O meu artigo de hoje para o jornal i.
O fim da linha
O défice público do primeiro trimestre deste ano foi superior ao do ano passado. A cada ano que passa, devemos mais e estamos mais pobres. Apesar do governo ter subido os impostos e cortado nos salários, as contas públicas pioraram. O governo avançou, inclusive, com algumas reformas, como a alteração da lei laboral, aguardando, uma vez mais, por um milagre vindo do sector privado. Mas a economia já não responde. Foram tantos anos a pôr a política em cima da economia, que esta deu de si.
É o fim da linha. Acabou. Este governo está a levar o seu tempo a percebe-lo e a aceitá-lo. Estamos todos, mas lá chegaremos, pois a realidade não espera pela nossa compreensão, como a retoma não chegará em 2013. Aqui, na Europa e nos EUA, é este conceito de estado alicerçado em cima de alguns para alimentar todos, acalentando os egos populistas e pretensamente solidários dos políticos, que está a terminar. Diz-se que o socialismo entra em crise quando acaba o dinheiro dos outros, e é isso que está a acontecer: quem produz, não pode mais. Pior: quem produz, não quer mais.
Não será com mais impostos, mas menos despesa, que pagamos a dívida pública e voltamos a beneficiar dos frutos do nosso trabalho. Vamos ter de escolher que estado queremos para cortarmos naquilo que sob a máscara do social, não passa de investimento público. De capitalismo de estado. Enquanto os governos não deixarem os negócios para os privados e se concentrarem nas suas funções essenciais, não vamos lá.
“Não será com mais impostos, mas menos despesa, que pagamos a dívida pública e voltamos a beneficiar dos frutos do nosso trabalho.”
Confesso que fiquei sem perceber se existe mesmo esta crença por parte do autor (i.e. que a divida pública alguma vez será paga) ou se é apenas um guideline para efeitos de expressão.
“o socialismo entra em crise quando acaba o dinheiro dos outros”
Bom, pelo que está a acontecer parece que o capitalismo é que entra em crise quando acaba o dinheiro dos outros…
Óh André Amaral, porque simplesmente não diz que nada se resolverá
“Enquanto os governos não deixarem os negócios para os privados”,
porque no fundo, no fundo, é isso que interessa, não é?