é tudo normal!

“(…) O Governo quer criar uma mega PPP para a RTP ao mesmo tempo que jura que vai acabar com as PPP. Quem o diz não é membro do Governo, mas um mero consultor do Governo para as privatizações que até acumula uma coisitas no sector privado. Logo vem um senhor dizer que isso é inconstitucional. Não é o porta-voz do PS para a comunicação social, mas sim um regulador do sector. Consultores part-time que falam pelo Governo, reguladores que falam pela oposição. Mas é tudo normal em Portugal.”, Nuno Garoupa, hoje no Jornal de Negócios (página 51).

4 pensamentos sobre “é tudo normal!

  1. É normal!

    Um dia há muito, muito tempo, ainda naquela liberal era gastronómica pré-ASAE, fui com uma pessoa amiga almoçar numa tasquinha famosa pelos seus petiscos, muito convidativa que, entre as suas multiplas vantagens, dispunha de uma varanda com terraço para duas ou 3 mesas, protegida por uma copiosa sombra oferecida por uma luxuriante latada de enforcado com vista fabulosa para o Rio Mondego.

    Enquanto aguardávamos pelas sardinhas assadas trouxeram para a mesa, além de uma jarrinha de vinho, um cestinho com pão caseiro ainda quente, e dois pequenos pires de barro, respectivamente, com queijo fresco e azeitonas retalhadas (não são bem pretas, têm assim uma cor entre o preto, o castanho e o pardo).

    A pessoa que me acompanhava era devota convicta de azeitonas retalhadas, e notei que esticou o braço e escolheu uma das maiorzinhas que, sistematicamente, lhe escorregava dos dedos quando a tentava segurar, e mudava freneticamente de lugar para o lado oposto do pratinho, a cada aproximação. Após duas ou três tentativas para segurar a azeitona itinerante, já de testa franzida, decidiu observar o prato, de perto e com maior detalhe. Eis se não quando, “a azeitona” tinha-se, obviamente, convertido numa barata renitente e esperneante. Discretamente, chamou o empregado e mostrou-lhe o «achado», mas ele (o empregado) é que não se deu por achado, antes porém, declarou enfático:
    Ah! “isso” não tem importância nenhuma… “ISSO” é absolutamente normal, caiem muito daí de cima, e apontou a frondosa parreira…

    A nossa legislação, diante da actual situação, para mim, começa a parecer-se perigosamente com a aquela “parreira”.

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