A ausência de moral de uns quantos “progressistas” chega a ser assustadora. E o mais perigoso é que certos defensores do aborto incorrem na mesma atitude desumana quando defendem a morte de alguém no ventre, em QUALQUER situação. Nada de novo. No meio do relativismo moral constantemente pregado pela Esquerda desde a sua origem são muitos os atropelos aos direitos naturais de cada invidíduo, onde o Direito à Vida não tem sido mais que um empecilho no caminho do interesse social, colectivo, nacional ou o que quer se seja “avant-garde” em determinado contexto. A mesma ausência de valores, o mesmo desprezo pelo indivíduo presente nos Jacobinos, nos seus sucessores modernos – os Fascistas, Nazis e Comunistas – e nos seus respectivos herdeiros ideológicos: a Esquerda Moderna. Tudo parte da mesma família, Tudo Bons Rapazes.
Não estou contudo a afirmar que estes senhores são de Esquerda ou que o infanticídio é uma ideia de Esquerda. Estou simplesmente a concluír que este tipo de ideias não só surge de um relativismo moral ou, digamos, de uma espécie de caixa de pandora aberta por uma determinada linha de pensamento (a já referida), como tem todas as condições para, no futuro, se entranhar e florescer neste meio e para vir a ser defendida em público por ilustres sociólogos, políticos e burgo-revolucionários. Os quais serão, por sua vez, docemente acarinhados pelos mundo académico em peso, com o Dr. Boaventura à cabeça.
“When law and morality contradict each other, the citizen has the cruel alternative of either losing his moral sense or losing his respect for the law.” – Bastiat
Embora não concorde com esta visão, só quero destacar a coerência destas pessoas : “matá-los, logo nos primeiros dias de vida, não é muito diferente de fazer um aborto.” Isto é algo que muita gente que defende o aborto não entende…
Sem dúvida tiago.
Este tipo de raciocínio pertence à família dos que defendem a eutanásia e outras coisas do mesmo estilo.
Não tem nada a ver nem com a esquerda nem com o aborto nos primeiros três meses de gestação.
É um raciocínio economicista do pior, raciocínio este que foi adoptado por alguma pseudo esquerda onde pontifica o BE.
O que está na base de tudo é que custa dinheiro suportar uma criança que pode ser deficiente ou um idoso, em princípio improdutivo. E estes raciocínios foram-nos impostos pela corja de economistas que desde o último quartel do Século passado foram dominando a política e os cidadãos.
“A mesma ausência de valores, o mesmo desprezo pelo indivíduo presente nos Jacobinos, nos seus sucessores modernos – os Fascistas, Nazis e Comunistas – e nos seus respectivos herdeiros ideológicos: a Esquerda Moderna. Tudo parte da mesma família, Tudo Bons Rapazes.”
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ainda faltam os Liberais…não se esqueça! então em Portugal grande parte da Direita que se encontra no poder foram a favor do Aborto! Passos Coelho, Carlos Abreu Amorim, Assunção Esteves, Rabi Viegas,etc… O Jornal Expresso-Publico-DN-Prisa ( todos fizeram camapanha a favor do Aborto…), até os Judeus afirmaram que o Papa João Paulo II, não podia comparar o Aborto ao Genocidio…palhaços!! a Esquerda Moderna!!?? qual Esquerda Moderna!!?? Regime da III-Republica…quando existe uma Assembleia da Republica, dominada pela Jacobinada-Maçonica, está tudo dito…não se esqueça dos Liberais Judeus…
O Raio, que tem a ver a eutanásia com isto ? A eutanásia, quando voluntária é uma opção do invidívuo. Não compare. E quanto ao BE, junte-lhe uma boa parte do PS e a JS em peso.
tric, em primeiro lugar é discutível se podemos apelidar de Direita toda essa gente que referiu. Em segundo lugar, uma coisa é a defesa do aborto em certos casos e a outra é a do aborto indiscriminado e financiado pelos contribuíntes, que é precisamente o caso português em que ja existem pessoas – com perfeitas condições para suportar a criança e sem perigo de saúda para as mesmas – que já vão no 3º.
Ainda gostava de saber o que as pessoas querem dizer com “relativismo moral” – se querem dizer dizer aquilo que eu sempre aprendi como sendo “relativismo moral” (que os valores são diferentes em diferentes lugares, culturas e épocas históricas), a mim parece-me que (desde que se fala em Esquerda e Direita) é a Direita que é relativista (com Edmund Burke a dizer que não havia “rights of men” mas “rights of englishmen” e De Maistre a dizer que não havia homens mas só Franceses, Russos, Persas, etc.) e a Esquerda que é universalista (inclusivamente ao ponto de por vezes querer exportar a Revolução pelas armas).
Mas, para falar a verdade, na curta passagem de olhos que dei pelo texto também não ví lá nada de relativista – pelo que percebi, os autores não estão a fazer um argumento a favor do legitimidade do infanticidio na civilização ocidental dos príncipios do século XXI, ou coisa do género; parecem-me estar a argumentar a favor da legitimidade do infanticidio em abstracto, em qualquer época e lugar.
Miguel Madeira, é precisamente a Esquerda que faz a apologia do teor teocrático dos Islamismo militanto ou das especificidades revolucionárias da América Latina, da subsmissão da mulher em inúmeras de cultura, evocando esse mesmo relativismo. E tem sido a Direita a evocar a Liberdade e a Democracia como valores Universais quando a Esquerda afirmava que cada caso é um caso. Aliás, foi esse o argumento pela defesa da brutalidade dos Bolcheviques no contexto russo ou do ISI na América do Sul.
O Raio (3),
O argumento a favor do aborto a pedido nos três primeiros meses de gestação (a mulher é dona do seu próprio corpo) não se esgota nesse período e é aplicável até ao momento do parto. Os dois referendos incluiam o limite das 10 semanas pela única razão de que, não estabelecendo um limite baixo, o aborto a pedido seria recusado de forma esmagadora.
Mas pergunte a qualquer um que tenha estado na linha da frente na defesa do “Sim” e ser-lhe-á dito que nenhuma mulher deve ser condenada por abortar na 11ª semana de gestação, na 12ª, na 13ª ou na 20ª. O que essas pessoas (e uso aqui o termo em sentido lato) na realidade defendem é o aborto a pedido até ao termo da gravidez. Ainda não de forma explítica e pública mas lá chegaremos.
A defesa do infanticídio, eufemisticamente chamado de “aborto pós-parto” pelos dois “investigadores”, tem que ser vista segundo dois aspectos.
Em primeiro lugar, a progressividade.
Como referi acima, o argumento de a mulher ser “dona do seu corpo” será cada vez mais usado para justificar o aborto a termo, apesar de esse argumento não fazer sentido a partir do momento em que o feto se torna viável fora do útero.
Quando se chegar ao aborto a termo a pedido, coloca-se a pergunta inevitável: qual é a diferença entre um feto minutos antes do parto e um recém-nascido que dê ao segundo o direito à vida e não o dê ao primeiro? Localização?
A resposta inevitável é: nenhuma. Só que enquanto os “defensores da vida” concluirão que isso significa que o aborto a termo é imoral, os “outros” concluirão que, se o aborto a termo é aceitável, o “aborto pós-parto” também. É nesse estádio “de evolução social” que estes dois “investigadores” estão.
Mas há quem já esteja no estádio seguinte: a criança é propriedade da mãe e esta, não podendo matá-la nem torturá-la, não é obrigada a alimentá-la, podendo legitimamente deixá-la morrer à fome. Eu também não acreditei até o ler em http://mises.org/rothbard/ethics/fourteen.asp.
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O segundo aspecto segundo o qual a defesa do “aborto pós-parto” tem que ser vista é o da táctica.
Quando o caminho a percorrer é longo, uma forma de o “suavizar” é dividi-lo em pequenas etapas e comparar a primeira das que faltam com tudo o que falta percorrer. Por comparação, a próxima etapa torna-se simples e acessível. Depois dessa etapa completada, a seguinte é também simples e acessível comparada com o resto do percurso e assim sucessivamente.
No caso do aborto, alguém vir a público na defesa do infanticídio faz quem defenda que as mulheres não devam ser condenadas mesmo que abortem depois da 10ª semana parecer razoável e moderado. E muitos, mesmo não concordando com o prolongamento do prazo, verão esse prolongamento como inevitável e “menos mau” do que o que alguns “extremistas” defendem.
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A implementação do aborto a pedido até às 10 semanas está a ser um fracasso em toda a linha. Tudo o que os defensores do “Não” previram (e pior) e que os defensores do “Sim” negaram está a confirmar-se:
– aumento do número de casos de aborto;
– reincidência;
– maior número de casos é de mulheres a partir dos 24 anos e com formação (secundário ou universitário);
– prioridade no atendimento hospitalar;
– completa gratuitidade (nem sequer pagam taxas moderadoras);
– licença de aborto;
– não obrigatoriedade das consultas de planeamento familiar (está na Lei mas não é respeitada);
– o limite das 10 semanas é ignorado, se não nos hospitais (onde vejo como muito mais provável que as datas sejam manipuladas do que se recuse um aborto à 11ª ou à 12ª semana de gestação) pelo menos em termos criminais.
Se tudo o que acabou por ficar na Lei tivesse sido assumido na campanha, acha mesmo que o “Sim” tinha ganho? Eu não.
Mas é tudo uma questão de táctica.
Com mentiras e muita gritaria e consegue-se “meter o pé na porta” (aborto a pedido até às 10 semanas).
Depois, sem alarido, vai-se muito além do que foi “garantido” (licença de aborto e o limite das 10 semanas é ignorado).
Quando a realidade põe as mentiras a nú, mais gritaria contra os “ratos de sacristia” e “inimigos do progresso social”.
A seguir, as mulheres que abortam fora do prazo legal já não serem “perseguidas” justificará que essa “evolução” se reflicta na Lei e o prazo será alargado até deixar de existir.
O aborto a termo a pedido será uma questão de tempo e, a seguir, a defesa do infanticídio. Tudo em nome do progresso social e dos avanços civilizacionais.
Não acredita? E acredita que as mulheres que abortem por sua opção gozam de uma licença paga de 14 a 30 dias?
Ricardo: bom post e obrigado por trazeres uma noticia que me passou despercebida, até porque não costumo ler o CM.
Anyway,
Acho importante referir que o probelma de fundo, na minha ótica, prende-se com as aleterações axiológicas que se andam a processar na sociedade actual, muito fruto do afrouxamento do papel que a Igreja desempenhava até ao fim do séc XIX. Esta apologia da amoralidade é tipica, a meu ver, de uma fase de transição de quadros de pensamento.
Mas para quem possa concordar com a ideia veiculada na noticia (que o infanticidio seria admissivel porque a o recem-nascido não tem ideia de si enquanto pessoa e, por tal, não o é (que nada mais é que o velho cogito ergo sum sem amarras morais), se aplicado radicalmente, pode importar a justificação do homicidio não só de quem nunca foi capaz de tal consciencia (por algum problema mental), como o de alguem que esteja ainda que circunstancialmente privado dessa ideia (como um coma).
Mas enfim, opiniões idiotas sempre existiram e continuarão a existir. Os meus parabéns ao editor do jornal que optou por não censurar a opinião desses ilustres acedimcos.
7 – o argumento tradicional da direita para defender o apoio aos regimes militares sul-americanos era também exactamente a especificidade sul-americana, e aquels argumentos estilo “a democracia liberal é um fruto de século de história da civlização anglo-americana e não é exportável; deixar cair esses regimes só vai abrir caminho para o comunismo”.
e desde quando é que a esquerda defende a submissão da mulher (em nome de especificidades culturais ou otras quaisquers)? Pegue em qualquer texto da Frente Polisário, da Frente Democrática de Libertação da Palestina, da Organização de Libertação do Afeganistão, do Partido do Trabalho do Paquistão, dos Mujadeins ou dos Fedains do Povo do Irão ou de qualquer grupo do género – se eles passam o tempo todo a martelar nalguma coisa, é na “emancipação da mulher da opressão patriarcal-feudal-reaccionária” e adoram apresentar mulheres em postos importantes ou frisar que tantos % dos seus combatentes são mulheres.
Diga-se que em nem percebo como é que alguém pode negar que, tradicionalmente, a direita defende os particularismos nacionais, regionais e locais e a esquerda os modelos universalistas (muitas vezes com grandes palavras em letra grande); afinal, por vezes isso até é apresentado quase como a diferença essencial entre as duas. Aliás, um dos argumentos dos críticos de direita do Bush 43 para demonstrar que ele era uma espécie de esquerdista disfarçado era exactamente as suas pretensões de democratizar o mundo árabe.
Já agora, o que é o ISI (não está a falar dos serviços secretos paquistaneses, pois não)?
[reconheço que a discussão já está a sair muito do ponto inicial]
Quando se perde a noção de direito natural e se adopta o direito positivo emanado de uma vontade geral o que temos é a deturpação da ética e moral. A única justificação minimamente consistente (mesmo que não se concorde com ela) é a liberdade da mãe praticar o acto altamente imoral de expulsar o feto do seu corpo, matar deliberadamente fora do corpo não tem justificação possível e deve ser tratado como um assassínio.
“E acredita que as mulheres que abortem por sua opção gozam de uma licença paga de 14 a 30 dias?”
Pela lei, só em “situações de interrupção de gravidez impeditivas do exercício de actividade laboral, medicamente certificadas” [pdf, ver artº 10]; diga-se que não faço ideia se na prática é só assim, ou se os médicos passam o atestado a qualquer pessoa que faça um aborto, mesmo que esteja ótima
Ricardo Lima
“…e nos seus respectivos herdeiros ideológicos: a Esquerda Moderna. Tudo parte da mesma família, Tudo Bons Rapazes.
Não estou contudo a afirmar que estes senhores são de Esquerda ou que o infanticídio é uma ideia de Esquerda”
Não está a afirmar mas está a insinuar, que é praticamente a mesma coisa.
“…financiado pelos contribuíntes…”
Então a defesa da vida afinal é uma mera questão economicista? “É um raciocínio economicista do pior”
“…em QUALQUER situação.”
Exclui situações como a violação?
Se sim, o feto gerado durante uma violação deve ser condenado com a pena capital por um crime que não cometeu?
Eu quero ter comentários como estes no meu post sobre o mesmo tema =P
14 – tem que começar a postar ao almoço em vez de ao fim do dia
“Eu quero ter comentários como estes no meu post sobre o mesmo tema =P”
Também tem a ver com a forma como se apresenta a coisa: “Esquerdas Coerentes: Aborto Pós-Natal”
O relativismo moral nega que haja absolutos morais, ou seja, que haja actos intrinsecamente bons ou intrinsecamente maus.
É ler «Veritatis splendor».
17 – Penso que não é exactamente isso que significa “relativismo moral” – creio que “relativismo moral” significa achar que o bem e o mal variam com as épocas e os lugares (que o que é o bem em Portugal em 2011 não seria necessariamente o bem numa tribo de burgundios em 411); é verdade que isso, realmente, implica negar absolutos morais, mas não é idêntico a negar absolutos morais (é possivel negar absolutos morais sem ser relativista – p.ex., alguém que diga que não há diferença entre o bem e o mal, em vez de dizer que essa diferença muda com o tempo e o lugar; p.ex., um relativista poderá dizer que uma mulhar andar de cara destapada em Riade ou de burka em Paris ou em Damasco é “mau”, enquanto alguém que ache que não há diferença entre o bem e o mal dirá que nenhuma das situações é boa ou má).
por princípio sou contra o artigo, mas penso que qualquer liberal devia sublinhar a posição do editor, independentemente da sua opinião face ao que está escrito: “O que é mais perturbador não são os argumentos deste artigo, nem a sua publicação num jornal sobre ética. O que perturba é a resposta hostil, abusiva e ameaçadora que desencadeou. Mais do que nunca a discussão académica e a liberdade de debate estão sob ameaça de fanáticos que se opõem aos valores de uma sociedade livre”
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