A falência do “bom e o velho estado”

07/01/2010: O primeiro-ministro José Sócrates defendeu hoje em Paris um “governo económico da Europa” e afirmou que a resposta à crise mundial provou a importância do “bom e velho estado”. (…) “Regressou o bom e o velho estado. O que seria de nós sem o estado?”, questionou José Sócrates na sua intervenção de abertura do simpósio. “O ano de 2009 foi uma grande lição para os que desconfiam do papel e da intervenção do Estado”, acrescentou José Sócrates.

22/03/2012: Mario Draghi  afirma que “O velho modelo do Estado Social europeu morreu, porque com frequência não funciona sem dívidas. Os alemães reinventaram-no sem dívidas desproporcionadas (*)”, constatou.

(*) Pois, pois…

16 pensamentos sobre “A falência do “bom e o velho estado”

  1. Paulo Pereira

    Acho incrivel como é que num blogue de influencia dita Austriaca não se saiba distinguir um regime de moeda-fiat própria de um de moeda externa.

    Sempre a mesma coisa.

  2. António

    Mas os privados (indivíduos, famílias, associações, empresas) não têm dividas desproporcionadas? Os “privados” não vão à falência? Não foram os Estados (dos EUA, do RU, de Portugal, etc.) que evitaram – assumindo as dividas dos privados – o colapso das mega corporações (bancos e seguradoras privadas) evitando (ou pelo menos, adiando) assim o colapso de todo o sistema de financeiro global?

    Sim, os privados vão à falência. Sim os privados vivem de créditos loucos. Sim, os privados assumem dividas impagáveis. Sim, os privados morrem, o tempo todo, por péssima gestão e outros factores.

    Só que o Estado (ou seja, nós todos) não podemos fechar a loja…

  3. Paulo Pereira

    E depois aplaudem o crescimento das exportações para a China, um país que é uma virtude de liberalismo económico como sabemos !

  4. António

    … os “liberais” tanto são a favor da soberania e independência, como são contra o Estado e preferiam acabar com ele. Detestam a UE, mas adoram a Nato e a cristandade católica (ambas supra Estatais). Falam em tradições, mas só são a favor de liberalidades-conservadoras anglo-americanas…

    Até tenho simpatias e tendências liberais. Mas não tão fundamentalistas, não tão esquizofrénico.

    O Estado português existe há mais de 800 anos, com problemas graves de soberania e independencia desde o inicio, e ao longo dos tempos. Nem isso mudou. A única coisa que cá nunca vingou foi o liberalismo. Quando teve alguma força quis acabar com o catolicismo, e mesmo nisso fracassou…

    O Estado existe, vai continuar a existir. Não é melhor nem pior, nem muito diferente do resto da sociedade civil, dita privada. Não há nenhuma separação e diferença essencial entre publico e privado. Sempre e cada vez mais está tudo interligado e interdependente.

  5. ricardo saramago

    As crianças vêm de França, trazidas por uma cegonha.
    As prendas são oferecidas pelo pai Natal.
    O dinheiro vem dos computadores e é oferecido pelos políticos bons ao povo.
    A insolvência resolve-se contraindo mais dívida.
    O socialismo é o caminho para a sociedade da abundância e o fim da História.
    O Estado somos todos nós.
    As crises económicas são provocadas pelas desigualdades.
    O crime e a violência doméstica são fruto do desemprego e da crise.
    Não há rapazes maus.
    …….

  6. António

    E que tal um pouco de realismo:

    O Capitalismo (nome de teoria formulada por Marx para explicar a economia e sociedade do séc. XIX) existe. Com todos os seus problemas, imperfeições, etc. O comunismo e liberalismo nunca existiram nem vão existir, são idealismos utópicos.

    O liberalismo é uma utopia, não muito diferente do comunismo. Quando se tenta impor a utopia à realidade dá me…

    O Capitalismo democrático ocidental é só um modelo possível, e como dizia o outro, é o menos mau. Mas a diferença -para melhor – não será muita, nem constante.

    Dizer que o Estado é mau e culpado de tudo, é igual a dizer que o Estado é bom e solução para tudo.

    Opor e confrontar público e privado, Estado e sociedade civil, é típico tanto de liberais como comunistas, ambos filhos do século XIX, do qual não se conseguem desapegar…

    Qualquer o sistema politico-económico que se aplique nunca será perfeito, haverá sempre ciclos, haverá sempre diferenças, haverá sempre conflitos, haverá sempre instabilidade, etc. É a vida, sem “finais nem inícios da História”.

    Nenhum sistema, mais utópico ou menos, mais à esquerda ou à direita, jamais conseguiu ou conseguirá paz e riqueza global e perpetua. Haverá sempre disparidade, “injustiças”, momentos melhores e momentos piores, etc.

    Mesmo sistemas mistos, com alguma humildade e com algum bom senso tendem a produzir ciclos, com ups and downs…

    O resto, os discursos da esquerda ou da direita, pretensos comunistas e pretensos liberais, é pouco mais do que ódio, frustração e sectarismo… E todos se acham muito libertadores!

  7. Paulo Pereira

    O que eu critico nos pseudo-liberais é que ou não entendem, ou não querem entender, ou então escondem propositadamente o funcionamento do sistema monetário moderno.

    Um liberal não procura esconder a realidade só para satisfazer as suas crenças.

  8. lucklucky

    “A única coisa que cá nunca vingou foi o liberalismo. Quando teve alguma força quis acabar com o catolicismo”

    Acabou de demonstrar que não tinha nada de liberal.

  9. ricardo saramago

    Caro Lucky
    Em Portugal o liberalismo tal como as outras ideologias tendem sempre para jacobinismo e estatização.
    Na nossa sociedade a carne e as convicções são fracas.

  10. António

    Lucklucky,

    A Igreja Católica A.R. sempre foi estatista. Mais do que isso, durante muito tempo foi parte fundamental o próprio Estado, desde logo dominavam todo o aparato jurídico (Inquisição incluída). Ainda mais: a ICAR foi o que hoje é a UE! Lembre-se que para Portugal existir foi preciso pedir e PAGAR ao Papa o nosso reconhecimento… O nosso reconhecimento dentro da comunidade internacional. Os liberais eram contra a ICAR porque a ICAR fazia parte do regime absolutista. De qualquer forma, como é bom de se ver, todo aquele histerismo revolucionário acabou por não mudar grande coisa…E veja que ainda hoje a ICAR é estatista, como se comprova com recorrentes e recentes intervenções dos seus responsáveis, seja através de apelos de tipo socialista em relação aos mais pobres, seja com pedidos para o Estado pagar subsídios para as mulheres ficarem em casa a serem mães-donas-de-casa!

    Os “liberais” de direita insurgentes, embora sejam católicos (só que “não vêm” certas coisas), têm de recorrer a outro imaginário. O anglo-saxónico. Mais especificamente o movimento evangélico americano, herdeiro do movimento protestante, que em parte era contra o Estado, mas acima de tudo era contra o Papado. É no movimento protestante (protestante contra o papa católico) que o liberalismo surgiu…

    Para um católico ser liberal é precisa quase tanta “flexibilidade” como para um comunista ser católico. Mas tudo é possível, como se constata.

  11. António

    “Em Portugal o liberalismo tal como as outras ideologias tendem sempre para jacobinismo e estatização.
    Na nossa sociedade a carne e as convicções são fracas.”

    Bem visto

  12. João

    “Para um católico ser liberal é precisa quase tanta “flexibilidade” como para um comunista ser católico. Mas tudo é possível, como se constata.”

    Mas há comunistas católicos???

    Acho que o senhor está a confundir tudo…

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