Evidências

Ao contrário do muito que se disse por aí, o estado de direito não é posto em causa quando a autoridade reage para tentar repor a ordem que gente pouco civilizada tenta ameaçar. O estado de direito é verdadeiramente posto em causa quando figuras da autoridade, verdadeiros pilares que o sustentam, são tratados da forma que se vê no vídeo.

Como forma de resumir a coisa e de tentar adivinhar as responsabilidades no desencadear dos confrontos, basta lembrar o evidente: no dia da greve houve várias manifestações, todas acompanhadas pela PSP, e só se verificaram problemas numa delas. Pode haver quem não queira tirar ilações deste facto, mas é fácil de perceber as conclusões que ele nos transmite.

Dito isto, nada justifica que a acção policial seja tão indiscriminada ou aleatória ao ponto de colocar em causa a integridade física dos jornalistas que apenas lá estavam para trabalhar. Junto a minha às vozes que, justamente, se indignam perante esse acontecimento.

15 pensamentos sobre “Evidências

  1. António

    O Estado de direito democrático é posto me causa com os 8 000 000 000 do caso BPN.

    Aí se percebe que público e privado são um só, e que todas a incompetências e roubos (se forem suficientemente grandes) saem completamente impunes, e não se passa nada, e estão todos de acordo…

    … e ninguém acredita mais em nada e em ninguém.

  2. Antóno Ferreira

    Acho muito bem as pessoas têm é de se revoltar e concordo tambem com o senhor António em cima, esses 8 biliões gastos no bpn, depois de socrates, estes neoliberais estão a destruir o pais

  3. tiago

    Isto da polícia ser verdadeiros pilares da sociedade tem muito que se lhe diga… é que no sítio onde eu moro é como se n\ao existisse polícia. Ela só serve para encher papelada depois de me roubarem a casa ou de me roubarem o carro. Ou então para fecharem a minha rua, por causa de acções da ASAE. Por isso é que se está a discutir a contratação de vigilantes para substituir o trabalho desses pilares da sociedade…

  4. Pedro

    A polícia esteve a cumprir o seu papel de repôr a ordem. Não venham cá com falsos puritanismos de ética em relação Às forças de autoridade que, infelizmente, estão até bastante diminuidas pela patética Constituição de 1976 e subsequente produção legislativa que na prática entorpece a sua eficácia de actuação.

    Se um grupo de arruaceiros lança petardos (material explosivo de utilização ilegal), o que origina a intervenção policial para os identificar e deter, e outros começam a arremessar ovos e pedras contra as próprias forças da autoridade e ainda contra alguns cidadãos e transeuntes que por lá se encontravam nas ruas, o que se espera? Que a polícia não responda?! Mas isto é um Estado de direito ou estamos no Líbano nos anos 70?!! A primeira regra da Liberdade é limitar a nossa liberdade à não-interferência na liberdade dos outros. A minha acaba quando começa a do meu semelhante. O contrário não é Liberdade, é arruaça.

    A polícia actuou (e tinha essa obrigação LEGAL) para manter a ordem e identificar os arruaceiros.

    Se, no meio, houve jornalistas apanhados, é pena, mas também não tinham nada que se aproximar da polícia. Quem anda à chuva molha-se, Os jornalistas têm de obedecer Às ordens policiais como qualquer outro cidadão. Se a ordem é de dispersar, eles só têm de cumpri-la.

    Agora, é evidente que se houve algum excesso por parte da PSP, o mesmo já terá sido investigado em inquérito. Isto é o que importa e o resto é conversa. Nenhuma sociedade é perfeita.

    “A nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do outro”. Era sobretudo esta ideia que queria deixar.

  5. Rod Silva

    Privatizem tudo. Forças Policiais inclusive. O Estado tem de deixar de ter o monopolio da violencia. Tem de haver concorrência e mercado a funcionar neste particular.

  6. Cfe

    “Acho muito bem as pessoas têm é de se revoltar”

    Eu queria era ver se o dono do estabelecimento que teve o equipamento da esplanada se revoltasse contra quem lhe destrói seu patrimônio. Com certeza acha que a polícia agiria bem em dete-lo, não é?

    Ah e da próxima estacione seu carro no roteiro dessas manifestações.

  7. Há um certo grupo que tem o azar de que em todas as suas manifestações há infiltrados da policias, nacionalistas, ou mesmo a segurança da CGTP que não os deixa entrar na manifestação principal porque já sabe ao que vêm.
    Qual é o elemento comum?
    O Grupúsculo Indignado/Anarquista que nos quer levar pelo caminha da Grécia…

  8. Pedro

    É triste e elucidativo da grave doença da sociedade portuguesa ler comentários de pessoas que aparentemente não sabem distinguir protesto pacífico de arruaça violenta. Protestar é um direito, fazer arruaça é um crime.

  9. Aladin

    Não se trata de “revolta indignada”, como os “indignados” querem fazer crer.
    Trata-se das nuvens que há em certas cabeças, estagnadas na idade da borbulha, e que aspiram ao romantismo da revolução violenta. Os revolucionários acreditam que para mudar as coisas é necessário um salto prometaico, a Revolução.
    Que, na verdade passa logo a estado, deixando e ser processo. É por isso que os gerontocratas cubanos ou iranianos se dizem em Revolução permanente e estão há meio século em “Revolução”. Um partadoxo, claro.

    Revolução é, para as pessoas normais, a substituição súbita e violenta de um regime por outro ( jacobinos e bolchevistas) . Há nuances, claro. O caso nazi, por exemplo, foi uma revolução, apesar de a tomada do poder não ter sido violenta. Os nazis atacaram o cristianismo, a aristocracia e o liberalismo burguês mas, como é sabido, a esquerda marxista não acha que a Alemanha nazi foi revolucionária porque atribui ao termo “Revolução”, um significado próprio.

    Um intelectual progressista pode até aceitar, com alguma relutância, que a tomada de poder por fascistas e nazis prova que os mesmos meios ( violência e partido único) não são bons em si mesmo.
    Mas reafirmará a sua fé na revolução, a autentica, a que não se limitará a substituir um poder por outro, o que é, afinal a profecia marxista. Até agora, isto nunca aconteceu, porque esta ideia de Revolução é mítica: nem o desenvolvimento das forças produtivas nem o advento da classe trabalhadora prepara o caminho para a derrota do capitalismo pelas massas conscientes da sua missão histórica. As revoluções proletárias limitam-se a substituir uma elite por outra e não há fim da história.
    O porco Napoleão segue-se ao Sr Jones, na célebre história de Orwell.
    Para esta gente, se não há violência não há revolução mas sim reforma. Se se usa a violência é porque a democracia falhou e por isso pode dizer-se que Revolução e democracia são noções incompatíveis.

    Mas isso pouco importa a esta gente.
    A “Revolução”, como ritual, é sagrada, na ideologia esquerdista e é esta aspiração insensata a começar de novo que move os tontos. Insensata, porque começar de novo, é deitar fora o passado, o saber acumulado, é o que fazem, cada vez que nascem, todos os outros animais que não o homem.

    A solução?

    Uns bons puxões de orelhas, que é o que se deve fazer aos meninos mimados e birrentos.

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