A disputa por uma herança de um milionário desconhecido, com um percurso de vida invejável, esforçado e honesto, condimentada com uma secretária sua amante de longa data; uma morte a tiro no Brasil e uma filha que não gosta do pai, mas que nutre simpatia pelo seu dinheiro. Como cereja em cima do bolo, um advogado, com ligações políticas e transferências bancárias ainda por explicar. Para quê comprar um livro do Poirot ou do Maigret?
Não consigo deixar de ler as notícias nos jornais sem imaginar o inspector Maigret a devorar o cachimbo ao mesmo tempo que sorri irritado para elas, sempre cheias de nada e coisa nenhuma, mas a não deixarem adormecer o caso. Até a chuva de ontem parecia descrita por Simenon, anunciando o fim do Verão com os primeiros cheiros a terra molhada. Haverá algum Maigret na Judiciária para aproveitar esta oportunidade única?