A dimensão dos recursos que o Estado retira às empresas e às famílias é o grande problema do país, que pagamos agora com a tal da austeridade mas que também pagamos há mais de uma década com estagnação económica. Claro que temos outros problemas estruturais graves que dissuadem o investimento (o tal que sem o qual não há crescimento sustentável), desde uma legislação laboral que parece ter sido criada pelos pacientes de um manicómio (e que este governo não parece ter vontade de trazer para a área da sanidade, por muitos passos pequenos que se tenham dado, e todos na direcção certa) a uma (In)justiça que faz por proteger toda a espécie de criminosos, desde os simples caloteiros aos corruptos de alto nível, passando por toda a gama de ladrões. Mas a apropriação em larga escala de recursos privados pelo estado é, sem dúvida, o principal contributo impeditivo do consumo, investimento e poupança.
Donde: um governo que queira de forma séria sanear a economia (e não apenas sanear as contas públicas) tem de reduzir de forma estrutural – e não apenas em conjunturas desfavoráveis – a despesa pública, de forma a que se possam baixar os impostos e mais taxinhas e contribuições espertalhonas que os governos vão criando. Ora sendo a dotação orçamental para os ordenados dos funcionários públicos a principal despesa pública, esta não poderá deixar de ser reduzida, ou via diminuição significativa de funcionários públicos ou via diminuição de ordenados. Neste cenário não deixa de ser patética a polémica da reposição dos subsídios de Natal e de férias aos funcionários públicos que, não havendo de facto redução significativa de funcionários públicos, se devia tornar permanente a bem da sustentabilidade das contas públicas e da saúde da economia. Mas já se percebeu: a tempo das próximas eleições, os subsídios aos funcionários públicos serão repostos.
Era preciso QUERER reformar o sistema.
Era preciso transferir funcionários públicos do público para o privado. Não vejo ninguém com vontade, a menos que isto signifique a transferência de serviços, mantendo os custos e garantindo contratos a longo prazo com empresas em cuja administração estarão representados os partidos.
Era preciso acabar com o Estado paralelo, suporte dos partidos.
Era preciso renegociar PPP e outros contratos semelhantes, suporte dos partidos.
Muito mais que o Sócrates, muitos antes do Durão e do Guterres, o verdadeiro construtor do nosso sistema de partidocracia-corporativismo-empresarial, aí está, o grande timoneiro: Cavaco Silva
http://www.dinheirovivo.pt/Estado/Artigo/CIECO041296.html
O inicio da solução de redução da dimensão do sector publico, passa pela redução do numero de entidades em pelo menos 30% e a proibição absoluta de criação de novas entidades.
O processo deve começar de cima para baixo . AS chefias inuteis devem ser as primeiras a desaparecer.