Paul Krugman, Prémio Nobel de Economia, a propósito do sismo que atingiu ontem a Virginia.
Podem ver o que está a passar no twitter procurando por #KrugmanStimulus mas para ficarem com uma ideia da coisa, deixo-vos este exemplo:
“A single murder creates jobs for police, detectives, funeral directors, etc. I’m just saying. #KrugmanStimulus“
Leitura complementar: Paul Krugman, Slavoj Žižek e a invasão dos extraterrestres keynesianos
Update: Parece que afinal não foi o Krugman que o disse mas um tipo que se fez passar pelo Krugman e que adaptou livremente algo que o Krugman verdadeiro disse múltiplas vezes.
O facto de os noruegueses terem dado um prémio Nobel da economia a um maluco destes é bem a prova do mal que a perpetuação da governação socialista está a fazer na Noruega.
Até eu, um ignorante económico, conheço isto: http://en.wikipedia.org/wiki/Parable_of_the_broken_window.
(Tomás, tens estado em óptima forma. Pede lá aos teus companheiros de blogue para renovarem o design do blogue, isto parece saído de um template do Powerpoint.)
Este tipo reclama ter sido o autor.
http://campaignfix.com/2011/08/24/paul-krugmans-google-account-is-fake-i-know-because-i-created-it/
O próprio Krugman já veio dizer que não foi ele: http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/08/24/identity-theft/?smid=tw-NytimesKrugman&seid=auto
Pensando melhor talvez não, porque uma grande destruição aumentava a procura agregada mas também poderia reduzir fortemente a oferta agregada, sendo o efeito final sobe o crescimento económico incerto
(antes do 5, fiz um comentário que se perdeu, dizendo que, segundo o modelo económico keynesiano, essa passagem seria perfeitamente lógica, já que durante uma recessão e uma armadilha de liquidez a “janela quebrada” não seria uma falácia)
ó ramiro marques, informe-se um pouco melhor.
Mesmo não sendo verdade que tenha sido Krugman a escrever a coisa, o facto é que ela (coisa) é totalmente sobreponível a, por exemplo, esta outra: «[I]t took an enormous public works program known as World War II to bring the economy out of depression», relativamente à qual não há dúvida alguma sobre a autoria das declarações. A enormidade é a mesma.
Eduardo, nesse caso a enormidade até me parece bem pior. Enquanto um terremoto é uma catástrofe natural, a II Guerra Mundial foi produto da acção humana.
Há várias dele assim.
Sobre o 11 de Setembro:
“First, the driving force behind the economic slowdown has been a plunge in business investment. Now, all of a sudden, we need some new office buildings. As I’ve already indicated, the destruction isn’t big compared with the economy, but rebuilding will generate at least some increase in business spending.”
http://www.nytimes.com/2001/09/14/opinion/reckonings-after-the-horror.html?pagewanted=2&src=pm
“And yes, this does mean that the nuclear catastrophe could end up being expansionary, if not for Japan then at least for the world as a whole. If this sounds crazy, well, liquidity-trap economics is like that — remember, World War II ended the Great Depression.”
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/03/15/meltdown-macroeconomics/
Bem, segundo ele (e contra o que eu escrevi) não teria lógica:
“Just to be clear: World War II was expansionary because it led to a large increase in public spending (…) Meanwhile, natural disasters in America don’t lead to big public spending increases — look at how pitiful the aid post-Katrina was.”
Para a malta “austriaca” os factos não interessam para nada, porque confundem economia com filosofia/ideologia.
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Na 2ª Guerra a esmagadora maioria dos fornecimentos bens militares nos EUA e R.U.foram feitos pelo sector privado e pagos pelo estado.
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No final da guerra o sector privado voltou a fornecer bens de consumo normais e apesar dos deficits terem sido altissimos esses países não foram à falência , demonstrando que a teoria Keynesiana é 100% correcta.
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Alias, basta perceber que estamos num regime de fiat-money para que por definição seja assim.
Samuel,
É estrutural a convergência entre os estatistas (neocons ou “liberais”) e a teoria keynesiana em que esta serve e “justifica“, objectivamente, todos os actos daqueles (que signifiquem mais despesa pública, claro).
Paulo Pereira, o desejo de Krugman de que sejamos invadidos por extra-terrestres para nos tornarmos economias de guerra é também ele todo muito factual e obviamente só poderia mais uma vez comprovar que a teoria keynesiana está certa. O mal de muitos economistas é terem-se esquecido que também a economia é uma ciência social.
Eduardo, de facto, mas depois os libertários e liberais clássicos é que são ideológicos….
Paulo Pereira ainda não percebeu que o mundo estava muito mais pobre em 1945 do que em 1939 ?
Paulo Pereira parece achar que para o bem-estar dos americanos é irrelevante que a economia produza obuses, aviões de combate , dronesou tomahawks versus electrodomésticos, automóveis ou simples comida.
E, já agora: saberá o Paulo Pereira que as indústrias americanas durante a II GG estavam proibidas de aumentar os salários dos seus trabalhadores e que para tornear essa proibição alguns dos empregadores começaram a “oferecer” seguros de saúde exactamente nessa altura ?
O que a 2ª Guerra mundial provou nos EUA e R.U. é que é possivel levar a despesa pública e a capacidade produtiva a niveis muitissimos elevados, mantendo a propriedade privada e todo o sistema monetário/bancário a funcionar.
Claro que não seria preciso essa experiência, bastaria perceber como funciona um sistema monetário moderno (ver também Abba Lerner ).
É pena é que em vez de armas e soldados a economia poderia estar a produzir comida, casas, electrodomésticos, carros, educação, saúde, lazer, etc
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As tretas austriacas pseudo-económicas foram completamente desacreditadas, mas depois vêm tentar reescrever a história à boa maneira comunista/fascista.
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Os EUA não precisam de extraterrestres para nada, já que gastam mais de 800 mil milhões de dolares por ano na defesa e afins, que é mais do que todos os países desenvolvidos gastam juntos e é mais de 50% do deficit publico.
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É a teoria final.
Depois de terem tentado resolver a crise de endividamento, com mais endividamento, reconhecem que a “teoria económica” parece não estar a funcionar.(Krugman dixit)
Mas ninguém os apanha desprevenidos, agora adoptaram uma forma extremista de destruição criativa:
Não há crescimento? Faça-se guerra. Se não houver inimigo disponível, sempre se pode recorrer aos marcianos.
É bué social democrata
Os EUA já gastam na defesa como se estessem a ser atacados por extraterrestres : MAIS DE 800 MIL MILHÕES POR ANO !
“Deficits don’t matter ! ” -ver Reagan e Bush Cheney
Em vez da Say’s Law que Keynes (e Krugman e todos os outros) diz que Say disse (não disse desta forma): Production creates its own demand (e que até está correcto se pensarmos que a produção de algo só tem lugar para se constituir como procura para trocar por outro produto), temos as #KeynesLaws (minha autoria):
Spending creates its own Income
Investment creates its own Savings
Consumption creates its own Production
exacto, chama-se a isso capitalismo num regime de fiat-money (quase todos os países do mundo).
é uma grande invenção não acha ?
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Não tarda nada vai entender o que Keynes sempre disse : eu sou um liberal, mas percebi como funciona a economia !
“Os EUA já gastam na defesa como se estessem a ser atacados por extraterrestres : MAIS DE 800 MIL MILHÕES POR ANO !”
Os resultados dessa espectacular orgia keynesiana?
“é mais de 50% do deficit publico.”
E?
E … por isso não é preciso chamar os marcianos.
Paulo Pereira
Depois o Jean-Baptiste Say é que era maluco. A criação de moeda não faz magicamente aparecerem os recursos necessários a suportar o período deficitário de todo o investimento inicial, apenas desloca o ónus desse investimento sobre todos os outros e distorcendo incentivos (por exemplo: taxa de juro é artificialmente mais baixa para quem toma crédito).
Carlos Novais
O Say não era maluco, apenas não entendeu como você parece não entender a relação de causalidade na economia, nem tinha tido a oportunidade de viver numa época em que o dinheiro é “fiat-money”.
A frase que você apresenta não explica nada ,porque não apresenta a relação da causalidade temporal, é um exercicio de retórica apenas.
A causalidade numa economia moderna onde todas as transações são em dinheiro vai da procura para a oferta e para haver procura é preciso haver dinheiro e para haver crescimento da procura (crescimento económico) tem de haver crescimento do dinheiro antes !
E num regime de fiat-money o dinheiro por definição vem do estado.
Veja o exemplo da 2ª guerra nos EUA e no R.U. onde mesmo com investimento em recursos inuteis a economia cresceu mantendo-se essencialmente a produção no sector privado.
Imaginemos uma situação típica de investimento inicial e vamos até torná-lo o menos oneroso possível em termos de capital, dado que é efectuado com todos os bens adquiridos em regime de leasing com uma renda mensal. Assim a cada mês existem custos de leasing mensal (imaginemos fixos) e de salários.
Momento 1 = Cash-Fow negativos = -l1-S1; Vendas_1 (ou CF positivos) = + 0
Momento 2 = -I1-S2; Vendas_2 = + 0
….
Momento n de equilíbrio = -In – Sn = Vendas_n
Até ao momento de equilíbrio em termos monetários o que paga salários e leasings? em termos reais, onde estão os recursos de alimentos,etc, para estarem disponíveis para os trabalhadores?
Só a poupança monetária prévia pode em termos monetários ser usada para cobrir CF negativos (o que garante em termos reais a sua expressão em bens reais, como alimentos, etc).
Usando um processo monetário de criação moeda para expandir crédito isso garante uma tx juro artificialmente baixa pela diluição de poder de compra de quem possui moeda e adicionalmente dá um incentivo e sinalização errado ao investimento por distorção da taxa de juro e preços, criando uma bolha nos bens de capital e bens reais (afastados dos bens de consumo) por doses adicionais de crédito.
O que se passa em termos reais é que existe temporariamente destruição de capital/poupança real que temporariamente suporta o acréscimo adicional de actividade económica mal dirigida (como quem vende uma casa para temporariamente aumentar o consumo). Até.
Infelizmente abundam os “Keynesianos” que inventam um Keynes à sua medida. Não conhecem e não entendem os contributos de JMK para a política económica, nem as circunstâncias históricas.
Lêem umas coisas em 4ª mão e, tal como os cristãos evangélicos adaptam as circunstâncias aos versículos da Bíblia, mandam uns bitaites, cheios de certezas sobre o céu e o inferno.
Serve para consolar assembleias de crentes desesperados (o que não é pouco), mas em nada fazem avançar o conhecimento e as sociedades.
Ricardo Saramago: não há jeito maneira de encontrar qualquer contributo de Keynes seja para o que for.
Carlos Novais,
você ainda não percebeu que a economia no seu todo (sistema fechado) é totalmente diferente de uma empresa (sistema aberto) que existe dentro da economia.
Essencialmente numa economia moderna no seu todo é a manutenção da procura agregada/efectiva que mantém a estabilidade do sistema, porque os aumentos da produtividade constantes e os choques económicos frequentes tornam impossivel um equilibrio no sector privado por si só.
Repare que se uma economia tiver 20 a 30% de Investimento no PIB (bens de capital) , uma crise leva as empresas a reduzirem o investimento muito rapidamente, o que reforça a tendência inicial.
Se a isso juntar a contração no crédito então sem a presença dos gastos fixos do sector público a recessão rapidamente cresce criando a tal espiral deflacionista e desemprego em massa.
Leia a GT de Keynes com calma do principio ao fim e vai ver que alguma coisa se aproveita.