O meu artigo de hoje para o jornal i. Paulo Portas quer estar pronto caso este governo falhe.
O plano B de Paulo Portas
O CDS tem sido um parceiro leal da coligação governamental com o PSD. Pondo de lado eventuais críticas à dimensão das reformas, à orientação político-social típica do CDS, os seus ministros apresentam-se cumpridores do programa da troika e integrados neste governo. Mas há algo que tem sido notado vezes sem conta, mesmo que muito pouco comentado: a discrição de Paulo Portas. O ministro dos Negócios Estrangeiros raramente aparece e cedo se predispôs, contra aquilo a que nos habituámos nele, a ficar na sombra. Qual é o plano B de Paulo Portas?
Se Portugal sair do euro, o programa deste governo, que é o da troika, desaparece. A desorientação será total e a credibilidade política de Pedro Passos Coelho nula. Sendo o PS o responsável maior da situação em que nos encontramos, e ficando o PSD perdido e sem programa, o único partido não comunista, com condições para apresentar um programa adequado à nova realidade que uma moeda portuguesa implica, será o CDS.
Já assistimos na Grécia ao colapso do PASOK e à significativa perda de votos do Partido da Nova Democracia. A revolução político-partidária foi brutal, varrendo tudo e todos. Paulo Portas não deseja nem está à espera que Portugal saia do euro. No entanto, e como qualquer bom jogador político, prepara-se antecipadamente para essa eventualidade. Um panorama que devemos ter em conta, até porque se há alguém que antevê todos os possíveis cenários políticos, é Paulo Portas.
O problema é a falta de credibilidade por ter deixado caira as bandeiras e aqueles que neles acreditaram para o eleger. Não se fazem petições nacionais num dia e assobia-se para o ar no outro, como se nada se tivesse passado (ou estivesse a passar).
Somos ingénuos, crédulos, mas temos a noção da palavra e da honra. E nisso, o CDS falhou redondamente
Infelizmente.
André,
Com ministros mais socialistas do que os do PS, dificilmente o CDS poderá reclamar ser o “herdeiro” da direita.
Joaquim,
Não estou a referir-se ao CDS ser o ‘herdeiro’ da direita, mas sim ao querer ser o único partido que reste (à excepção do PCP e do BE), caso o governo falhe a implementação do memorando da troika.
Pode-se dizer que Paulo Portas está a espreitar furtivamente, sob a superficie, a assistir os movimentos até achar a melhor forma de atacar.
Como um submarino, digamos.
Ou então está a fazer negócios pouco claros por fora com vista à valorização própria e do partido.
Como um submarino, digamos.
Ou será como um sobreiro? já não sei.
Não me parece que reste alguma coisa…
André,
E o que eu quero dizer é que, mesmo que o Governo falhe a implementação do memorando da troika e mesmo que isso fosse visto pela generalidade dos portugueses como um falhanço (o que não é líquido já que o memorando foi negociado pelo PS e está a ser sabotado precisamente pelo PS, pelo PCP e pelo BE), dificilmente os portugueses se virarão para o CDS.
A ideia de que “se vota sempre nos mesmos, por isso é que as coisas estão como estão, e é tempo de dar uma oportunidade a outros” é uma idiotice. Quando cada um de nós vota, vota em algo em que acredita ou, não acreditando em nenhuma das opções, vota no mal menor. Exceptuando talvez uma boa parte do voto no PCP, a generalidade dos portugueses que (ainda?) se dão ao trabalho de ir votar vota no mal menor.
Se os portugueses estão finalmente a começar a aceitar que a situação actual resulta de 38 anos de políticas dos “esturricadores do dinheiro dos outros” (AKA “socialistas”), o mais visível do que o CDS está a fazer no Governo acaba por ser mais do mesmo.
Entre socialistas “da extrema-esquerda ao centro”, socialistas de “centro-esquerda a piscar o olho ao centro-direita” e socialistas “que se dizem do centro, portam-se como sendo de esquerda para ganhar uns votos e querem que os eleitores julguem que eles são de direita para ganhar outros”, acaba por funcionar o voto útil e o voto na personalidade, ambos com prejuízo para o CDS por ser um partido pequeno e com um líder com demasiada “história” acumulada (para o bem e para o mal).
E note que escrevo isto assumindo que sou militante do PSD e no ano passado estive a um passo de votar no CDS.
O CDS é mais social-democrata que o PSD, que foi capturado por gente pseudo-liberal como o Passos e o Gaspar .
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Após tantas décadas é altura de dar mais peso ao CDS e muito menos ao PSD e ao PS.
Podem ficar descansados que, mais tarde ou mais cedo o Relvas sai e o PPC cai. Lá virá o salvador da pátria, o emigrante luxo, o “cherne”, que está farto de ganhar experiência na UE apesar de nada fazer que se veja desde a outra vez que foi aos Açores servir de bengala aos senhores da guerra. Quanto ao PP, ele tem andado por fora a tratar dos negócios para ver se a malta não o chateia muito por causa dos submarinos. Pode ser que ele até traga alguns combustíveis para pôr os tais ditos submarinos a navegar de vez em quando.
Portanto, há crise, mas para estes senhores não há crise nenhuma. Está tudo bem e recomenda-se. Nós e que estamos lixados.
Caro André
Já pensou num plano C?
Que ele esteja simplesmente a pensar abandonar a politica ,de modo subtil e elegante…
Se calhar …
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