Neste assunto tenho que dar razão ao Tiago Mota Saraiva [TMS]. E digo mais. Até aceito que muitos deles não participaram e desconheciam por completo os crimes praticados. No entanto, isto implicará que muitos políticos aceitaram as sinecuras do BPN para garantir uma sossegada e lucrativa reforma dando em troca a sua influência política e carta branca a Oliveira e Costa. Nesse caso tiveram uma conduta éticamente reprovável e deram mostras de uma completa incompetência que os torna inaptos para exercer qualquer cargo público ou darem sentenças públicas sobre a moralidade do que quer que seja.
A minha divergência com o TMS será, talvez, quando digo que não é por acaso que isto sucede num negócio altamente regulado em que a inclusão de políticos nos orgãos sociais é um factor crítico de sucesso.
Miguel, não me parece nada que o BPN (ou a banca) seja um negócio altamente regulado. Quanto à inclusão de “políticos” em locais de chefia das grandes empresas, isso é uma condição para terem sucesso em Portugal. Mas é preciso dizer que os “políticos” não eram escolhidos por serem “políticos” (para um marxista todo o ser humano é um actor político – mesmo quem se declara apolítico). Eram escolhidos por terem poder.
“Miguel, não me parece nada que o BPN (ou a banca) seja um negócio altamente regulado. ”
Hmmm quem define as taxas de juro do dinheiro…quem define quanto capital minímo os bancos devem ter?..quem define as agências rating e por isso permissivas com Bancos e Países? E isto só para começar…
“Eram escolhidos por terem poder.”
Eles tinham poder porque foram políticos. Sem contactos no sistema político nunhum deles valeria alguma coisa para serem escolhidos em vez de outra pessoas competente.
Ou ainda, quem impede um banco vá à falência quando a gestão é danosa?