A Telefónica, até agora parceira da PT na operadora móvel brasileira Vivo, anunciou que alcançou um «princípio de acordo» para comprar a posição da portuguesa na Brasilcel, hoding que controla a maioria do capital da Vivo. Segundo nota enviada à CNMV, entidade de supervisão da bolsa espanhola, a companhia presidida por César Alierta afirmater chegado a um entendimento, que será formalizado esta quarta-feira. Com base no anunciado, a PT aceitou vender os 50% que detém na Brasilcel, entidade que por sua vez controla 60% da Vivo. O acordo será formalizado entre os conselhos de administração de ambas as partes, que reunirão hoje em sessões extraordinárias.
Era um show datado. Escreve Pedro Santos Guerreiro que: «A “golden share” foi um golpada que surtiu efeito. Do ponto de vista político, capitalizou simpatia na opinião pública, para quem Sócrates é hoje herói. Do ponto do negócio, a intervenção aumentou o preço em mais 350 milhões de euros. (Se, afinal, a “golden share” serve para fazer subir preço, estamos mesmo conversados quanto a interesse nacional… Mas Ricardo Salgado agradeceu antecipadamente a Sócrates por isso). Do ponto de vista da empresa, foi a intervenção de Sócrates que garantiu a manutenção no Brasil.» e «Foi por accionistas e administração terem estado a remar para lados diferentes que o Governo acabou por intervir, quando percebeu que a sua própria passividade era omissão abusada por alguns. Não foi a primeira vez. Já há cinco anos, foi Sócrates que interveio e impediu que a Telefónica passasse a mandar na PT através de um aumento de capital implícito no “share buy back”. Interesse nacional? Não. Mas os accionistas podem agradecer a Sócrates por ter conseguido o que eles falharam: mais preço e Brasil. Que não desfaçam tudo agora em mais um festim de dividendos. Há meia dúzia de anos que se alambazam nisso, já chega.» E está certo.
O governo português encheu o peito e resistiu 3 semanas à força das hostes castelhanas.
A Telefónica conseguiu também (de borla) juntar mais um comensal a mesa da manjedoura dos políticos brasileiros chamada OI.
Com sorte os afilhados dos partidos portugueses e brasileiros farão da OI um fraco concorrente para os projectos da Telefónica na América do Sul.