No seguimento do que já escreveu o Carlos Guimarães Pinto, julgo importante acentuar que, no caso do Daniel Oliveira, mais importante que o curriculum académico é o seu percurso político: de militante do PCP para o BE. Se no primeiro não sabemos quem escolhe o líder, no segundo desconhece-se como se o substitui. Na sua adolescência, o Daniel Oliveira acha que percebeu umas coisas sobre o comunismo. Agora, na idade adulta, no mundo dos crescidos (como ele o define), parece que já não.
Já “profissionalmente”, o padrão manteve-se inalterado, como convém.
“no segundo desconhece-se como se o substitui”
Substitui-se exactamente da mesma maneira como se substituiam os lideres dos outros partidos portugueses (antes da generalização das directas) – apresentando uma lista para a “Mesa Nacional” com um cabeça-de-lista que não seja o actual líder e tendo mais votos.
Sinceramente, não vejo de onde vem o desconhecimento do AAAmaral (ou melhor, até desconfio – como nos estatutos do BE não há lider/presidente/secretário-geral/coordenador em lado nenhum, não dá para ir ler aos estatutos ver como se substitui o coordenador; mas bastava observar para ver que há uma tradição não-escrita de o nº 1 da lista mais votada para a “mesa nacional” ficar como coordenador).
Nunca imaginei o BE como adepto do direito consuetudinário. Fantástico.
O problema no BE é precisamente esse: como não há líder, nem presidente, não sabem é como é dizem ao Prof. Louçã para deixar de falar e decidir em nome do partido.
Miguel Madeira,
Se “nos estatutos do BE não há lider/presidente/secretário-geral/coordenador em lado nenhum” então esses cargos não existem. Assim, Francisco Louçã não é coordenador de coisa alguma.
A coisa é mais simples: o BE é o Francisco Louçã. Se ele sair aquilo esfrangalha-se.
3 – Se calhar não é assim tão fantástico nem dificil de imaginar… em termos de preferir os “usos e costumes” às leis formais como “cola” da sociedade, uma certa esquerda radical (e sobretudo, talvez paradoxalmente, a esquerda radical mais entusiasta do “fracturantismo” nos costumes) se calhar não é muito diferente da direita conservadora ou tradicionalista.
Mas isso já seria entrar numa divagação que não teria nada a ver com o tema original do post
Não digo que não existam certas franjas que pensem assim mas quer-me parecer que no BE a generalidade é mais normativa e construtivista.