Estou em Portugal há três semanas e cada vez que ouço ou leio “governo”, vejo também “subida de impostos” ou “novos impostos”. Até já ouvi umas conversas sobre um “tgv”, e acho que não foi para encerrar definitivamente o assunto. Por um momento, cheguei a pensar que os eflúvios de New Orleans, onde estava no dia das últimas eleições portuguesas, me tivessem toldado o juízo, e que, afinal, José Sócrates havia sido reconduzido no cargo de primeiro-ministro. Mas não, fui confirmar, e não. A mescla de ostras, Bloody Mary e quarenta graus à sombra não me afectou a percepção. É mesmo o tal grupo de “neoliberais” que agora está ao leme, aquele grupo com o qual os socialistas tentavam (e tentam) assustar as criancinhas que não comem a sopa e os adultos que não podem viver sem o Estado. Como já aconteceu noutras ocasiões, as notícias da chegada do liberalismo eram exageradas. Muito bem, meus senhores, continuem assim. Quanto mais escarafuncharem a base, quanto mais esmifrarem os já débeis pilares que aguentam com tudo isto, maior será a derrocada. Que a terra vos seja pesada.
Tem toda a razão. Que a terra lhes seja pesada.
Eu acrescento;que a terra lhes seja leve como o chumbo.