Sorriam. Ou então…

Olympics spectator with Parkinson’s wants ‘exoneration’ after arrest.

Mark Worsfold, 54, says he was handcuffed by Surrey police officers ‘for not smiling’ while watching men’s cycling road race

Mais um exemplo de para onde o mundo de hoje pode descarrilar. O Reino Unido está cada vez mais parecido com a Coreia do Norte…

24 pensamentos sobre “Sorriam. Ou então…

  1. Joaquim,
    Eu coloco o link para que todos possam ler e tirar as suas conclusões.
    O meu comentário cinge-se apenas a dizer que este é mais um de um longo caminho que o RU está a percorrer para se tornar um estado muito mais controlador.

  2. Eu li o artigo que linkou e li o seu Post e tiro as seguintes conclusões:

    1. É de muito mau gosto da sua parte comparar o RU com a Coreia do Norte
    2. Se este caso se tivesse acontecido na Coreia do Norte, o Ricardo não tinha nenhum artigo de jornal para aqui linkar e fazer um Post, e o Cidadão ofendido provavelmente já não teria nenhuma doença de Parkinson, teria sido “curado” de imediato.
    3. Foi um assunto melindroso, mas que revelou que a polícia do RU, não se limita a cobrar multas a carros mal estacionados, mas tudo faz para zelar, pela segurança do conjunto dos Cidadãos que a sustenta.
    4. O Cidadão ofendido teve a liberdade de revelar o mal trato que recebeu, e vai ser certamente ressarcido e de certeza já lhe pediram desculpas.
    5. Mesmo com algum exagero deste tipo, não me importava que existissem alguns Policias Portugueses com essa especialidade, a patrulhar as nossas ruas, designadamente o caminho para a escola dos meus Filhos.
    .

  3. Joaquim Amado Lopes

    Ricardo (3),
    Como o Mentat apontou, a comparação do Reino Unido com a Coreia do Norte foi de muito mau gosto. E despropositada, como a leitura da notícia comprova.

    Se tivesse lido o artigo saberia que o cidadão não foi interpelado e interrogado apenas por não estar a sorrir mas por uma conjugação de vários factores. A prevenção também passa por analisar a linguagem corporal das pessoas e isso não é uma ciência exacta. Além de que, num evento com a dimensão mediática como os Jogos Olímpicos, algum excesso de zelo por parte da polícia não é minimamente condenável. Muito pelo contrário.
    Se leu a notícia então o seu post é ainda mais condenável.

    Quanto a o Reino Unido se estar a tornar um estado muito mais controlador, faria melhor em apontar o facto de esse controlo ser cada vez mais sobre as potenciais vítimas de crime do que sobre os criminosos, como se viu recentemente durante os motins.

    Já agora, o que fiz foi precisamente ler a notícia e tirar as minhas conclusões.

  4. ElPibe

    Citando o artigo:

    “The man was positioned close to a small group of protesters and based on his manner, his state of dress and his proximity to the course, officers made an arrest to prevent a possible breach of the peace.”

    A escalada da paranóia com a segurança no RU nos últimos anos é absolutamente nojenta. Agora temos prisões “pré potencial crime” baseadas na aparência e maneira de vestir das pessoas. Só me apetece vomitar.

  5. Mentat,
    Eu não comparei. Cruzes-credo!
    Só disse que se vai nesse caminho.

    Joaquim Amado Lopes,
    Excesso de zelo, tanto nos jogos como fora deles, é mau e vai havendo demasiados exemplos.
    Acho condenável a atitude e acho perfeitamente justa a chamada de atenção que fiz para os sinais crescentes que vêm do RU.

    ElPibe,
    O que a mim me assusta é mesmo o escalar de situações naquele país.
    Leu aquela sobre pedirem às crianças na escola para bufarem aos professores vizinhos que não cumpram com as suas obrigações?

  6. Joaquim Amado Lopes

    Ricardo,
    Pode-se pecar por excesso ou por defeito. Em termos de segurança, a falta de zelo tem quase sempre consequências muito mais graves (e menos reparáveis) do que o excesso. Pelo que me diz respeito, prefiro uma polícia mais sensível à segurança da população do que ao “politicamente correcto”.

    Pode-se dizer sem faltar à verdade que um aluno que passa de 20 para 19 e depois para 18 está cada vez mais parecido com um que tem sempre notas abaixo de 5. Mas tal afirmação seria completamente disparatada.
    Quando se diz “está cada vez mais parecido com” o que se quer dizer é que estão próximos com tendência a ficarem iguais. Pelos vistos, até o Ricardo acha que fazer tal afirmação a respeito do Reino Unido e da Coreia do Norte seria despropositada.

  7. David

    Pois eu concordo que o Reino Unido está cada vez mais parecido com a Coreia do Norte. O Reino Unido, o olimpismo, e vários países ocidentais. Recentemente uma remadora alemã foi expulsa pela sua comitiva, por ter um namorado nazi. Não me consta que Hitler tenha expulsado Jesse Owens dos jogos de Berlim 1936. É fácil de se fazer uma compilação de vários incidentes com a liberdade de expressão que custou a presença nos jogos a alguns atletas, e todos atletas de países alegadamente livres.

    Em matéria de segurança, o excesso de zelo da polícia britânica já criou pelo menos uma vitima mortal (cidadão brasileiro que cometeu o crime de correr com uma mochila às costas no metro de Londres), e eu prefiro mil vezes em matéria de segurança falta de zelo do que excesso. Quantas pessoas morreram vítimas de ataques terroristas na União Europeia nos últimos 5 anos? Certamente menos do que as que morreram em quedas de escadas. Portanto, não vá o diabo tecê-las, sugiro aos zelosos comentadores que acham a actuação da polícia britânica aceitável, que nunca mais se aproximem de uma escada.

  8. sousa

    de mau gosto é citar o Guardian o jornal mais esquerdalho xuxalista, anti-capitalista, anti-ocidente e anti-semita que se pode ler no Reino Unido.

  9. Joaquim,
    Quando diz “Em termos de segurança, a falta de zelo tem quase sempre consequências muito mais graves (e menos reparáveis) do que o excesso.”, eu compreendo o seu argumento mas discordo em absoluto. Quem abdica de Liberdade para obter Segurança, não merece nenhuma e perde ambas, como diria o Pai da Pátria Americana.
    Sobre a relação RU – Coreia do Norte: Coreia do Norte tem pontuação 1 em Liberdades dos cidadãos. RU já teve 17 e a esta altura já não sei que nota hei-de dar, dada a catadupa de notícias que têm vindo desse país. 11? Bem, o que eu digo é que o RU vai bem lançado para passar ao vermelho, pois em relação ao peso do Estado na Economia já leva 9 (creio que a despesa estatal já é mais de 50% do PIB), em termos de educação e saúde livres já leva 9 também (impossibilidade de recorrer a médicos privados em muitas situações, publicidade ao NHS nos Jogos, endoutrinamento sobre o Estado nas escolas, …) e a liberdade económica ainda leva positiva, mas com a regulação crescente não sei por quanto tempo. Claramente, está a deixar o grupo das economias tendencialmente liberais e a caminhar para o grupo liderado pela CN.
    E o policiamento do Twitter? Bem, isto não acaba…

  10. Joaquim Amado Lopes

    David (9),
    “Quantas pessoas morreram vítimas de ataques terroristas na União Europeia nos últimos 5 anos?”
    Quantas vítimas foram evitadas pelo “excesso de zelo” das forças de segurança?

    .
    Ricardo (11),
    “Quem abdica de Liberdade para obter Segurança, não merece nenhuma e perde ambas, como diria o Pai da Pátria Americana.”
    O que Benjamin Franklin terá dito é que “They who can give up essential liberty to obtain a little temporary safety, deserve neither liberty nor safety.” o que não é bem o mesmo. Não posso falar pelo Ricardo mas, para mim, as palavras “essential”, “little” e “temporary” fazem alguma diferença, embora o que são liberdades essenciais varie de pessoa para pessoa e de momento para momento e a segurança seja sempre temporária.

    De qualquer forma, parece-me absolutamente claro que é quem não esteja disposto a abdicar de qualquer liberdade em troca de qualquer nível de segurança é que não terá liberdade nem segurança.
    Viver é um exercício permanente de compromisso entre o que queremos mais, o que queremos menos e o que podemos. Afirmações como a que pretendeu atribuir a Benjamin Franklin podem soar bem mas são pouco mais do que exercícios de retórica que não resistem ao confronto com a realidade que é a vida em sociedade. Além de que as liberdades de um não se sobrepõem às liberdades dos outros, o que implica necessariamente uma limitação das liberdades de todos.

    E convém ter presente que, se muitas das medidas limitadores da liberdades individuais se devem a interesses muito pouco “públicos”, há algumas que se tornam necessárias devido ao abuso dessas mesmas liberdades por parte de quem não (quer) entende(r) que os direitos de cada um terminam onde começam os direitos dos outros.

  11. A citação do Benjamim Franklin não me chegou nesses exactos termos.
    E eu tenho até essa frase no meu frigorífico, pois comprei-a em iman ao visitar Nova Iorque.
    E já a conheci-a do jogo Civilization.
    Mas pronto, não vamos entrar nisso…

  12. Joaquim Amado Lopes

    Ricardo,
    Não vale a pena discutir os termos exactos usados por Benjamin Franklin, até porque não há consenso sobre quais terão sido os termos exactos. Assim como ter sido Benjamin Franklin, Winston Churchil ou Leonardo da Vinci o autor da frase não lhe confere mais ou menos valor. O que vale a pena discutir é o valor do princípio que se pretende estabelecer.

    O princípio de não comprometer a liberdade em troca de segurança não é aplicável em qualquer contexto. Esse compromisso é um pilar incontornável e permanente da vida em sociedade e a discussão só pode ser sobre de que liberdades estamos disponíveis a abdicar e em que condições.

  13. Basta ver a citação para “Liberalism” no Civilization:
    http://www.squidoo.com/civ4quotes
    E não creio que eles sejam politicamente activos para mudarem a frase do Franklin.
    Ser o Franklin dá-lhe mais força do que fosse de um “Da Vinci”…

    Para mim o princípio é aplicável em qualquer contexto. Aliás, é por isso que é um princípio.

    Como eu disse, o Joaquim é um securitário. Eu respeito essa posição pois é coerente e é uma opção. Mas na minha opinião – e claro, neste caso nada pode ser alegado para confirmar a minha ou a sua hipóteses – essa é uma opção mais fraca, quer quando levada ao extremo Coreano, quer quando se tenta manter um equilíbrio instável como o RU está a fazer.

    É que sabe, isto de alguém poder determinar o que é justo e deve ser feito por outrém tem muito que se lhe diga. Os Filósofos-Reis de Platão não existem e a carne humana é fraca e oferece-se a corrupções, e por isso quanto menos intromissão no que os outros fazem, melhor. Já morreram muitos mais a lutar pela “segurança” do que em actos possibilitados por excesso de “liberdade”.

  14. Joaquim Amado Lopes

    Ricardo (16),
    “Como eu disse, o Joaquim é um securitário.”
    Se ser “securitário” significa achar que não há liberdade sem segurança nem segurança sem liberdade e que a “luta” tem que ser por encontrar um compromisso adequado entre uma e outra então sim, sou um “securitário”. Já agora, como se chama áqueles que acreditam que é necessário escolher uma ou outra?
    Não tente colar-me a “etiquetas” que me façam parecer “encostado” a um extremo. Nesta troca de comentários fui o único a falar em compromisso pelo que, a haver aqui algum “extremista”, de certeza não sou eu.

    Quando ao equilíbrio que se está a fazer no RU ser instável, TODOS os equilíbrios são instáveis quando envolvem relações humanas. As pessoas e os contextos mudam constantemente e o que resulta num determinado momento não resulta no seguinte. É por isso que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.

    “Já morreram muitos mais a lutar pela “segurança” do que em actos possibilitados por excesso de “liberdade”.”
    A sério?! Tem números para nos apresentar ou limita-se a fazer uma afirmação sem qualquer sustentação apenas porque acredita que assim o seu ponto de vista fica “validado”?
    Além de que qualquer “contabilidade” teria que considerar as vidas poupadas à custa das vidas gastas na defesa da “segurança”.

    Só por curiosidade, o Ricardo sentir-se-ia mais seguro no seu dia-a-dia se não existisse polícia?

  15. João Branco

    JAL, obviamente o problema é que se falarmos/admitirmos um compromisso no conflito entre segurança e liberdade, também poderemos falar em compromisso no conflito entre liberdade e igualdade… e por aí chegamos à social democracia, ou (como por aqui se costuma dizer) ao socialismo…

  16. Joaquim Amado Lopes

    João Branco (18),
    Sem compromisso não há sociedade. Mas compreendo o seu ponto de vista. No fundo e se me permite a analogia, o João Branco acha que quem é obeso não deve fazer dieta porque a dieta mais não é do que o início do caminho para a anorexia.

    .
    Ricardo (19),
    Cada um por si, portanto? Não consigo sequer conceber que uma sociedade possa funcionar dessa forma mas desse ser uma limitação minha.

  17. João Branco

    JAL, na realidade, penso que em termos de posição individual sou demasiado favorável ao compromisso para ser considerado um liberal em estado “puro”. Eu estava a tentar caracterizar a posição assumida por muitos nestes forum sem necessariamente a partilhar 🙂

  18. Joaquim Amado Lopes

    João Branco (18),
    “também poderemos falar em compromisso no conflito entre liberdade e igualdade”
    Não há conflito entre liberdade e igualdade porque se não há igualdade isso significa que uma parte da população não tem a mesma liberdade que a outra.
    O que há é uma incompatibilidade total entre liberdade e igualitarismo (que muitos confundem com igualdade).

    Para ilustrar a diferença entre igualdade e igualitarismo, uma analogia com o atletismo.
    Igualdade é todos os concorrentes numa prova de corrida usarem equipamento semelhante, partirem ao mesmo tempo, terem que percorrer a mesma distância, terem que superar os mesmos obstáculos e o tempo de corrida ser medido da mesma forma para todos. Naturalmente, como nem todos têm a mesma capacidade inata nem a mesma vontade de vencer, nem todos se prepararam de forma igual, nem todos estarão igualmente descansados e nem todos têm a mesma sorte (escorregar, p.e.), é extremamente improvável que cheguem todos ao mesmo tempo.
    Igualitarismo é distribuir equipamento diferente aos vários concorrentes, fazê-los partir em momentos diferentes, percorrerem distâncias diferentes, superarem obstáculos diferentes e/ou medir o tempo de corrida de forma diferente para que acabem todos com a mesma classificação.

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