Além da irresponsabilidade política que grassa na Madeira, existe um problema na maioria das vezes esquecido: a impossibilidade de quem paga as obras na Madeira não poder castigar os governantes daquela ilha. Se parte das receitas da Região Autónoma advêm de transferências do governo central, quem paga não bufa. Lembram-se daquele princípio básico para qualquer sociedade democrática? No taxation without representation. Em Portugal, e no que diz respeito à Madeira e ao financiamento das autarquias locais, não existe.
É importante que nos demos conta do seguinte: esta crise não põem apenas em causa o euro e, com ele, a União Europeia. Questiona a própria organização do Estado português. Atenção que não sou contra a existência de Regiões Autónomas. Apenas entendo que a auto-suficiência financeira é obrigatória para que haja verdadeira autonomia política. Se não percebermos isto, não me admira que ainda venhamos a discutir o fim das Regiões Autónomas.
Exactamente o mesmo pensamento se pode aplicar a Países do Norte da Europa vs. países do Sul.
Então nunca foi realmente uma região autónoma? Nunca me tinha ocorrido…
Precisamente. E o mesmo para as Câmaras Municipais. Que aliás devem ser definidas pelas populações com as pessoas a poderem escolher quando estão na fronteira e a sua existência.
A propósito de “acabar e fundir” divisões territoriais.
E no Continente, também, #3 “… a poderem escolher …” ao grupo regional/cultural/social/administrativo a que querem aderir?.
Porque não sufragar as preferências das populações -na sequência de uma campanha de esclarecimento, os prós e os contras, levada a cabo com os paladinos dos diferentes interesses- também no Continente, localmente. Não sería isso a Regionalização?