“(…) Portugal é um dos países com maior consumo de medicamentos do mundo. Gastamos 10% acima da média da OCDE e 40% acima de países como a Dinamarca, que tem um sistema de saúde exemplar. Os medicamentos são importantes, mas o seu consumo excessivo é prejudicial à saúde e contamina o meio ambiente. Ora como é possível conciliar este desperdício, comparticipado pelo Estado, com a visão fundadora do SNS? Não é evidente uma deriva estratégica?
Relativamente às cataratas. Em Portugal efetuam-se cerca de 150.000 operações às cataratas/ano. Presumo que todas com boas justificações clínicas; mas a verdade é que atingimos um rácio que é o dobro do doutros países desenvolvidos. Será que este esforço ainda se pode enquadrar na “proteção do direito à saúde”? Especialmente quando o sistema está em rutura financeira e os recursos escasseiam noutras áreas. Não é evidente uma alocação errática de recursos, demonstrativa da ausência de estratégia?
Como as necessidades das pessoas (em saúde e não só) são infinitas e os recursos são finitos, era absolutamente previsível que esta deriva para “dar tudo a todos” ia ser fatal. A bandeira, o sinal de alarme, de que algo vai muito mal é o défice do Ministério da Saúde e as dívidas acumuladas, que colocam as unidades de saúde em situação de falência técnica. Organizações falidas deslizam para o caos, na sua luta pela sobrevivência, e tornam-se ingovernáveis.”, um excelente artigo do meu amigo Joaquim Sá Couto (via Portugal Contemporâneo).
Tudo uma cambada de piegas. E hipocondríancos, também. É deixá-los morrer a todos. Deve ser esse o grande designio nacional de uns quantos javardolas que acham toda a despesa pública como desnecessária. Menos no tempo em que berravam contra as propinas…
Entretanto, o elogio aos manifestos pelo investimento público parece estar de volta:
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2012/02/contra-economia-de-austeridade.html
Bem sei que isto é uma transcrição, e o Ricardo Arroja que a leu não sofre de cataratas, porque se sofresse não a lia.
O rácio dobro do de outros países desenvolvidos, refere-se especificamente às operações às cataratas ? Foram operações a mais ? Porquê ? As pessoas não tinham mais nada para fazer e vai daí, vamos a uma laserada nos olhos ??!! Cataratas é, portanto, um estado de espírito e a malta uns piegas !!