Apesar de poderem tentar fazer o mesmo pela fronteira terrestre com Egipto (país que, ao que se sabe, não está em guerra com a Palestina), os activistas resolveram tentar furar o bloqueio marítimo a Gaza. Independentemente das razóes de cada lado, o objectivo da missão não foi o de levar mantimentos à população de Gaza, mas apenas provocar um país em guerra, com todos os riscos que isso acarreta. Teve a resposta merecida de Israel que, desta vez, soube ser proporcional à ameaça.
Espero agora que desmonte a traineira, venda o lixo para a sucata e mande a conta ao proprietário.
Por falar em mantimentos em Gaza: http://www.paldf.net/forum/showthread.php?t=843277
Poderem até podiam. Mas não era a mesma coisa.
A questão não é provocação vs atitude mansinha. A questão é uma de soberania, e de propriedade das terras/cidades de Gaza (e mais geralmente, de Israel-Palestina). Se os israelitas não têm legitimidade para controlar as águas costeiras de Gaza, é perfeitamente legítimo “provocá-los”, contrabandear alimentos e armas, e inclusivamente matar os soldados que impeçam estas trocas de acontecer. É legítimo provocar um bandido que retem propriedade alheia, insultá-lo, atacá-lo, etc… E o facto de ele responder “proprocionalmente” não faz dele uma pessoa boa. Só devolvendo a propriedade alheia e indemnizando a sério as suas vítimas é que volta a ganhar o direito de viver em paz.
Ora, quanto à questão da soberania e da propriedade das terras em questão (em Gaza), basta ver que são práticamente a 100% muçulmanas (por que raio teriam os judeus que mandar neles?!). E quanto a Israel em geral, basta estudar a história do projecto sionista para ver que ele se fez pelo roubo de terras e pela limpeza étnica, a favor dos judeus e contra os muçulmanos. Antes da guerra “de independência” (=de conquista de terras muçulmanas, principalmente) este roubo fez-se comprando títulos de propriedade ilegítimos à autoridade estabelecida da altura. Durante e depois desta guerra, este roubo fez-se pelo terrorismo (dos judeus sobre os muçulmanos), pela guerra, pela limpeza étnica brusca ou gradual e pela ocupação de terras abandonadas por motivos de força maior. Portanto, Israel nasceu em grande parte do roubo (o que não quer dizer que toda a propriedade de judeus seja ilegítima, simplesmente que muita o é, talvez a maioria). Por isso, é perfeitamente usar da força, do activismo, da propaganda, e da manha para recuperar estas terras roubadas (expulsando ou matando os judeus que as ocupam)
É patético, por isso, ver judeus cúmplices destes crimes ou israelitas a choramingar porque “ninguém gosta de mim, buahhhhhh”. Eles sabem muito bem porque é que ninguém gosta deles: porque são ladrões, assassinos e manipuladores.
Voltando a Gaza, é preciso ver que o próprio Sharon há anos tirou de lá os soldados (e até forçou os colonos a sair de lá), e logo, reconheceu a soberania dos muçulmanos sobre aquele pedaço de terra. O cerco posterior a Gaza é uma violação desta soberania portanto, e estas violações podem ser condenadas, pelos crimes que acabam por facilitar sobre as populações envolvidas.
Quanto ao método dos activistas, são do melhor, e têm sido efectivos. Ao provocarem de forma desarmada a reacção brutal de um dos exércitos mais poderosos do mundo, mostram bem à opinião pública do ocidente a natureza criminoso de Israel. Os ocidentais mais ingénuos, que pensam que Israel é uma virgem judia à mercê de incorrigíveis muçulmanos lúbricos e violadores, abrem os olhos para a natureza das coisas (que é, grosso modo, exactamente o contrário: os violadores poderosos, neste caso, são os judeus). Isto contribui para aproximar o dia em que o Ocidente (EUA, França, Alemanha, Grã-Bretanha, principalmente) abandonam Israel. Não mais dinheiro, não mais armas, não mais apoio diplomático. E quando este dia chegar – e há de chegar, nem que seja por motivos financeiros – o Estado de Israel e os colonos manhosos da Cisjordânia vão ter no mínimo que amansar e parar de cometer tanto crime. Como é óbvio que é uma treta a propaganda judeo-israelita segundo a qual estas trocas com Gaza constituem um perigo para Israel, as pessoas apercebem-se da natureza simplesmente dominadora do cerco a Gaza por parte de Israel. Apercebem-se que está ali uma atitude de predação, e não de auto-protecção. E repudiam este país, o seu governo, e a grande massa de cidadãos que apoia os crimes dos seus governantes.
Missão cumprida, portanto.
Gaza declarou Guerra a Israel. Israel tem o direito de fazer o que quiser para parar a agressão dos Palestinianos de Gaza.
@ Pedro Bandeira: É sempre uma óptima ideia sugerir matar judeus (porque até tem resultado ao longo dos anos!) mas o que me surpreende ainda mais é chamar terroristas e violadores aos judeus enquanto que choraminga pelos muçulmanos, essas virgens. Esta percepção europeia de quem está no sofá e não faz qualquer ideia do dia-a-dia de um judeu ou de um palestiniano (porque não, um palestiniano não faz parte da tribo muçulmana, é só um fantoche usado e abusado pelas forças muçulmanas para manter os ocidentais ocupados a brincar aos acordos de paz) teria uma certa piada se não fosse trágica. Tente informar-se um bocado melhor sobre a criação do Estado de Israel e aproveite para fazer uma pergunta simples: Porque é que um muçulmano pode viver em Israel e um judeu não o pode fazer na Palestina? Já agora, porque é que a notícia sobre a morte de um palestiniano tem direito a uma primeira página dos nossos jornais e a morte selvática de uma família israelita dos colonatos aparece numa coluna perdida de meia dúzia de jornais?