Dizia um inglês ilustre (por vezes caricaturado como um bulldog), que a democracia era o pior regime, com excepção de todos os outros. Não raras vezes esquecemo-nos disso mesmo e embarcamos, com extraordinária facilidade, em discursos virtuosos que, com o facilitismo da irresponsabilidade, escarnecem deste regime.
Uma das formulações mais fáceis deste escárnio é aquela que despreza aquilo que existe pela simples razão de que, aquilo que existe raramente, ou nunca, se compara com a perfeição dos ideais. Acontece que os ideais não passam disso mesmo — e, por definição, não existem.
O The Economist é uma daquelas publicações que tem o enorme valor de nos ir lembrando destas pequenas verdades.
“Nostalgia for a golden-age of Parliament, when MPs shamed the lickspittles of today with their unwhippable iconoclasm, is simply ahistorical.” (in The Economist, June 12th 2010)
É caso para dizer, como os ingleses: sad, but true…
Tudo muito lindo. Só que há Democracias e “democracias”.
JTCB acha mesmo que o nosso sistema é uma democracia?
Como a avaliar? Que critérios?
O votinho (folclórico, inconsequente) de xis em xis anos?
Palavras sábias de um conservador 🙂
Imagino que o senhor JS vai agora nos propor um desses famosos ideias de que estava a falar.
Claro Sr. P. M.. Quem tem legítimos interesses a defender, com base nesta, em vigor, democracia, deve fazer tudo para a conservar como está.
Uma elegante, e digna de respeito, forma de ser conservador, “também”.
Sr. “JS”, acredito mais em melhorar a democracia (que nunca será perfeita, temos de admitir) do que em outros regimes que mostraram não serem melhor do que já temos. Ou talvez acha que deveríamos voltar para algo de um bocadinho menos soft?