O Sérgio Lavos – o mesmo tipo que há uns dias se referia aos clientes do Pingo Doce como “zombies e mortos-vivos” – fez questão de nos dedicar algumas palavras simpáticas, das quais realço o pandêgos. Tudo no registo eloquente a que já nos tem habituado. O Sérgio acha que os resultados das eleições gregas assustam os neo-liberais – seja lá o que isso signifique. Mas não está consciente do desejo perverso e maquiavélico que alguns de nós temos em ver a sua esquerda – a do Sérgio ou do Daniel – formar um Governo, de forma a que haja palco para mostrar ao mundo pós-muro de Berlim – no qual me incluo – algumas das maravilhas que as políticas desse lado do espectro são capazes. A tal vacina de que falava o Kissinger. Mas é claro que isso não passa de um “desejozito” perverso e que eu não desgosto suficientemente dos gregos – apesar das péssimas escolhas que têm feito – para lhes desejar realmente um Louçã. Desejo-lhes mais juízo e boa sorte, isso sim. Quanto ao Sérgio, que não gostou nadinha de se ver comparado com os seus parentes ideológicos – ironicamente com sede na Alemanha que ele tanto despreza – fica aqui um conselho. Se realmente nos querem tentar convencer de que são muito diferentes da cambada nacional-socialista têm que disfarçar mais, muito mais.
Gostar, gostar, gostava que formassem governo em França. Simpatizo com os gregos e os tipos não merecem 🙂
Só tenho um comentário a este post:
O senhor Ricardo Lima não arranja essa imagem em tamanho wallpaper, de preferência 1980×1024?
Obrigado.
Retirado de um blog brasileiro que tomou conhecimento do caso P.D. :
=Consumidores que procuram preços mais baixos e empresários que buscam vender suas mercadorias ainda causam espanto — na segunda década do século XXI. Supermercados vendem mais, pagam mais aos seus funcionários, são investigados sob suspeita de prejuízos à produção nacional. Em meio a uma crise, pais de família compram alimentos com 50% de desconto, e são chamados de “zombies”…Caros socialistas, contem-me mais sobre a “ignorância dos estúpidos”.=
Como sugestão , governantes , partidos , sindicatos , comunicação social , e outros(?) promovam um “dumping” na exportação da “ignorância dos estúpidos” (ou não tem valor no mercado externo…) ?
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Pândegos, é claro. Que outra coisa se há-de chamar a uns patuscos que põem no saco do “socialismo” todas as ideias políticas que possa haver – com excepção do neoliberalismo, seja lá isso o que for?
Não estou a perceber a interpretação que estão a fazer das eleições gregas.
Neste momento, com 67% dos votos, dentro, os resultados são:
– Partidos “eurófilos/pro-troika/pro-austeridade”
ND: 111 deputados
PASOK: 42 deputados
DIMAR: 18 deputados
Direita pro-troika 111, esquerda pro-troika 60, total 171.
(infelizmente o DISY, o único partido decente na Grécia, não ultrapassou a barreira dos 3%)
– Partidos “anti-troika/anti-austeridade”
SYRIZA: 50 deputados
ANEL: 32 deputados
KKE: 26 deputados
XA: 21 deputados
Direita anti-troika 32 deputados, esquerda anti-troika 50 deputados, marxistas/leninistas/estalinistas 26, nazis 21. Total 129.
Os comunistas do KKE subiram 0.9%, o que não me parece motivo para grandes alarmes. O resultado do Golden Dawn-XA-nazis, cerca de 7%, será certamente motivo para imensos editoriais por esse mundo fora, mas significa que os nacionalismos xenofóbicos gregos subiram de 6% para 10% – embora adoptando uma forma mais virulenta.
Com estes resultados, há dois cenários plausíveis: um governo de unidade nacional ND+PASOK (e eventualmente DIMAR) ou nenhum governo. A Constituição grega prevê prazos bastante apertados para a formação do governo e negociação de coligações; caso não saia um governo deste parlamento, teremos novas eleições em pouco mais de 30 dias. Pode ser wishful thinking, mas neste momento apostaria em novas eleições a 17 de Junho.
Espanta-me ver a esquerda indignada por portugueses irem comprar barato de livre vontade com o seu dinheiro e manter um silêncio conivente quando o PS arrastou indianos a uma campanha política a troco da esmola de uma bucha ao fim do dia.
“põem no saco do “socialismo” todas as ideias políticas que possa haver”
Aumentar o Estado é Socialismo ao nível em que estamos, e então quando este é mais de 50% da economia até se pode dizer – caso por milagre aconteça- que uma ideia política que quer só reduzir de 50% para 45% também é socialismo…
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