Não causo sobressalto a ninguém (mesmo que distraído) se disser que o PSD não é nem vai ser um partido liberal . Não sendo liberal, o PSD pode, no entanto, promover a desestatização da sociedade e da economia, o encolhimento do Estado e – algo que actualmente não é despiciendo – travar a engorda do Estado. Manuela Ferreira Leite, não sendo liberal, era a melhor coisa a seguir: forreta e não queria gastar dinheiro com desperdício ou ideias disparatadas. Com a vitória de Passos Coelho, o PSD – e ao contrário do que jornalistas de serviço querem fazer crer – ficou mais longe de ser um partido liberal ou de ser um partido que promove um Estado mais parco. Porquê? Perdeu o candidato que elegeu como um dos seus slogans a ‘descolonização do Estado’ e falou amiúde de separação entre interesses públicos, privados e partidários. Mais, perdeu o candidato que afirmou que não havia um único militante que o apoiasse devido a promessas de cargos na administração pública. E ganhou o candidato apoiado pelo aparelho, por quem vive do aparelho e dos cargos pagos pelos contribuintes que os poderes do PSD permitem distribuir e que, legitimamente, espera saltar da dimensão autárquica para a dimensão nacional. Não é desta que o PSD vai prescindir de ocupar o Estado.
Manuela Ferreira Leite não foi nem seria nada disso. As suas declarações contraditórias demonstraram que as suas palavras não valem coisa alguma. Rangel e PPC têm aprendido com ela.
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