A redução do peso do Estado é, para além de um incentivo à eficiência económica, também um incentivo à ética na vida empresarial e pública. Porque sendo o Estado tão grande e tão mau pagador, e não sendo essa sua faceta penalizada como deveria ser, o mau exemplo que aquele cria acaba transmitido ao resto da economia por inerência ou simplesmente por influência. Enfim, é este o tema da minha crónica de hoje no Diário Económico, a propósito de um outro problema que está a afectar a vida de muitas empresas: os impostos excessivos e leoninos, em especial, a obrigatoriedade de entregar ao Estado um IVA que, frequentemente, ainda não foi recebido dos clientes.
Muito bom artigo!
Muito bem !
Muito bem.
Claro que o pagamento antecipado do IVA é uma brutalidade que devia ser impedida.
O Estado tem, obviamente, muitos defeitos mas, por mais voltas que se dê, é necessário e o problema está em que continuamos a votar em quem não cumpre.
O principal problema do Estado que é de todos nós, são os eleitores que votam PSD, PS ou em qualquer outro partido por razões clubisticas. Há muito eleitor, provavelmente a maioria que vota no partido do seu coração independentemente dos disparates que este faça.
Um bom exemplo foi o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa que, quando das eleições a que concorreu Santana Lopes, fartou-se de dizer mal dele na sua missa dominical para no fim dizer que ia votar nele porque votava sempre na “família”.
Se os eleitores se deixassem de clubismos e passassem a exercer bem os seus direitos, não duvido que o Estado melhoraria.
O problema do IVA é um problema que facilmente se resolve.
Basta implementar o sistema de IVA devido pelo adquirente a todas as actividades económicas.
Isso funciona muito bem, p.ex, na construção civil. Basta alargar ao resto das actividades.
Excelente comentário Ricardo, é impressionante como este flagelo que já deitou por terra tantas empresas, pouca ou nenhuma atenção tem recebido, andam às voltas com as TSUs e agilização do mercado laboral (com razão, claro), mas andam a dormir em relação aos pagamentos de IVA, não faz sequer sentido pensar em “políticas de crescimento” quando nem vontade demonstram na resolução de problemas tão elementares.
»»»Basta implementar o sistema de IVA devido pelo adquirente a todas as actividades económicas.
Isso funciona muito bem, p.ex, na construção civil. Basta alargar ao resto das actividades.«««
Caro APC
Na Construção Civil, que eu saiba só funciona bem, a favor das grandes empresas com obras públicas e dá cabo da tesouraria das empresas de subempreitadas.
Porque essa inversão termina logo na relação Empreiteiro Geral/Subempreiteiros.
As empresas subempreiteiras não compram um tijolo, um prego, um saco de cimento, um rolo de fio de cobre, etc. sem pagar o IVA aos armazenistas.
Depois, tem de dar garantia bancária, e esperam 3, 6 ou 9 meses pela recuperação do IVA, além de todo o trabalho adicional do TOC, em balancetes, contas analíticas, etc.
O mais patético dessa metodologia, é que um Empreiteiro Geral até pode impor essa inversão do sentido do pagamento do IVA, aos seus subempreiteiros, mesmo que o seu Cliente não seja um sujeito passivo de IVA.
Ou seja, não paga o IVA aos subempreiteiros, mas se o Cliente for de boas contas ainda goza dois meses com o valor do IVA antes de o entregar ao Estado.
A ideia até era boa (se a inversão fosse ao longo de toda a cadeia de empreiteiros, subempreiteiros, fornecedores e tarefeiros), mas foi torpedeada e alterada antes de entrar em vigor, está-se mesmo a ver a favor de quem…
Agora não estou a ver qual o interesse de aplicar essa inversão de sentido, a todas as actividades económicas, em que a esmagadora maioria dos Clientes Finais, não são sujeitos passivos.
O APC ia tomar uma bica, ou comprava uma camisa e depois ia logo a seguir entregar o IVA ao Gasparzinho, não era?
Está-se mesmo a ver…
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ERRATA
Onde se lê APC deve-se ler Alexandre Gonçalves…
Desculpem lá a dislexia…
Tenho que pagar amanhâ IRC e estou muito “traumatizado”.
😦
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“O problema do IVA é um problema que facilmente se resolve.”
A maneira que eu vejo muitos, à minha volta, a resolver isso facilmente é não facturar.
E percebe-se muito bem como.
“- V.Exa quer com IVA que lhe desentupa a sanita?
– Sim?! Então é 123€.
– Ah! E sem factura quanto é ?
– É só 100€ com um desconto de 10%, por isso fica por 90€.”
Qual será a escolha do Cliente?
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Este nivel de impostos está a destruir a economia e a aumentar a informalidade.
Mas o mais ridiculo são os atrasos na devolução do IVA, é mesmo de tontos !