em 120% do PIB devido aos sucessivos défices? mais de 180 mil milhões de euros é a dívida listada no igcp, e não incluí a dívida de algumas EP’s que a Troika obrigou a incluir na dívida publica geral porque o seu nível de endividamento já era muito alto.
E vai ficar pior porque vária da dívida ainda deve ter sido colocada no mercado a juros baixos enquanto ainda estávamos à volta 60% do PIB. Quando for tempo de renová-la ou cá esta troika a emprestar a juros mais baixos do que o mercado ou a redução da dívida é inevitável.
@lucklucky está a dizer que não houve especulação com a dívida pública portuguesa? Que não houve muita gente à apostar rios de dinheiro na possibilidade de incumprimento da dívida pública? E que isto não teve um impacto na alta dos juros? Acredita mesmo que tudo isto está relacionado apenas com a questão da dívida pública (vede a dívida privada, por exemplo)?
Boa Tomás. O liberalismo económico em Portugal está aos poucos a tornar-se uma causa como o ambientalismo: um imperativo moral.
Defender um estado mais magro por referência ao orçamento existente é uma perspectiva tecnocrata que não põe em causa o essencial e não mobiliza o eleitorado a não ser por oposição.
Por outro lado, aqueles que defendem que o problema se resolve acabando com PPPs, corrupção ou salários de políticos sofrem de uma preocupante falta de informação. O grosso da despesa do estado são salários de professores, médicos e enfermeiros e comparticipação nos medicamentos. Outra parte importante são custos com as forças de segurança pública. A redução do défice e do stock de dívida não se faz sem cortar nestas despesas (ou aumentar impostos para as suportar), as vacas sagradas do estado social europeu.
Ninguém vencerá a batalha pela opinião pública defendendo “menos professores, médicos e polícias”.
Mas quem defender que os professores poderão continuar a ensinar desde que arranjem uma escola do sector privado ou que os médicos poderão continuar a exercer, mas que os custos com a saúde poderão/deverão ser suportados em maior parte pelos utentes ainda se safa.
Como veículo de opiniões deste espectro político o Insurgente pode ter um papel importante neste debate, mas apenas se a qualidade dos posts se mantiver a este nível. Infelizmente nem sempre é o caso.
Joshua,
“Faz uma interpretação interessante das minhas perguntas. Pensei que tinha sido claro, mas enganei-me. Reformulando: o que é o poder excessivo do Estado? Consegue concretizar. Como prova que foi o poder excessivo do Estado a colocar-nos nesta situação sócio-económica-financeira?”
Eu não preciso de provar nada. O Joshua fê-lo por mim. Diga-me qual dos problemas da lista do seu primeiro comentário existiria se não fosse o poder do Estado.
O Tomás tem razão. Se não fosse o estado nem pessoas a viver no rectângulo não haveria nenhum desses problemas. Só este pormenor das pessoas é que está a atrapalhar a nossa querida teoria. Sempre com a mania dos direitos, das opiniões socialistas, a quererem subsídios de desemprego, mais isto, mais aquilo, sem respeito pela propriedade privada. Enfim, umas piolhosas, é o que são.
“Eu não preciso de provar nada.”
Então afirma isso:
“” O que nos trouxe até aqui foi o poder excessivo do Estado e, por isso, a única coisa que nos pode tirar daqui é a limitação desse poder. Defender esta ideia é uma obrigação moral que alguém tem de assumir.””
E não quer provar. Então afirma e não consegue (provar) o que afirma quando questionado. Não será que a “obrigação moral” de defender esta ideia não passará por explicar ou/e esclarecer porque razão deve ser defendida? Desculpe, mas assim não conseguirei ficar esclarecido sobre o que é o poder excessivo do Estado e que foi o poder excessivo do Estado a colocar-nos nesta situação sócio-económica-financeira.
Mariana,
Eu aprecio muito pessoas que gostam de desconversar mas mesmo assim preferia que fosse ler o post. É precisamente por não querer viver num país onde o Estado trata as pessoas como umas piolhosas que quero que o Estado mude. Eu sei que isto é difícil de perceber para alguém que não consegue conceber um mundo onde o Estado não esteja lá a acompanhar-nos do princípio ao fim para ver se não nos perdemos pelo caminho.
Mas enfim, ao menos pode dormir sabendo que estou a fazer o (muito pouco) que posso para a salvar. É uma tarefa ingrata mas necessária.
Ó Joshua, leu o que eu escrevi? O que eu disse é que a própria lista do seu comentário incial prova o que eu afirmei. Não preciso de me dar a esse trabalho porque o Joshua já o teve.
Já para não falar que eu não preciso de lhe provar que viver em liberdade é “melhor” do que viver sem liberdade. Você é que tem que me provar o contrário. É precisamente por muita gente partir do princípio (logo, sem “provar” o que quer seja) que o Estado nos pode “melhorar” ou “resolver” que chegamos onde estamos.
Tomás, o que diz é o blá blá blá liberal do costume, repetido até à exaustão, reformulado por palavras suas. Nem dá para discutir, porque qualquer argumento que eu possa dar já foi mil vezes repetido e, em contrapartida, não espero nada de novo da sua parte. Acho apenas um pouco paradoxal o desprezo e nojo olímpicos que um grande número de liberais mostra precisamente pelos restantes indíviduos, o que para mim é mais do que suficiente para estar de pé atrás em relação ao que diz. Mas deixe lá, eu também vou fazendo o que posso para o salvar desta fúria liberal que anda por aí.
O sistema politico-economico social democrata que vigora em praticamente todos os paises desenvolvidos é o mais eficaz de longe que foi criado até ao momento na historia da humanidade.
As revoluções raramente trouxeram beneficios à generalidade da população.
Reformar o sistema actual reduzindo o peso do Estado é a via correcta, o resto são utopias que geralmente dão maus resultados.
Enfim, a parte do “blá blá blá do costume, repetido até à exaustão, reformulado por palavras suas” não há de ser exclusivo dos liberais, presumo eu. Podia dizer-lhe exactamente a memsa coisa e a conversa acabava já aqui, pelo que não percebo a utilidade desse pseudo-reparo.
De resto, desprezo e nojo? Escrevi um belo post a explicar que era precisamente por não aceitar que as pessoas sejam desprezadas e instrumentalizadas pelo Estado que quero que esse Estado mude e agora acusa-me de sentir nojo pelas pessoas? Mais uma vez, parece-me ingrato. Felizmente corro por gosto.
“O que eu disse é que a própria lista do seu comentário incial prova o que eu afirmei. Não preciso de me dar a esse trabalho porque o Joshua já o teve.”
Eis a lista: crise financeira, os negócios corruptos (submarinos, sobreiros, etc.), o despesismo (as famosas “gorduras”), os negócios de estado (PPPs), a usura (expeculação com a dívida pública, despesas financeiras anuais que superam a totalidade do orçamento da Saúde, etc.) .
O que o Tomás afirma é que esta listagem de causas prova que o poder excessivo do Estado é o culpado de tudo. Deixa ver se percebi o preguiçoso e falacioso argumento, o poder excessivo do Estado causou esta grave crise financeira (ilibando os actores financeiros), causou os negócios corruptos (ilibando os corruptos e corruptores), causou as PPP (ilibando as entidades privadas e os agentes políticos), causou a usura contra o Estado (o todo-poderoso poder excessivo do Estado especulou com a dívida do todo-poderoso poder excessivo do Estado) e causou a fome em África, acrescento. Se não queria justificar (com argumentos) a sua afirmação agradecia que tivesse avisado logo que o post em apreço era uma prosa humurística, e para não se levar a sério. Já agora, que conceito é esse de poder excessivo do Estado? Tanta letra e não explicou o seu ponto de vista, nem mesmo puxando da tal “obrigação moral” que apregoa que o deveria obrigar a defender a sua ideia. Só rindo, e mesmo assim…
“Acho apenas um pouco paradoxal o desprezo e nojo olímpicos que um grande número de liberais mostra precisamente pelos restantes indíviduos, o que para mim é mais do que suficiente para estar de pé atrás em relação ao que diz”
quem mostra um grande desprezo pelo bem estar dos indivíduos são os socialistas e a esquerda em geral, porque vez após vez a história provou que as suas teorias na prática só geram pobreza. Os países liberais, por outro lado, como UK, Australia e USA encontram-se entre os mais ricos do mundo e são aqueles para onde todos querem emigrar
Sabendo isto a esquerda ainda insiste nas suas receitas falhadas. Percebe-se que afinal não são os pobres que os preocupam mas sim os ricos que os incomodam. É a inveja que os move, que os faz querer controlar todos e acabar com os ricos, apesar de isso só provocar pobres e desemprego. E depois os outros é que são maus. Grandes hipócritas.
“o poder excessivo do Estado causou esta grave crise financeira”
pois foi. Até se chama crise da dívida soberana. E de certeza absoluta que não foram as PPPs e o BPN que causaram o sobreendivamento, senão apenas numa fração.
Joshua, estava a ver que não desabafava…
Deixando de parte, o conteúdo da lista, sim, toda ela só existe (e muita vezes foi directamente causada) graças ao poder do Estado. Para pegar num dos seus exemplos, o sector financeiro é dos (se não for o) sector mais regulado da economia. Face a isto, a sua tese é de que o Estado, o poder do Estado, não tem absolutamente nada que ver com a crise financeira e, presumo, que a solução era mais Estado, mais regulação. Isto é que é para rir.
Em alternativa, diz-me que nada disto (da sua lista) aconteceria se as pessoas não pudessem ser corrompidas, se os políticos não fossem pessoas como eu e o Joshua e, em vez disso, fossem santos. Eu acho a ideia muito bonita mas, não sendo as pessoas santas, parece-me que a única via que nos resta é retirar-lhe os poder de nos entalar a todos com os seus naturais defeitos e falhas. O Joshua, como disse na minha primeira resposta, pelos vistos acha mais exequível mudar a natureza humana e, como se isso não bastasse, usar o Estado para o fazer. Uma delícia.
É precisamente por haver muita gente como o Joshua, que acha que o poder que o Estado tem, quanto muito, peca por defeito, que o Estado e quem manda no Estado nos trouxe até esta situação.
Tomás, eu disse “porque qualquer argumento que eu possa dar já foi mil vezes repetido”, o que pode ser traduzido por blá blá blá da argumentação anti-liberal. Eu disse “um grande número”, não disse todos, em particular não disse o Tomás. Embora, confesso, acredite cada vez mais que a história do desprezo e do nojo faça parte de um padrão comum aos liberais insurgentes. A peça do Tomás, que é a única coisa que li de si, é inofensiva e, como disse, não acrescenta nada de novo. A nossa conversa já acabou. Não tenho argumentos novos nem você tem argumentos novos. Isto também nem é uma questão de argumentos. É mais uma predisposição, quase que diria emocional. Nem eu nem você vamos mudar por via da argumentação.
Tomás, continua a não responder de um forma directa e sincera às perguntas que formulei. É uma opção sua. Adiante.
Não formulei nem tento corroborar nenhuma tese (leu algo que indicava que eu estava a desculpabilizar o Estado? Apenas friso que ele não é o todo-poderoso culpado da crise. Há outros agentes, e com uma quota parte bem superior). O meu primeiro comentário destacava um ponto que o seu texto não o fez, nomeadamente, centralizar as culpas no conceito obtuso de poder excessivo do Estado (qual é o limite? excessivo porquê? o que é o poder do Estado?) não incluindo as causas.
Inverter os meus argumentos, especulando, não é uma boa forma de esclarecer. Vejamos, afirmou no texto que, e cito, “o que nos trouxe até aqui foi o poder excessivo do Estado”. Na minha primeira intervenção perguntei se as causas que atrás listei não tinham influência no estado a que chegamos. Você rodopia e volta a culpar este conceito tão abstracto do poder excessivo do Estado. Como não concretiza, especula. Deu um laivo do que pensa ao indicar que o sector financeiro é dos (se não for o) sector mais regulado da economia. Sim, e? Mesmo sendo o mais regulado permitiu (tantos casos, LIBOR, Lehman, CDS, etc.), e é opinião unânime, que diabrices de uns agentes deste sector colocaram a economia mundial num fosso. Lembra-se das declarações no G-20 a fazer juras de regular o comportamento abusivo do sector financeiro? Pois bem, você volta a redopiar e a culpar o omnipresente e abstracto poder excessivo do Estado.
“(…)pelos vistos acha mais exequível mudar a natureza humana”
Bem, acho interessante como conclui isso. Nunca o referi, nem directa nem indirectamente. Mas é recorrente, em certas discussões, neoliberais usaram a inevitabilidade da natureza humana (o que é, tão agarrados que estão a abstraccionismos). Pois bem, já que falou deste disserto: se viemos ao mundo com certas ideias inatas (Platão, Descartes), se somos uma folha em branco que é preenchida na sociedade (Locke, Condillac), se se nasce naturalmente bom (Rousseau), ou o caso contrário (Hobbes), então se há uma combinação de todos (Kant, Krause). Pois bem, parece que escolheu a sua. Eu ainda não escolhi a minha condição.
“É precisamente por haver muita gente como o Joshua, que acha que o poder que o Estado tem, quanto muito, peca por defeito, que o Estado e quem manda no Estado nos trouxe até esta situação.”
Lá está generalizações, interpretações telepáticas (como sabe o que eu penso sobre o assunto?) e um cheirinho de demagogia. Reparo que já adicionou mais um componente de culpabilização de tudo e mais alguma coisa. Agora é o Estado e quem manda do Estado. Um avanço. No entanto, continua a não saber o que é isto do poder excessivo do Estado e a sua relação directa (demonstração?) com a actual situação. O Estado é omnipotente, logo tudo pode, menos resolver assuntos económico-financeiros. Como diria o José Mário Branco, concretize, filho, concretize. Se não, não chegamos lá.
E aqui está, em grande estilo, como se substitui o debate de ideias por uma série de cuspidelas para o ar.
Não me parece que este post mostre desprezo por quem quer que seja. Talvez demonstre pouca fé na natureza humana, mas admito que só quem não convive com Homo Sapiens é que assume que os homens se comportam normalmente bem, em vez de admitir a possibilidade de falhas.
Joshua, os vários exemplos dados são todos exemplos em que o estado teve intervenção. Substitua a palavra “poder” por “presença” e penso que o assunto fica arrumado. Já agora, o Estado tem uma série de deveres que, na esfera pública, são a justificação dos poderes que tem. Não se pode prever o dever do Estado prestar cuidados de saúde sem prever o poder de cobrar impostos para financiar esse serviço e o poder de regular o sector.
Também não se pode exigir o direito das populações do interior de terem acessos gratuitos por auto-estrada sem em simultâneo dar o poder de cobrar impostos para pagar a construção e manutenção da estrada. O que se passou com as PPP foi precisamente que se as populações exigiram um direito, criando o dever do lado do estado de prestar o serviço, mas nunca quiseram assumir que isso resultaria em atribuir mais poder ao Estado… particularmente o de levantar novos impostos.
Vamos mas é copiar a Suécia a Dinamarca e a Suiças, grandes exemplos de paises pequenos com regimes sociais democratas ricos !
“@lucklucky está a dizer que não houve especulação com a dívida pública portuguesa? Que não houve muita gente à apostar rios de dinheiro na possibilidade de incumprimento da dívida pública? E que isto não teve um impacto na alta dos juros? Acredita mesmo que tudo isto está relacionado apenas com a questão da dívida pública (vede a dívida privada, por exemplo)?”
Você deve estar a gozar ou tem uma moral muito enviesada. O que é que o facto que eu achar que um país vai falir é imoral e investir de acordo. Pelo contrário é ético.
Estou a salvar esse país de cavar buraco ainda mais fundo. Estou a impedi-lo de ter mais dívida.
É pena que a especulação como você lhe chama contra Portugal não tenha começado muito mais cedo. Não estaríamos num buraco tão fundo.
E se você estivesse um pouco informado saberia que o próprio estado português e a segurança social fizeram hedging também meteram um bocado pequeno do seu bolo na aposta da falência do estado.
“Foi o poder excessivo do Estado (??? um pouco abastracto para passar um atestado de culpabilidade pelo estado em que estamos, não acha) que provocou a crise financeira, os negócios corruptos, o despesismo, os negócios de estado (PPPs), a usura…?”
Já começo a duvidar que você está sequer a fazer um esforço para pensar.
Porque é que julga que o Estado nos pode endividar 120% é porque tem Poder para isso, No Chile por exemplo não tem, o défice é requerido estar entre superavite e 0,5% com excepção para casos especiais que necessita de obrigatoriamente de ser compensada nos anos subsequentes, por isso é que a dívida publica anda entre os 10 e 20%. Portugal também se cumprisse o que acordou 3% de défice e 60% de dívida também não teria grandes problemas, mas para isso é preciso auto controlo algo que o Regime Social-populista não tem.
E porque é que o Estado “só” nos endividou a 120% quando se os impostos tivessem ficado constantes seria muito mais -aqui a igualdade já não interessa às incongruentes abencerragens do TC que julgam em causa própria-. Porque o Estado tem poder total para aumentar os impostos ou taxas que quiser e sem limites. É o poder de fazer o que quiser ao dinheiro dos outros que provocou a crise. Tem poder para exportar a dívida das PPP para décadas a frente, tem poder para esconder dívida e diminuir artificialmente o défice vendendo prédios do estado a empresas do estado…tem poder para dizer votem em mim tiramos a B para dar a vocês.
@lucklucky, você está completamente intoxicado. Antropomorfia o Estado (O Estado faz isso, o Estado faz aquilo, o Estado come, o Estado dorme, etc.) e tem um discurso delirante. Destaco só estas tiradas:
O que é que o facto que eu achar que um país vai falir é imoral e investir de acordo. Pelo contrário é ético.
Estou a salvar esse país de cavar buraco ainda mais fundo. Estou a impedi-lo de ter mais dívida..
Sim, especular (no seguro de risco e na dívida) até falir um país é sem dúvida um favor para este. Concordo.
E se você estivesse um pouco informado saberia que o próprio estado português e a segurança social fizeram hedging também meteram um bocado pequeno do seu bolo na aposta da falência do estado.
É o desespero, não foi pelos lucros com certeza. Além do mais tiveram perdas consideráveis. E as empresas “Metro do Porto”, já sabe o que fizeram com a dívida. Que desgraça. Mesmo assim apoio-o no seu raciocínio, continue.
Portugal também se cumprisse o que acordou 3% de défice e 60% de dívida também não teria grandes problemas, mas para isso é preciso auto controlo algo que o Regime Social-populista não tem.
Que susto. Pensei que ia dar o exemplo da Alemanha. Portugal tem de ser tão cumpridor como a Alemanha. Sem dúvida, e está a sê-lo.
É o poder de fazer o que quiser ao dinheiro dos outros que provocou a crise.
Exactamente, eu sempre tive a perspectiva que o dinheiro que era aposta, reciclado e martelado na alta roda financeira era dinheiro dos contribuintes. De facto, como todos nós sabemos, o dinheiro é algo finito e convertível em algo físico. Apoio.
…
Bem tenho que jantar. Inté
Hayek fala sobre moral… http://www.anarcocapitalista.com/HayekMoral.htm
leio muitos destes comentários e convenço-me que um dos grandes problemas do discurso – que se pretende – politico é a utilização de conceitos sem se explicitar o seu conteúdo. Devido a diabolização que a dita esquerda tem feito de certos conceitos, eles já perderam o seu significado, correspondendo a qualquer coisa que não aquilo que era de facto o seu sentido ! Conceitos como “democracia”, “liberal”, “neoliberal” “capitalismo” são dos mais castigados nesta contenda. De cada vez que alguém afirma a culpa da crise é do “capitalismo” ou ” O estado somos nós” ou “o neoliberalismo é socialmente injusto” eu automaticamente digo “defina o conceito sff”. isto chega ao ponto de – numa aula de ciência politica -, quando tentei explicar o que era o individualismo metodológico e como a sociedade ou o grupo são existências ficcionais (narrativas) e não existem como agentes ativos, pois só o individuo age/interage, fui logo atacado e acusado de egoísta, individualista, injusto (…não me chamaram fascista porque não me conheciam bem …). Isto ao nível académico é absolutamente dramático pois ” a conversa de café” e a “conversa lá de casa” passaram a ser o código da sala de aula !
“Devido a diabolização que a dita esquerda tem feito de certos conceitos, eles já perderam o seu significado” Eheheh, você não tem lido o que aqui se passa. Eu explico-lhe, para um liberal insurgente, qualquer ser que levante um pouco de dúvidas sobre algum dos mandamentos liberais é imediatamente catalogado de forma indiferenciada de comunista, socialista, apoiante do regime norte coreano, cúmplice nos crimes praticados nos gulags soviéticos, castrista, etc… Esteja atento, e quando ler um post com este tipo de teor venha exigir que se definam os conceitos, todos agradecemos.
oshua,
Demonstre? O que é que vocês quer? Uma fórmula matémática para o poder excessivo do Estado? Não tenho. Leve a bicicleta.
Em alternativa, podemos fazer um bocadinho de leitura acompanhada do meu post para ver se percebe a ideia.
Quando escrevo “Se queremos, por exemplo, uma sociedade solidária temos que assumir que esta não pode existir enquanto o Estado dito social nos isolar uns dos outros, enquanto o Estado dito social nos isentar da responsabilidade pelas nossas escolas, pela nossa saúde, pela nossa reforma e até da responsabilidade pelos nossos” estou a dizer que qualquer acção do Estado que nos “isole uns dos outros” e que nos isente da “responsabilidade pelas nossas escolas, pela nossa saúde, pela nossa reforma” e da “responsabilidade pelos nossos” é poder excessivo do Estado.
Quando escrevo “Só se o Estado sair das nossas casas, das nossas empresas, dos nossos carrinhos de compras teremos alguma hipótese de voltar a endireitar o país.” estou a dizer que qualquer acção do Estado que o leve a meter-se nas ” nossas casas, nas nossas empresas e nos nossos carrinhos de compras” é poder excessivo do Estado.
É muito difícil de compreender?
“Deu um laivo do que pensa ao indicar que o sector financeiro é dos (se não for o) sector mais regulado da economia. Sim, e? Mesmo sendo o mais regulado permitiu (tantos casos, LIBOR, Lehman, CDS, etc.), e é opinião unânime, que diabrices de uns agentes deste sector colocaram a economia mundial num fosso.”
“Sim, e?” o quê? Há muita regulação e mesmo assim tivemos diabrices. Como é que se resolve o problema do seu ponto de vista? Já me disse que a culpa é dos maus que mandam no sector financeiro, por isso presumo que a sua solução seja acabar com os maus. Como fica muito melindrado quando eu lhe digo que isso implica mudar a natureza humana, para eu não fazer mais “interpretações telepáticas” explique-me lá qual é a solução para eliminar a maldade. Concretize você, para ver se eu abandono os meus conceitos abstractos e obtusos.
“O Estado é omnipotente, logo tudo pode, menos resolver assuntos económico-financeiros.”
O Estado não é omnipotente. É (ou pretende ser) omnipresente mas não é, apesar de tudo, omnipotente. Genericamente faz o que nós deixarmos e nós deixámos que o Estado fizesse coisas a mais, daí o poder excessivo que tanta confusão lhe faz.
“o que nos trouxe até aqui não foi, em bom rigor, o socialismo. O que nos trouxe até aqui foi o poder excessivo do Estado.”
Esta frase encerra a falácia que explica a situação em que estamos e o porquê da maioria dos portugueses não quererem a mudança. Porque tal qual nos ensina o Tomás Belchior as pessoas não acreditam que O PODER EXCESSIVO DO ESTADO É FRUTO EXCLUSIVO DO SOCIALISMO. Mas é. Socialismo do centro e da esquerda à PSD, PS, PCP e Bloco, socialismo de direita à CDS, vulgo democracia cristã, doutrina “social” da Igreja, corporativismo do Estado Novo, e todos os nazifascismos que pululam por aí. Socialismo sim. Socialismo duro e puro que é a doutrina pela qual as pessoas acreditam que o Estado tem virtudes que são superiores às virtudes dos cidadãos que estão no comando. E enquanto as pessoas não se convencerem que uma coisa (excesso do Estado) é o fruto inexoravel da outra (socialismo) teremos sempre desculpas para Estado Benevolente, Estado Patrão, Estado Social, ou o que quiserem chamar, mas sempre mais Estado.
Lucas, o que você diz não é verdade.
Rodrigo, o que você diz também não.
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Rodrigo, este é para si, ao acaso https://oinsurgente.org/2012/08/09/sorriam-ou-entao/#comment-146150
Lucas, o que você diz não é verdade. Vou lhe apresentar alguns dos seus preconceitos desmitificados.
Sobre o Capitalismo I – http://www.youtube.com/watch?v=4Ttbj6LAu0A&feature=relmfu
Sobre o Capitalismo II – http://www.youtube.com/watch?v=KGPa5Ob-5Ps&feature=relmfu
Sobre a Democracia – http://www.youtube.com/watch?v=XKANfuq_92U&feature=relmfu
Sobre a Democracia – http://www.youtube.com/watch?v=9PbbiAMhEKY&feature=relmfu
Sobre o Liberalismo – http://www.youtube.com/watch?v=-4TJBTddP3A&feature=relmfu
São vídeos académicos muito simples para que possa aprender coisas óbvias e começar a deixar de ter preconceitos. Quando se achar preparado passamos para os textos, mais exigentes mas mais ricos.
Lucas
Olhe eu fui avulsamente ao esquerda.net e tive logo esta pérola:
http://www.esquerda.net/artigo/%E2%80%9C%C3%A9-imposs%C3%ADvel-pensar-o-sistema-capitalista-internacional-sem-o-dinheiro-do-narcotr%C3%A1fico/24720
Quer mesmo continuar ? Penso que não. Amanhã tenho treino as 9:00, tenho de ir descansar.
Caro Rodrigo, se calhar a diabolização e distorção dos conceitos vem de ambos os lados, não será? Você entrou é que entrou em negação. Quanto à sua pérola, penso que se precipitou ligeiramente. O artigo fala da realidade de alguns países sul-americanos, onde talvez o título (só percebo o seu ponto na escolha do título) não esteja tão longe da realidade. O que vem a seguir até vai de encontro ao pensamento liberal, onde se critica a política proibicionista em relação às drogas.
E quem diz que toda a gente quer Estado???? Na minha opinião, não quer Estado todo o grupo de Portugueses que emigraram, o grupo dos que não votam, o grupo dos que não pagam impostos, que representam muito mais do que pensamos. A abordagem que faz, da generalidade dos cidadãos, é aquela que vê na televisão, lê nos jornais e nos meios inprodutivos normalmente concentrados junto à capital. Por isso, não generalize, não culpe a maioria trabalhadora, silenciosa, mas que evita contribuir para o Estado, sempre que tem essa hipótese. A sua análise está errada e parte do principio que todos são aquilo que eu penso que o insurgente é: um idealista urbano e inutil, do ponto de vista económico.
O´ Lucas então eu vou buscar um exemplo onde o titulo diaboliza o Capitalismo associando-o ao Narcotráfico e depois o conteúdo é pouco consistente com o resto – que é exatamente o que pretendo provar – e você diz que me precipitei ? Assim é difícil, tem que fazer um esforço para compreender o que eu estou a dizer !!! Assim não atinge os minimos para continuarmos a trocar uns post !!! E porque é que as pessoas quando não tem razão começam a dizer que os outros entram em contradição e em negação ??? mas em negação do quê ??? Já viu os vídeos ? Veja lá, veja e estude que é para acabar com os pré conceitos que tem na cabeça.
“…O meio mais eficaz de fazer com que as pessoas aceitem os valores aos quais terão de servir é persuadi-las de que tais valores são na realidade os mesmos que elas, ou pelo menos as mais esclarecidas entre elas, sempre defenderam, mas que antes não eram devidamente compreendidos ou apreciados. Leva-se o povo a abandonar os velhos deuses pelos novos, sob pretexto de que estes são de fato como por instinto supunham que fossem, embora até o momento só o percebessem de maneira vaga. E a técnica mais eficiente para a consecução desse fim é continuar a usar as velhas palavras, alterando-lhes, porém, o sentido. Poucos aspectos dos regimes totalitários despertam tanta confusão no observador superficial e são, ao mesmo tempo, tão característicos do clima intelectual desses sistemas, como a completa perversão da linguagem, a mudança de sentido das palavras que expressam os ideais dos novos regimes.
Nesse contexto, a palavra mais deturpada é, evidentemente, “liberdade”, um termo tão usado nos estados totalitários como em qualquer outro lugar. Pode-se mesmo dizer que, sempre que a liberdade que conhecemos foi aniquilada, isso se fez em nome de uma nova liberdade prometida ao povo. Tal constatação deve ajudar-nos a nos precaver contra as promessas de Novas liberdades em troca das antigas.” FA Hayek – O Caminho da Servidão
caro Rodrigo, respire fundo e tenha calma
1- você disse “Devido a diabolização que a dita esquerda tem feito de certos conceitos, eles já perderam o seu significado, correspondendo a qualquer coisa que não aquilo que era de facto o seu sentido !” Eu não neguei que isto ocasionalmente é verdade, não precisa de procurar nada para me mostrar, disse apenas que esta estratégia não é exclusiva da esquerda e que seria engraçado que o meu amigo tivesse o mesmo nível de exigência e relação a muitos dos posts que aqui se postam
2- Você diz que o que digo não é verdade Eu acho que isto é negação
3- Quando eu lhe devolvi que o que diz também não foi porque achei cómica a sua posição
4- Com uma pequena procura não foi difícil encontrar exemplos para ilustrar o meu ponto
5- Você devolveu-me um artigo para ilustrar o seu ponto Como já disse, não tinha necessidade disso Também tentei ser claro que compreendia o seu ponto pela escolha do título O conteúdo em si é bastante razoável , ao contrário da alarvidade que muitas vezes por aqui grassa
Este é o ponto da situação, os preconceitos estão tanto na minha cabeça como na sua
Lucas, Ok estamos a perder tempo. Quando poder veja os vídeos. Fazia-lhe bem.
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