O meu artigo de hoje no jornal i.
Teimosia de ferro
Angela Merkel não é muito bem-vista entre a esquerda europeia, para quem a chanceler alemã só não resolve a crise do euro porque não quer. Até Mário Soares, velho conhecedor dos dossiês económicos, se deu ao trabalho de, em tempos, nos elucidar que a sra. Merkel só diz disparates. Para muitos, a Alemanha tem de suportar a dívida dos outros países, e a chanceler de deixar de pensar nas eleições federais de 2013 – afirmações hipocritamente sábias de quem apoiou Sócrates quando este gastava o dinheiro dos contribuintes para ganhar votos.
Defender que Merkel não se deve preocupar com a sua reeleição é o mesmo que dizer que nos deve dar o dinheiro dos alemães antes que estes possam reagir. Há quem considere que “roubar” não é um termo demasiado forte para definir um comportamento deste tipo. Estabelece-se também um limite para a necessidade da democracia alemã, esquecendo-se o que sucedeu à Europa quando esta caiu da última vez.
Exigir que a Alemanha sustente a Europa sem olhar às consequências é, além de populista, perigoso. Até porque, se Merkel vier a ser derrotada nas urnas por ter cedido às exigências das esquerdas europeias, o governo seguinte rapidamente revogará essas ajudas. Vistas assim as coisas, é fácil perceber como Merkel caminha no fio da navalha de quem tem de agradar a gregos e a troianos. Europeus e alemães. Não o perceber é apenas querer pôr mais achas na fogueira.
Muito claro, muito bom.
Convém nunca desistir de explicar aos portugueses a diferença que há entre ganhar eleições com demagógicas aldrabices (PS, Sr. Soares), e ganhar eleições com projectos coerentes (CDU, Sra. Merkel).
Será que o: “que se lixem as eleições” vai resultar?
Não era o Hollande que vinha salvar isto? Que é feito do bicho?
O camarada Hollande já pôs tudo nos eixos com as agendas.
Com as explicações do camarada Tózé e com os sábios conselhos do nosso engº a Europa finalmente viu a luz e esperam-nos 100 anos de prosperidade.
O mundo não esconde a sua admiração e chovem de todo o lado pedidos de envio da agenda em versão para Ipad.
“Para muitos, a Alemanha tem de suportar a dívida dos outros países” Suportar acho que não, agora que podia deixar de ganhar (muito) dinheiro com isso, lá isso podia. Podia perceber que a queda do euro é também a queda da Alemanha, e que o desemprego das periferias pode estar amanhã a bater-lhe à porta.
tudo certo ou talvez não …
1) a alemanha não deve pagar a divida de paises governados por atrasados mentais como portugal, grécia ou a italia de berlusconi. até ai muito bem, mas muito deve ser feito para agradar a todos nesta união monetária, porque isto só está a funcionar para alguns.
há mecanismos de protecção aos “grandes”que são inaceitáveis e que causaram a situação actual, nomeadamente a PAC (politica agricola comum) ou as pescas, que com as suas quotas destruiu portugal para proteger o sector menos competitivo alemão.
para alem disso o bloco central mantem o controlo sobre a emissão de moeda, mantendo o euro vs. dollar demasiado forte, estrangulando os paises pequenos, eles não precisam de assumir divida dos outros, se permitissem que o euro desvalorizasse até a paridade com o dollar, era benefico para a maioria dos paises com 2 ou 3 excepções…os que controlam tudo.
falta ainda um sistema europeu de bancos como deve de ser, este sistema não funciona e a situação de resgates não pode continuar, ai sim gostava e ver um controlo alemão, de certeza que nem que tivessem de marchar até portugal com os seus “panzers”, não tinhamos as vergonhas do BPN, e teriamos os responsáveis presos.
é que não podemos esquecer que neste momento os resgates são “ouro”para a alemanha, eles pedem emprestado com juros 0% ou ate negativos para irem resgatar paises a juro de 4,5%.
este sistema tem de se assumir de uma vez por todas como uma federalização da europa e fazer-se o que tem de ser feito ou isto vai implodir mais cedo ou mais tarde, não podemos ter paises zombie nesta união que não se sabe o rumo.
Os Euros vêm do BCE e não da Alemanha. A Alemanha não precisa de pagar nada a ninguem.
O que é preciso é que o BCE se comporte como um banco central normal e normalize os juros da divida dos países do Euro.
caro paulo, nao percebi o seu comentário… a emissão de moeda esta limitada BCE -> banca.
o BCE não esta autorizado a financiar os estados directamente. estes têm de usar a banca, dai o mercado de divida e a tourada dos juros e dos mercados, mudar isto é revolucionar o euro.
e quando temos os resgates, os estados membros + fmi emprestam os seus fundos próprios…. neste caso os estados que se financiam baratos fazem um verdadeiro negócio da china…
“O que é preciso é que o BCE se comporte como um banco central normal e normalize os juros da divida dos países do Euro”, isso é fácil dizer …
a questão de fundo é que se o BCE passa a financiar estados os mal comportados directamente vão fazer a inflação disparar, e é o “regabofe” 🙂
ou então há um stock limitado de moeda emitida e os paises ficam completamente impedidos de aumentar o défice para alem do autorizado, o que levanta questões de autonomia e soberania.
para se fazer isto como deve ser, implicava um tesouro comum com o financiamento publico a se distribuido por exemplo per cápita pelos paises.
mas isto é acabar por completo com os estados soberanos e levanta questões e debates que estariam para ficar…
no fim… teriamos os “estados unidos da europa”.