“De Miseria Humanae conditionis” de Diogo Belford Henriques (31 da Armada)
Existiram demasiados abusos em instituições católicas. Abusos criminosos, abjectos, cometidos por quem, muitas vezes, tinha a responsabilidade de zelar por menores de idade. Abusos realizados por homens, adultos, que têm de ser levados à justiça pelos crimes que cometeram.
Nisto, creio, estamos todos de acordo.
Mas, parece, há quem escreva que a responsabilidade não é de esses homens, adultos, criminosos. O problema, dizem, é a “instituição”, a Igreja. Ou o Papa. Claro que a Igreja tem problemas, faz erros e deve corrigir-se mas, ao colocar-se o crime na Igreja, está-se a desresponsabilizar criminosos, só porque são padres católicos.
Leiam aqui a desmontagem da tese da ocultação pela hierarquia da Igreja Católica.
Em primeiro lugar, Deus te abençoe.
Depois, não há nada de místico aqui em questão. Os abusos sexuais a menores eram recorrentes, não eram confinados a uma paróquia ou região, e não eram denunciados às autoridades seculares pelas hierarquias da Igreja, quando deles tomavam conhecimento.
Não sei que mais voltas querem dar a isto. Ninguém diz que todos os padres abusam de crianças ou têm uma propensão genética para o fazer. Mas aqueles que o fizeram não são indivíduos, são padres. Foi este papel/estatuto que lhes proporcionou aquelas oportunidades.
A única responsabilidade da Igreja é o facto de não ter comunicado os abusos, preferindo tratar dos assuntos internamente. No fundo, nada de novo, apenas foram indulgentes com os pecadores, como é sua doutrina.