Agora escolha

É evidente que o Governo já não existe. Não foram as manifestações que o derrubaram, mas o CDS. Alguém acha que o PSD pode “regressar à concertação social” e “renegociar” a TSU? Quem diz que sim, só o faz por uma de três razões (ou alguma combinação entre elas): para não ser acusado de promover a “instabilidade”; por pânico de deixar o país sem Governo; para fritar o Pedro. O ideal para o PS, o CDS, o Presidente, os “alternativos” e demais valorosos combatentes anti-TSU era que o Pedro aceitasse tudo e acabasse de se fritar no lugar enquanto eles organizariam a sucessão. Assim uma espécie de caseiro interino. Perante isto, o Pedro só tem uma coisa a fazer: dizer adeusinho e entregar a chave da barraca aos descontentes com o estado da dita.

O que ele não tem é quaisquer condições de continuar assim. E se continuar, ou continua assim mais uns meses a fritar em lume brando, ou só pode continuar de outra maneira, inaugurando uma espécie de guerra civil com os seus adversários. Cabe-lhe a ele escolher.

(com este texto inauguro um blog em que lançarei as minhas reacções a esta crise, uma crónica da crise, de nome Crise crónica; como digo por lá: “Quero-me lembrar mais tarde do que fui dizendo, mesmo se pensado e escrito à pressa. Nunca houve um momento tão importante para Portugal desde 1974-75.”)

6 pensamentos sobre “Agora escolha

  1. Paulo Pereira

    A saida do Passos para dar hipotese de um governo Nacional seria um acto de sensatez e patriotismo,

    O Passos não tem ideia nenhuma para o país, não tem competência nem cultura para ser PM.

    Seria dificil ter sido mais nabo que o Passos nestes 15 meses !

  2. Miguel Noronha

    Nem mais, Luciano. É ora da dar lugar às “políticas de crescimento” e à austeridade alternativa dos “alternativos”.

  3. Miguel Noronha escreve “É ora”! Será que já é consequência do acordo ortográfico? Ora, ora! Além disso, referindo-me agora ao assunto e não à ortografia, acho que ainda não é hora. Esperemos pelos próximos capítulos. Desconfio que vai haver surpresas.

  4. Miguel Noronha

    “Miguel Noronha escreve “É ora”! Será que já é consequência do acordo ortográfico?”
    Suspeito que tenho sido falha do teclado. De qualquer forma agradeço a correcção.

    Quanto ao comentário propriamente dito o que eu digo (concordando com o Luciano Amaral) que deveria ser o próprio PPC a “entregar a chave ao PR dando assim lugar aos “alternativos”. Eles dizem que “outra política é possível”. Veremos.

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