10 pensamentos sobre “Porque agora vai estar na moda discutir Ayn Rand”
Li Ayn Rand em 1986. Em inglês, “Atlas Shrugged”. É um livro de ficção com referentes éticos. Descubram.
Nos EUA, foi já referido como o segundo livro a seguir à Biblia como de maior influência.
Em Portugal não se fala de Burke no secundário, mas refere-se Rousseau e Marx; não se refere a Maistre mas refere-se a Lénin;…
O que acho interessante é ver a Escola Pública portuguesa (dirigida à populaça para só saber coisas do ideológico “ordenado” pelo Politburo de Lisboa) a dizer zero sobre uma das autoras que mais influenciou personagens da história da ainda primeira potência mundial. A tal potência que tem sete universidades nas dez melhores do mundo, e onde cada estudante de Harvard custa 120 000 euros…
A escola pública portuguesa ensinou e ensina os “politicamente legítimos” de uma época que levou à ruína do Ocidente.
Pagamos impostos para a escola pública fornecer mercadoria de produção para hoje outras soberanias…
Engraçado: “trampling on others” é precisamente o que atrai Ludwig von Mises em Ayn Rand. Cito de memória, se me prmite, duma carta que ele lhe escreveu: «Obrigado pela sua coragem de confrontar as massas com a sua absoluta inferioridade.» Posso ir à procura da citação exacta, se quiser, mas não anda muito longe disto. E, se bem me lembro, o direito dos “superiores” a “espezinhar” os inferiores é explicitamente invocado no elogio que Rand faz ao assassino William Hickman – o modelo de Rand para o “herói” de “The Fountainhead.”
Mas ainda bem que vai estar na moda discutir Ayn Rand: a luz do sol é o mais poderoso dos desinfectantes.
Yiddish curses for Republican Jews.
Samples:
May your child give his Bar Mitzvah speech on the genius of Ayn Rand.
May you be reunited in the world to come with your ancestors, who were all socialist garment workers.
Peço desculpa: o meu comentário anterior não inclui o link para o autor (Paul Krugman) e, pior que isso, deixa de fora as outras pragas, algumas das quais pelo menos tão engraçadas como as duas que aparecem. http://krugman.blogs.nytimes.com/2012/08/24/oy-vey/
NOVO… CODIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL…CTN……VAMOS SER RAPIDOS E DIRETOS…
É ABSOLUTAMENTE NECESSARIO…
UMA REFORMA FISCAL E TRIBUTARIA…IMEDIATA E URGENTE…….. … ISSO É QUE É SER INOVADOR…MODERNO …DIFERENTE…E MELHOR…
I.V.A. — Imposto sobre o Valor Acrescentado … ( imposto sobre o consumo ).
I.P.P. — Imposto Poluidor Pagador … ( imposto sobre a poluição ).
I.J.A.T. — Imposto sobre Jogo , Alcool , Tabaco … ( imposto sobre os vícios ).
I.S.I. — Imposto sobre as Importações … ( imposto sobre produtos importados ).
ESTES SÃO OS UNICOS IMPOSTOS JUSTOS QUE DEVEM EXISTIR…
AGORA VEM A LISTA DOS IMPOSTOS …
……… QUE DEVEM SER IMEDIATAMENTE ABOLIDOS…E SER ATÉ CRIMINALIZADOS…
Imposto sobre o trabalho—–NUNCA DEVIA TER EXISTIDO…
Imposto sobre a produção—–INADMISSIVEL…
Imposto sobre a poupança—–INCOMPREENSÍVEL…
Imposto sobre o investimento—–INTOLERÁVEL…
É ESTA COLOSSAL INJUSTIÇA FISCAL…que deve ser corrigida urgentemente…
É ESTE ESTADO CEGO SURDO E MUDO…que deve ser reinventado novamente…
É ESTA FILOSOFIA FISCAL…que deve ser melhor , diferente , e mais humana…
O ESTADO RECEBE EXATAMENTE O MESMO VALOR…MAS SÓ DE FORMA JUSTA…!!!
“neither sacrificing one’s own desires”
A questão é que o egoismo militante é precisamente a militância pelo sacrifício do desejo. O desejo permanece em face de uma insatisfação instigante, quer dizer, uma curiosidade acerca do outro que não cessa de se inscrever. O egoísmo militante no caso é a perda desta curiosidade acerca o outro e a queda numa relação imaginária com um Eu auto-suficiente. Resulta, enfim, numa identificação com a imagem do espelho, onde não há “buracos” – não se põe o dedo na boca da imagem especular…O júbilo egoístico, aquela vertigem que se sente ante a perspectiva de uma auto-suficiência perfeita, é como o júbilo da criança de 6 meses quando percebe a sua imagem no espelho, lá onde ela é competa e perfeitamente íntegra por oposição à desarticulação que ela vive na carne, digamos assim, já que nem sequer ainda caminha por si mesma.
“completa” e não “competa”
Cabe dizer que “The Fountainhead” – o filme (não li o livro) – é um excelente filme e, a meu ver, mostra bem os impasses do capitalismo. Não é por acaso que o herói do filme é um artista (um arquitecto), já que é na arte enquanto criação que o agente não se deve comprometer senão com a sua obra. Já não é o mesmo quando se trata de vender mercadorias onde vale acima de tudo o gosto do comprador, quer dizer, as abominadas massas. É curioso, contudo, como se viu blogs e comentadores de direita – a maior parte possivelmente dispostos a prestar os maiores eleogios a Ayn Rand – a agirem como os personagens mais detestáveis do filme a propósito disto:
Não perdoaram que o artista fosse completamente independente na definição do conceito da peça a apresentar.
Quanto à questão do desejo vê-se no filme, na cena entre Dominique e Gail, logo depois dela ter destruído uma estátua de que gostava muito para que não se prendesse a ela, como este último é movido pelo enigma em que ela se constitui para ele – é este enigma, este “je ne sais quoi” que ela transparece para ele, para Gail, que é o objecto causa do desejo; é sempre algo a que não conseguimos propriamente por um nome. O que causa o desejo no personagem principal, Howard Roark, o que causa o desejo no espectador, nomeadamente o espectador identificado com o discurso e o pensamento de Rand não é esse pensamento em sua textualidade mas o próprio mistério do ponto de onde é enunciado. O que causa o desejo não é portanto o discurso explícito de Howard mas algo como a pergunta: quem é aquele homem? O que quer ele verdadeiramente?
Li Ayn Rand em 1986. Em inglês, “Atlas Shrugged”. É um livro de ficção com referentes éticos. Descubram.
Nos EUA, foi já referido como o segundo livro a seguir à Biblia como de maior influência.
Em Portugal não se fala de Burke no secundário, mas refere-se Rousseau e Marx; não se refere a Maistre mas refere-se a Lénin;…
O que acho interessante é ver a Escola Pública portuguesa (dirigida à populaça para só saber coisas do ideológico “ordenado” pelo Politburo de Lisboa) a dizer zero sobre uma das autoras que mais influenciou personagens da história da ainda primeira potência mundial. A tal potência que tem sete universidades nas dez melhores do mundo, e onde cada estudante de Harvard custa 120 000 euros…
A escola pública portuguesa ensinou e ensina os “politicamente legítimos” de uma época que levou à ruína do Ocidente.
Pagamos impostos para a escola pública fornecer mercadoria de produção para hoje outras soberanias…
Engraçado: “trampling on others” é precisamente o que atrai Ludwig von Mises em Ayn Rand. Cito de memória, se me prmite, duma carta que ele lhe escreveu: «Obrigado pela sua coragem de confrontar as massas com a sua absoluta inferioridade.» Posso ir à procura da citação exacta, se quiser, mas não anda muito longe disto. E, se bem me lembro, o direito dos “superiores” a “espezinhar” os inferiores é explicitamente invocado no elogio que Rand faz ao assassino William Hickman – o modelo de Rand para o “herói” de “The Fountainhead.”
Mas ainda bem que vai estar na moda discutir Ayn Rand: a luz do sol é o mais poderoso dos desinfectantes.
Yiddish curses for Republican Jews.
Samples:
May your child give his Bar Mitzvah speech on the genius of Ayn Rand.
May you be reunited in the world to come with your ancestors, who were all socialist garment workers.
Peço desculpa: o meu comentário anterior não inclui o link para o autor (Paul Krugman) e, pior que isso, deixa de fora as outras pragas, algumas das quais pelo menos tão engraçadas como as duas que aparecem.
http://krugman.blogs.nytimes.com/2012/08/24/oy-vey/
NOVO… CODIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL…CTN……VAMOS SER RAPIDOS E DIRETOS…
É ABSOLUTAMENTE NECESSARIO…
UMA REFORMA FISCAL E TRIBUTARIA…IMEDIATA E URGENTE…….. … ISSO É QUE É SER INOVADOR…MODERNO …DIFERENTE…E MELHOR…
I.V.A. — Imposto sobre o Valor Acrescentado … ( imposto sobre o consumo ).
I.P.P. — Imposto Poluidor Pagador … ( imposto sobre a poluição ).
I.J.A.T. — Imposto sobre Jogo , Alcool , Tabaco … ( imposto sobre os vícios ).
I.S.I. — Imposto sobre as Importações … ( imposto sobre produtos importados ).
ESTES SÃO OS UNICOS IMPOSTOS JUSTOS QUE DEVEM EXISTIR…
AGORA VEM A LISTA DOS IMPOSTOS …
……… QUE DEVEM SER IMEDIATAMENTE ABOLIDOS…E SER ATÉ CRIMINALIZADOS…
Imposto sobre o trabalho—–NUNCA DEVIA TER EXISTIDO…
Imposto sobre a produção—–INADMISSIVEL…
Imposto sobre a poupança—–INCOMPREENSÍVEL…
Imposto sobre o investimento—–INTOLERÁVEL…
É ESTA COLOSSAL INJUSTIÇA FISCAL…que deve ser corrigida urgentemente…
É ESTE ESTADO CEGO SURDO E MUDO…que deve ser reinventado novamente…
É ESTA FILOSOFIA FISCAL…que deve ser melhor , diferente , e mais humana…
O ESTADO RECEBE EXATAMENTE O MESMO VALOR…MAS SÓ DE FORMA JUSTA…!!!
“neither sacrificing one’s own desires”
A questão é que o egoismo militante é precisamente a militância pelo sacrifício do desejo. O desejo permanece em face de uma insatisfação instigante, quer dizer, uma curiosidade acerca do outro que não cessa de se inscrever. O egoísmo militante no caso é a perda desta curiosidade acerca o outro e a queda numa relação imaginária com um Eu auto-suficiente. Resulta, enfim, numa identificação com a imagem do espelho, onde não há “buracos” – não se põe o dedo na boca da imagem especular…O júbilo egoístico, aquela vertigem que se sente ante a perspectiva de uma auto-suficiência perfeita, é como o júbilo da criança de 6 meses quando percebe a sua imagem no espelho, lá onde ela é competa e perfeitamente íntegra por oposição à desarticulação que ela vive na carne, digamos assim, já que nem sequer ainda caminha por si mesma.
“completa” e não “competa”
Cabe dizer que “The Fountainhead” – o filme (não li o livro) – é um excelente filme e, a meu ver, mostra bem os impasses do capitalismo. Não é por acaso que o herói do filme é um artista (um arquitecto), já que é na arte enquanto criação que o agente não se deve comprometer senão com a sua obra. Já não é o mesmo quando se trata de vender mercadorias onde vale acima de tudo o gosto do comprador, quer dizer, as abominadas massas. É curioso, contudo, como se viu blogs e comentadores de direita – a maior parte possivelmente dispostos a prestar os maiores eleogios a Ayn Rand – a agirem como os personagens mais detestáveis do filme a propósito disto:
https://oinsurgente.org/tag/escultor-sonoro-e-plastico-joao-ricardo-de-barros-oliveira/
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5669185.html
Não perdoaram que o artista fosse completamente independente na definição do conceito da peça a apresentar.
Quanto à questão do desejo vê-se no filme, na cena entre Dominique e Gail, logo depois dela ter destruído uma estátua de que gostava muito para que não se prendesse a ela, como este último é movido pelo enigma em que ela se constitui para ele – é este enigma, este “je ne sais quoi” que ela transparece para ele, para Gail, que é o objecto causa do desejo; é sempre algo a que não conseguimos propriamente por um nome. O que causa o desejo no personagem principal, Howard Roark, o que causa o desejo no espectador, nomeadamente o espectador identificado com o discurso e o pensamento de Rand não é esse pensamento em sua textualidade mas o próprio mistério do ponto de onde é enunciado. O que causa o desejo não é portanto o discurso explícito de Howard mas algo como a pergunta: quem é aquele homem? O que quer ele verdadeiramente?
já agora…http://www.youtube.com/watch?v=F4p_ef8U55A
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