No Fio da Navalha

 

O meu artigo no jornal i que, a partir desta semana, é publicado à terça-feira.

Mudar

No estado norte-americano do Wisconsin, o governador Scott Walker, eleito em 2010 para um mandato de quatro anos, encontrou um estado falido, corrompido, que estava a servir interesses pessoais e corporativos, alegadamente tidos por públicos. Scott Walker, querendo devolver o estado ao povo, combateu os sindicatos, acabando com o pagamento obrigatório das quotas por parte dos trabalhadores e pondo termo a alguns privilégios dos funcionários públicos que, além de porem em causa o princípio da igualdade com que o Estado deve tratar os cidadãos, implicava que este cobrasse demasiados impostos ao sector privado para manter o público.

Como se calcula, Walker foi imediatamente posto em causa por um sector da população pouco habituado a ser questionado. O confronto político intensificou-se com a submissão do governador a um novo escrutínio em pleno mandato que, e pela primeira vez venceu. A maioria dos cidadãos do Wisconsin, que esteve calada, fez-se ouvir e mostrou gostar de políticos que defendem soluções difíceis. Walker referiu ser nos tempos de crise que as pessoas deixam de pensar nelas e se preocupam com o futuro dos filhos e dos netos. No meio da crise da dívida que atravessamos, Walker diz-nos tudo o que devemos fazer: exigir quem na política nos defenda das pessoas que vivem no Estado. Na verdade, foi por não termos sido exigentes que não há em Portugal um político que seja que não nos veja como um mero meio de encher os cofres públicos.

2 pensamentos sobre “No Fio da Navalha

  1. Sérgio

    “A maioria dos cidadãos do Wisconsin, que esteve calada, fez-se ouvir e mostrou gostar de políticos que defendem soluções difíceis. Walker referiu ser nos tempos de crise que as pessoas deixam de pensar nelas e se preocupam com o futuro dos filhos e dos netos.”… Estas 2 frases é que os diferenciam dos portugas, de resto tudo igual!

  2. Euro2cent

    > não há em Portugal um político que seja que não nos veja como um mero meio de encher os cofres públicos.

    Essa do encher não é a parte que me preocupa.

    O realmente chato é para onde os cofres públicos são despejados.

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