E assim se vai mais um “projecto mobilizador” da governação socialista

Público

O Estado decidiu rescindir o contrato de investimento que tinha sido assinado em Junho de 2010 com a RPP Solar – Energias Solares, indica um despacho dos gabinetes dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia, publicado ontem em Diário da República.(…)

No papel, estava prevista a criação de 1800 postos de trabalho directos, dos quais 300 empregos qualificados, atribuídos a engenheiros e a quadros superiores. Previa-se também que a nova fábrica começasse a produzir painéis solares logo em 2010, mas o projecto queria ir mais longe. Estavam prometidas sete unidades industriais no concelho de Abrantes, também para fabrico de torres eólicas e de turbinas de co-geração e um centro de investigação e desenvolvimento.

No entanto, na realidade pouco se avançou até hoje. Uma parte da nova unidade fabril começou a ser construída, mas os trabalhos pararam e ficaram por concluir já há muitos meses. Ao longo do tempo, o empresário terá sempre garantido aos responsáveis da autarquia de Abrantes, liderada actualmente por Maria do Céu Albuquerque (PS), que tinha o investimento assegurado.

Isto depois de ter adquirido em 2009, por apenas 100.000 euros, os terrenos de 82 hectares destinados ao complexo fabril pelos quais a câmara municipal tinha pago no total um milhão de euros, indicava o Correio da Manhã alguns meses depois. Em 2009, à frente da câmara estava o socialista Nélson Carvalho, que em Julho de 2010 foi contratado como director de formação e projectos especiais da própria RPP Solar

7 pensamentos sobre “E assim se vai mais um “projecto mobilizador” da governação socialista

  1. paam

    “Em 2009, à frente da câmara estava o socialista Nélson Carvalho, que em Julho de 2010 foi contratado como director de formação e projectos especiais da própria RPP Solar”

    O Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos (Lei 64/93 – 26/Agosto) diz que os ‘titulares de cargos políticos não podem exercer, pelo período de três anos contado da data da cessação das respectivas funções, cargos em empresas privadas que prossigam actividades no sector por eles directamente tutelado, desde que, no período do respectivo mandato, (…) tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual’.

    No caso da RPP Solar, não restam dúvidas de que recebeu incentivos financeiros, mesmo que indirectos, de 900 mil euros, na medida em que apenas pagou uma pequena parte do custo suportado pela autarquia na aquisição do terreno. Beneficiou ainda de incentivos fiscais e das taxas devidas ao município, de que ficou isenta. Quanto à tutela do sector, a que alude a lei, é evidente que, mesmo que não fosse a sua área institucional (pelouro), foi Nelson Carvalho quem assumiu a direcção do processo de instalação da firma, considerada estratégica para o concelho e também para o País.

    in Correio da Manhã de 19/6/10
    http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/179617.html

    Já agora, alguém compreende qual a lógica em contratar um professor, licenciado e mestre em Filosofia Contemporânea, para director de formação e projectos especiais numa empresa que não tem trabalhadores nem “projectos especiais”?

    “Ó filosofia, guia da vida!” Cícero , Marcus

  2. io

    É a mesma lógica que ter uma pessoa com essa formação à frente de uma Camara…! TACHO
    O cartão do partido dá qualificação para “toda a obra”

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