“António José Seguro esclareceu ainda ter pedido hoje “ao grupo parlamentar que encontre formas eficazes, justas e equitativas que possam acompanhar este movimento europeu que está a nascer” para que de alguma forma se possam “taxar os dividendos e o património”. “Todos os portugueses, em particular os que mais têm, têm que ser neste momento chamados a dar o seu contributo”, salientou.”, no Diário Económico online.
Enfim, eu continuo com uma certa esperança (mas não mais do que isso) que o Governo não irá lançar-se no pântano das más políticas, mas nesta rábula do tributo sobre os ricos há um aspecto que merece ser realçado: se, hoje em dia, os políticos, para parecerem sérios, credíveis e responsáveis, têm de defender ideias como aquela, então, quero lá saber do “mainstream”. Prefiro outras palavras, como estas em baixo:
“Criar impostos, nomeadamente como aqueles que se estão a congeminar, sobre o património é uma espécie de nacionalização. Compreendo a ideia como usurpação ao bom estilo do xerife de nothingham, mas não aceito. Não aceito. Não aceito porra. Mais vale não ter património nesse país, bolas. Então um gajo investe e compra umas cenas, paga os impostos todos inerentes à criação de dinheiro para comprar património; paga-se irs sobre os rendimentos, paga-se sisa ou imi e impostos de selo para escriturar e mais a puta que os pariu e depois vem estes gajos e pimbas nacionalizam o patrimonio. É pagar e não bufar e se bufar penhoram os imoveis. O melhor mesmo é não ter absolutamente nada. Nada. Já ouvi falar até que se aproximava um segundo confisco do ouro, ora bolas.”, nosso leitor RB num comentário (#7) neste post.
não considerando o aumento de impostos uma boa medida no geral não podemos deixar de nos debruçar sobre uma certa injustiça fiscal comparando franjas distintas da sociedade. Especialmente se considerarmos dois pontos, que nem sempre ter o maior patrimonio equivale à criação de riqueza, e que existem ferramentas de fuga ao fisco apenas ao alcance dos mais abonados. Sendo a pobreza na maioria dos casos uma contingência já de si infeliz não deve ser alvo de punição suplementar.
O pobre inseguro homem, agarrou-se, insane, mas denodadamente, à primeira fraca causa que lhe puseram à frente.
A sempre desfazada da realidade, esquerda portuguesa -a Europa aonde nos meteu, à falsa fé, não era, nem nunca poderia vir a ser, socialista- mãe de todos os desastres em que estamos mergulhados -o pai sabemos quem é- está incapaz de raciocinar em termos de estado. Se calhar nunca esteve.
Afinal nunca precisou de merecer o poder. Sempre o recebeu, repetidamente, de mão beijada…
Caro Ricardo,
Está a tornar-se estranho viver em Portugal. Fiz umas contas nas costas de um envelope e aparentemente mais vale a minha mulher(*) deixar de trabalhar. Com a alteração de escalão IRS, o que poupo deixando de pagar o colégio para a minha filha, os custos de deslocação para ir trabalhar quase que compensa ficar em casa (lucro de pouco mais de 200€).
Como é possível ser mais rentável não trabalhar? Que futuro nos espera se é mais rentável ficar em casa? De notar que somos os 2 trabalhadores qualificados?
Isto não pode ser. Trabalhar tem de compensar mais do que ficar em casa. Não há futuro se não compensa trabalhar.
Que futuro deixo à minha filha?
Isto não pode continuar assim! Não pode continuar.
Alberto
(*) É quem ganha menos no casal.
Muitos mais estão a chegar à mesma conclusão.
Sai mais barato não trabalhar e pelo menos pode-se preguiçar.
A taxa de imposto para os escalões mais altos (IRS+SSocial) já está nos 75% e, pelo que tenho ouvido, ainda querem mais.
Pelos vistos os “ricos” pagam pouco.
Um dia destes, quando precisarem dum médico competente, não arranjam.
Já hoje na função pública um médico especialista ganha 12 euro à hora líquido.Se for trabalhar por conta própria paga entre 50 e 75% de imposto.
Quando precisarem dum cirurgião, de um otorrino ou de um ortopedista, vão a um talho ou a um canalizador que esteja no fundo de desemprego.
Há alguns anos, conheci em Cuba, um engenheiro que ganhava a vida a fazer cortes de cabelo clandestinamente.
Explicou-me que, o que mais lhe custava, era a impossibilidade de sair da pobreza pelo seu trabalho, só restando à sua geração a clandestinidade (com risco de prisão) ou a fuga (com risco de vida).
Hoje quando penso no futuro da minha filha, só lhe recomendo a emigração, que os que cá ficarem ou se entregam à clandestinidade para pagar as contas, ou não passam da cepa torta.
Já há uns anos que não vale a pena para muita gente trabalhar.
É preciso ter em conta que parte da animosidade contra os ricos tem algum fundamento. É que em socialismo os piores estão em cima. E se é fora de dúvidas que há ricos de categoria, em Portugal poucos há e poucos restam. Acresce ainda o facto de muitas das actividades e profissões que hoje em dia enriquecem provocam envilecimento. E assim, à canalha que o socialismo enriquece juntasse a vulgaridade dos plutocratas, burocratas e comerciantes.
” A classe substancial de um país é a dos agricultores, pois o que produzem não lhes provém apenas do seu trabalho, uma vez que a natureza contribui muito para o produto final, ao passo que nas outras profissões tudo o que produzem lhes vem do trabalho.” Aristóteles
Sai sempre mais barato os filhos serem educados pelos pais…
Ricardo
Esta medida tratada de forma tão mediática surgiu-me desde o início como uma grande farsa a juntar a tantas outras grandes farsas com que se tenta distrair as massas. Distrair de quê?
Da incapacidade de tratar dos assuntos fundamentais: o crescimento económico. Que, por sua vez, exige cortar na despesa estatal, esse peso que sufoca a economia, produzir e exportar.
Também é incrível a imagem que os políticos têm das massas: completos ignorantes, distraídos e masoquistas.
Ana