“não recolher os impostos previstos por causa da recessão, ou ter um crescimento exponencial das despesas da segurança social devido ao desemprego, já são consequências do modelo escolhido para controlar o défice.”
Eu até me vou esquecer da conjuntura internacional. Que já no governo anterior andavamos a pedir dinheiro para pagar os encargos da dívida. E que, de qualquer forma, os credores já não estavam dispostos a financiar-nos os défices públicos pelo que se não fizessemos um acordo com os credores o défice orçamental era imediatamente ZERO e teriamos de cortar despesa muito mais rapidamente pela simples razão de não haver dinheiro para além do que conseguissemos extorquir aos contribuintes ou a vender património. Posto isto, gostava imenso que o Pacheco Pereira apresentasse propostas para reduzir o défice público em Portugal sem causar
a) Contração da actividade económica
b) Redução da receita com impostos
b) Aumento do desemprego
simples: imprimir moeda. não o podemos fazer? porque só o BCE pode imprimir moeda e está proibido de financiar directamente os estados? então mudem-se as regras, ou saia-se da moeda única. é preciso ver o que somos: um pais soberano, sem dinheiro e proibido de se autofinanciar devido a imposições externas, bela noção de soberania (enfim, no fundo estamos presos a um padrão ouro. onde é que já vimos isto? lá para os anos 30, 40 nao?)
E porque razão a monetização do défice evita algum dos 3 efeitos que mencionei?
Tem toda a razão, migspalexpl. Se a realidade não nos dá jeito, vamos (continuar a) brincar ao faz-de-conta.
Saímos da moeda única e voltamos ao escudo, com desvalorização imediata.
As poupanças que se tenha desvalorizam e a dívida externa dispara, assim como o custo das matérias-primas e bens de consumo importados.
Pode-se fazer o default da dívida mas isso significa que ninguém nos empresta mais dinheiro a não ser com taxas de juro várias vezes superiores às actuais.
As importações de certos bens baixam mas os bens essenciais ficam muito mais caros.
O preço do que exportamos baixa um pouco (à custa da redução dos salários causada pela desvalorização da moeda) e passamos a vender um pouco mais.
Entretanto, comprámos uma impressora e vamos imprimindo dinheiro para continuarmos a fingir que somos ricos mas na realidade apenas conseguimos inflação, que vai desvalorizar ainda mais as poupanças, aumentar o preço dos produtos que exportamos e reduzir o valor do dinheiro que imprimimos ao do papel em que é impresso.
Será que esta gente não vê que a “alternativa” à “austeridade” e a nos irmos habituando a viver com um bocado menos é que passemos a viver com muito menos de um dia para o outro?
Para simplificar a vida aos que procuram caminhos alternativos comecem por pensar como evitaria as falâncias e o desemprego no sector das obras públicas e contrução civil.
“simples: imprimir moeda. não o podemos fazer?”
Nada como a fraude e contrafacção de moeda em suma especulação fincanceira não é migspalexpl ?
Tem sempre muitos adeptos quando julgam que cai para o seu lado.
Quem diz como o Pacheco Pereira que o PEC IV era a solução é simplesmente: burro e não sabe fazer contas simples, daquelas da primária.
Mas é pior, pelos vistos para o PEC IV e contemporizar com Sócrates era bom não haver Política. O PCP tem direito a fazer política, os outros não.
É o resultado de quem ainda não tem cultura para pensar sobre economia. O que é que ele espera de uma bolha de crédito? Por definição uma bolha de crédito quer dizer que a quantidade de transacções económicas foi muito superior ao normal. Ora a correcção a isso é menos transacções. Ou seja menos “crescimento” ,menos actividade económica, aka menos dinheiro.
“Crescimento” na definição do status squo quer dizer a qualquer custo: ter um défice de 8% do PIb para crescer 1,5% Pib ou seja será impossível de pagar sem aumentar impostos …numa palavra: insustentável.
A solução é aumentar as exportações e substituir importações através de uma politica fiscal adequada, como a redução em 50% do IRC e da TSU nos sectores transacionáveis.
O deficit adicional devido à redução desses impostos, cerca de 1% do PIB ou 1700 milhões de euros deveria ser financiado com divida interna emitida com crédito fiscal a 100%.
Esses titulos deveriam ser emitidos ao portador e transacionados no mercado bancário, funcionando como uma quase moeda.
Caro Paulo Pereira,
” […] como a redução em 50% do IRC e da TSU nos sectores transacionáveis”
A medida que sugere não é inconstitucional? Diferencia portugueses entre os que trabalham nos transacionáveis e os que trabalham nos não-transacionáveis :).
Quanto à media em si, porque não para toda a economia? São seria mais justo e eficiente?
Cumprimentos,
“financiado com divida interna emitida com crédito fiscal a 100%” significa simplesmente antecipar impostos. Ou seja, gastar agora (ainda mais) dinheiro dos impostos dos próximos anos.
A descida do IRC e TSU tem que ser “paga” com a descida da despesa do Estado, não com mais dívida.
Alberto Mendes,
A descida seria prioritária nos sectores transacionáveis de forma a não causar um aumento do deficit muito elevado, mais tarde seria alargada a todas as empresas quando a economia já estivesse a crescer o suficiente.
Joaquim Amado Lopes,
A redução do deficit abaixo dos 5,5% traduz-se em destruição do sector privado. É uma utopia sem sentido.
A divida se for financiada internamente é sustentavel.
“A divida se for financiada internamente é sustentável.”
hahaha! já agora toda a dívida que nunca será paga é sustentável.
Paulo Pereira (9),
“A redução do deficit abaixo dos 5,5% traduz-se em destruição do sector privado. É uma utopia sem sentido.”
Austrália: 2006: 2.1 — 2007: 2.1 — 2008: 0.5 — 2009: -4.1 — 2010: -4.8 — 2011: -3.3 (estimado) — 2012: -1.5 (previsto) — 2012: -0.3 (projectado)
Alemanha: 2006: -1.7 — 2007: 0.2 — 2008: -0.1 — 2009: -3.2 — 2010: -4.3 — 2011: -1.2 (estimado) — 2012: -1.1(previsto) — 2012: -0.6 (projectado)
Luxemburgo: 2006: 1.4 — 2007: 3.7 — 2008: 3 — 2009: -0.9 — 2010: -1.1 — 2011: -1.2 (estimado) — 2012: -2 (previsto) — 2013: -1.8 (projectado)
(positivo é superavit, negativo é deficit)
Pode ir consultar a lista completa em http://www.gfmag.com/tools/global-database/economic-data/10395-public-deficit-by-country.html#axzz20AJAMaOK
Mas não deixe que os factos, o senso comum ou o mais elementar exercício neuronal se intrometa nos seus comentários.
“A divida se for financiada internamente é sustentavel.”
Claro que é. Principalmente em países com balança de pagamentos com deficit crónico, certo?
O Paulo nem sequer pensa antes de escrever, pois não?
Ou isso ou é um troll e escreve tais barbaridades só para provocar.