Um excelente texto sobre as relações íntimas do sionismo com os movimentos de extrema-direita: De perseguidos a perseguidores: a lição do sionismo. Por João Bernardo.
Um fascismo sionista
No Executivo Sionista foi Vladimir Jabotinsky quem encabeçou a oposição da direita radical à presidência de Chaim Weizmann, moderado e conciliador. Jabotinsky foi-se autonomizando progressivamente do Executivo, demitindo-se em 1923, dois anos depois de ter sido eleito para esse órgão, e lançou em 1925 a Organização Revisionista Sionista, que converteu mais tarde em União Mundial do Movimento Revisionista, enquanto tendência interna do sionismo. No Congresso Sionista Mundial de 1931 os revisionistas contaram com 25% dos delegados, constituindo a terceira maior tendência, o que mostra que de modo algum podiam ser subestimados e possuíam uma efectiva capacidade de pressão. No congresso seguinte, em 1933, apesar de divididos internamente eles obtiveram cerca de 20% dos delegados e continuaram a formar a terceira maior tendência. Na sequência deste congresso, abandonaram a Organização Sionista e fundaram em 1935 a Nova Organização Sionista, continuando no entanto a ser correntemente designados como «revisionistas» .
A convicção de que o revisionismo era um fascismo foi muito corrente na época e parece-me inútil investigar se no seu íntimo Jabotinsky era fascista ou se procurava apenas usar o fascismo em benefício próprio, porque os efeitos seriam os mesmos e não há dúvida de que os seus seguidores eram fascistas confirmados. Wolfgang von Weisl, director financeiro da Nova Organização Sionista, declarou numa entrevista em 1936 que, «ainda que houvesse diversas opiniões entre os revisionistas, em geral eles simpatizavam com o fascismo» e que «ele pessoalmente era um apoiante do fascismo». E Mussolini, especialista na matéria, classificou Jabotinsky como «fascista» durante uma conversa que teve em 1935 com alguém que seria em breve o mais alto dignitário da sinagoga romana.
Qualquer nação tem fascistas.
É uma das ideologias que se não fosse na Segunda Guerra estar ligado ao Nazismo teria muito mais representatividade pois representa a opinião de muita gente.
Muitas das pessoas pelo modo como demonstram pensar na Europa são Fascistas só não o sabem, porque têm a imagem do Fascismo da Segunda Grande Guerra.
A ideia da não conflitualidade para resolver os problemas económicos- oposta ao conflito de classes comunista e á competição capitalista- de desenvolvimento social baseado no diálogo entre corporações e intervencionismo do Estado, a autarquia económica e dirigismo são tudo ideias partilhadas por muitos hoje tal como no passado.