Ao contrário das “famílias felizes” da fama literária, nem todas as críticas às medidas de austeridade do Governo são iguais: nenhuma é tão acertada como a de que o Estado sobrecarrega os portugueses de impostos por ser incapaz de reduzir a sua própria despesa.
Afinal, o próprio “memorando” da ‘troika’ previa que o equilíbrio das finanças públicas fosse obtido em 1/3 através de aumento de receitas fiscais e 2/3 através do corte da despesa pública, e tal está longe de se verificar.
Artigo do Bruno Alves no Diário Económico.
O partido do Estado está à beira de mais uma victória.
Depois de ter resistido com sucesso a qualquer veleidade de redução da despesa pública, à semelhança do que tem acontecido na Grécia, nada melhor do que um governo desmoralizado e uma bela crise política.
Muita confusão, adiamentos da troika, eleições, governos de salvação.
Podemos ter a certeza de que nada será feito para reformar o Estado e a despesa.
O estado não tem outra hipotese do que se reformar.
Mas como se previa os neoliberais são na prática inimigos do liberalismo e amigos do estatismo.
Passos deve sair o mais rapido possivel.
Para sermos sérios não podemos falar em aumentos dos impostos, no caso do sector privado, relativamente à medida de aumento da contribuição para a seg social pois tal aumento não é para o estado mas sim para as proprias empresas. Poderemos falar numa forma artificial de desvalorização salarial para as empresas. Seria melhor, no entanto, que tal pudesse ser feito às claras, ou seja, que o estado permitisse às empresas diminuirem os salários, o que seria bem melhor porque daria verdadeira liberdade às empresas de o fazerem ou não, e seria bem mais transparente a nível fiscal uma vez que, apesar da evidente quebra no salário, em termos fiscais o salário continua igual e logo sujeito aos mesmos valores de contribuição (já para não falar no acesso a outros beneficios/isensões sociais).
Tal acontece devido à famosa constituição portuguesa. A tal que advoga o caminho para uma sociedade socialista apesar de se reportar a um país dito democrata.
No caso dos impostos sobre os funcionários públicos, quer queiramos quer não, tal constitui de facto um corte na despesa, entrando nos tais 2/3 de que se fala acima.
A alternativa a isso são os despedimentos na função publica que terão impacto directo no défice pois a curto prazo significam um aumento significativo de despesa (irónicamente)!
Cada vez acho mais graça à certeza que alguns têm de que os despedimentos de funcionários serão acompanhados de idemnizações e subs. desemprego.
Ponham os olhos nos 500.000 desempregados que não têm subsídio e… pensem.