Em 2010, o primeiro programa de vouchers escolares que foi instituído nos Estados Unidos faz 20 anos. No início de Abril, saiu um novo estudo feito pela Universidade do Arkansas a avaliar os seus efeitos. Qual foi a conclusão desse estudo? Basicamente que os cerca de 20.000 alunos inscritos no Milwaukee Parental Choice Program (MPCP) têm resultados nos exames iguais aos dos outros alunos. No campo “progressista” isto foi visto como uma prova de que o MPCP falhou, de que dar liberdade de escolha aos pais não serve para nada. Como seria de esperar, esta interpretação é absurda.
Em primeiro lugar, porque a educação dos alunos participantes no MPCP é mais barata do que a dos alunos que frequentam a escola pública. Em segundo lugar, porque os pais desses alunos estão mais satisfeitos com a educação que os seus filhos estão a receber ao abrigo do programa do que com a que recebiam anteriormente. Ou seja, por um preço mais baixo foram obtidos resultados iguais e com níveis de satisfação superiores. Parece-me que isto está longe da definição de falhanço. É claro que, não sendo um “progressista”, posso estar enganado.
A parte mais interessante deste programa e destas conclusões é que isolam o efeito da liberdade de escolha. Não incitam transformações radicais, mesmo que claramente desejáveis, como as que o modelo sueco implica. Apenas apontam no caminho certo. Esta avaliação de um programa de vouchers próximo do modelo das charter schools, ou dos nossos contratos de associação, dá argumentos concretos a quem defende duas coisas simples: a total inutilidade (para não dizer pior) do planeamento central da educação e a imoralidade de um sistema de ensino baseado no apartheid.
Muito bem!
Outra hipótese é que ambos tenham melhorado.
Sim, mas isso não altera o facto de que pelo o bang for the buck da liberdade de escolha pelos vistos é superior. Usar os resultados de exames para medir estas coisas é sempre discutível mas pelo menos estamos a comparar coisas que são comparáveis.
“pelo menos o bang or the buck” queria eu dizer. A dislexia é tramada.