Sei que há muitas pessoas que simpatizam com as ideias iniciais da União Europeia que se prendiam com livre movimento de capitais, bens e pessoas; em suma, de livre mercado. Esta visão não está naturalmente correcta, visto que a UE é um bloco proteccionista, mas de facto a ideia de que a UE começou bem e depois perdeu-se é comum. Porém, se olharmos ao objectivo da UE (“ever closer union”), o que está em causa é a transferência de competências dos Estados para o Estado centralizado de Bruxelas. A UE apoiou de início boas ideias como a do livre mercado para retirar instrumentos políticos aos Estados nacionais, mas nunca disse que não sempre que havia a possibilidade de adquirir mais umas competências (intervencionistas). Agora finalmente mostra as suas garras de forma agressiva porque vê o seu projecto de centralização ameaçado pelos “mercados”. Isto para dizer que ter apenas livre mercado nunca foi a intenção do projecto europeu, e provavelmente nunca será.
“…Agora finalmente mostra as suas garras de forma agressiva…”
Se tivessemos as continhas nacionais equilibradas -como devia ser- a UE não estava a mostrar nem “garras” nem era “agressiva”.
Culpar os outros (UE) pelos erros cá cometidos -e sabemos por quem- não leva a nada.
Seria melhor apontar tanta artilharia a quem, por má administração da coisa pública, causou, cá, o mal.
Quanto à UE, não são garras agressivas; são tabéfes a menino mal comportado. Não se portou bem, é castigado. Não gosta ?. Olhe, … saia de casa.
PS. Se não percebe, desculpe lá, mas, por favor, deixe os “mercados” em paz.
De proteccionista a UE tem muito pouco. Com efeito, escancarou as portas às importações de produtos manufacturados no extremo-oriente. E foi aí que a Europa deu início ao seu inexorável declínio.