Ontem, o dia de início das votações na especialidade do Orçamento de Estado para 2011 ficou marcado por o PS ter conseguido, num só dia, derrotar a proposta do CDS que apontava em termos de efeitos práticos para o congelamento da criação de novas Parcerias Publico-Privadas e das grandes obras públicas que se encontram em cima da mesa, e aprovar à socapa (não constava ao que parece sequer da ordem de trabalhos) um regime de excepção no que toca aos cortes nos salários dos funcionários públicos para o caso particular do sector empresarial do estado, incluindo empresas de capital exclusivamente público e de capital misto, que passam a depender de uma avaliação (convenientemente) casuística.
Entretanto, a imprensa noticia que a medida tem destinatários bem identificados, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos e o Banco de Portugal.
Tudo isto aprovado com a abstenção (naturalmente compungida e sofrida, como já nos vai habituando) do PSD em ambos os casos. Mais um sacrifício, obviamente, em prol da viabilidade financeira do estado e do castigo ao governo de Sócrates.
À noite, assisti a um também compungido e sofrido Pedro Passos Coelho a explicar que achava muito boa a medida (porque não votou o PSD a favor?), porque achava que as empresas de capitais mistos precisavam de ser governadas por critérios ajustados a essa realidade.
As bem conhecidas empresas de capital misto CGD e BdP (por enquanto) ficam assim portanto com o problema das suas remunerações resolvido. E mais uma vez o PSD demonstra aquilo que o distingue do governo PS. E que há mesmo porcos mais iguais do que outros.
De abstenção em abstenção até à obsolescência total.
É o PSD. tem um S no nome. Logo comporta-se como deve, igual ao outro partido com S no nome.
João
Foi importante, a meu ver, esta possibilidade que os PECs e o OE 2011 nos deram: ver a marca registada do PSD. Assim não persiste qualquer dúvida.
Ana
Se os porcos começarem a aparecer pendurados com a garganta cortada, não fico absolutamente nada surpreendido.
E aposto mesmo que ninguém terá visto nada …