Para encerrar o assunto

À primeira vista, a personagem é suficientemente desinteressante para merecer que perca algum tempo com ela. No entanto como sou forçado a contribuir para o seu vencimento e demais regalias, para contradizer o Rodrigo e por todo este caso e em particular seu desfecho do caso me ter deixado enojado queria aqui deixar mais algumas reflexões sobre o tema.

Quando muito, seria o PS que teria obrigação de informar Inês de Meneses acerca das “minudências jurídicas e administrativas que rodeiam os distintos benefícios e regalias que se aplicam ao seu estatuto de deputada”. Foi também o PS que sabendo que ela residia em Paris decidiu candidata-la pelo circulo de Lisboa e fornecer uma morada de Lisboa. Se há alguém que a tem de ressarcir será o seu grupo parlamentar e não a AR. Se a deputada Inês de Medeiros considera a situaçã insustentável pode sempre optar por apresentar a renuncia. Ainda que com grande perda para a qualidade da nossa democracia. Ainda que Jaime Gama tenha posto de parte a hipótese da sua decisão fazer jurisprudência, aconselho os restantes 229 deputados da nação a mudar residência para a ilha do Corvo. Ou para as Caraíbas.

11 pensamentos sobre “Para encerrar o assunto

  1. CN

    E o Parlamento não podia ir com eles? Levavam o Governo Central também. Voltávamos ao Municipalismo Herculaneano… 🙂

  2. P.

    Acho que o cerne moral da questão está na inversão de papéis, a Sr. Inês de Medeiros parece crer que o estado está ao serviço de sua excelência – situação que o mesmo Estado, por voz da Assembleia, aquiesce – quando devia ser bendita senhora a servir o Estado e os seus eleitores.
    A falta de vergonha da nossa classe política é tanta que nem consideram abdicar de algo em prol do Estado, fosse das viagens pagas a Paris, fosse do seu cargo de deputada.
    Com exemplos destes, que futuro reserva o destino ao nosso país?

  3. “Foi também o PS que sabendo que ela residia em Paris decidiu candidata-la pelo circulo de Lisboa e fornecer uma morada de Lisboa.”

    A Lei não impede que um candidato/deputado residente fora de um determinado círculo eleitoral seja eleito por esse mesmo círculo… Se de facto ela deu como residência uma morada em Lisboa, então fez mal. O problema reside nessa (falsa) morada de Lisboa ( a ser verdade o boato que corre, pois ainda não o vi confirmado por fonte credível), dado que ela vive em Paris. E a lei estipula subsídios aos deputados nas deslocações até ao lar, doce lar, ou não? Se a lei é justa, isso já outra questão?

  4. Miguel

    Segundo consta o problema começa por o PS não ter querido assumir que tinha uma deputada pelo circulo de Lisboa a residir em Paris tendo fornecido uma morada “desactualizada”. Não sei se foi assim que a história se passou mas caso seja quem eventulamente terá de a ressarcir será o PS.

    Independentemente do que penso da menina, possivelmente ela não terá culpa. Mas eu também não, E convinha que se alterasse o actual regulamento passando a contar o circulo pelo qual foram eleitos e não a morada da residência. Levará a outras distroções mas penso que será bem mais justo. Senão daqui a pouco temos 230 deputados a residir na Polinésia.

  5. “Senão daqui a pouco temos 230 deputados a residir na Polinésia.”

    Esta, arrisco dizer, deve ser a tirada populista do ano.

    Pode ser discutível, mas a mim não choca que os deputados tenham um subsídio para as deslocações até à casinha 😉 E não concordo com uma hipotética lei que estipule que, para se ser candidato num determinado círculo eleitoral, tenha de se ter aí residência.

  6. “Esta, arrisco dizer, deve ser a tirada populista do ano.”
    Não. Esse título está reservado para as reivindicações bloquistas.

  7. Miguel

    “Pode ser discutível, mas a mim não choca que os deputados tenham um subsídio para as deslocações até à casinha ”
    Coitadinhos. Achas que precisam de subsídio de transporte?

    “E não concordo com uma hipotética lei que estipule que, para se ser candidato num determinado círculo eleitoral, tenha de se ter aí residência.”
    Onde é que eu defendi isso? O que digo é que a AR se deve limitar a pagar deslocações (já paga, inclusivamente) até ao círculo onde foram eleitos.

  8. CN

    “E não concordo com uma hipotética lei que estipule que, para se ser candidato num determinado círculo eleitoral, tenha de se ter aí residência.”

    Devia no mínimo estar obrigatoriamente disponível para a comunidade local desse círculo em tempo de expediente, uma parte do tempo com regularidade. X dias por semana ou mês. O que incentivaria a ser residente.

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