Duas boas perguntas para o Ministro das Finanças

Pedro Bráz Teixeira

O governo ainda não forneceu nenhuma explicação cabal (nem aproximada) do descalabro das contas públicas em 2009, ponto de partida deste PEC. Em Maio o governo previa que o PIB se contraísse em 3,4% e que o défice fosse de 5,9%. Afinal o PIB não caiu tanto (mas “apenas” 2,7%) e o défice foi muito maior (9,3%), apesar de o pacote de estímulo nem sequer ter sido totalmente executado. Esta dúvida sobre 2009 é uma sombra que paira sobre todo o PEC.(…)

Há uma outra inconsistência que deverá ser rapidamente detectada pelos mercados: a inconsistência entre a evolução do défice e a da dívida pública. Os défices acumulados entre 2011 e 2013 somam quase 15% do PIB e, no entanto, a dívida subiria menos de 4% do PIB. Não há crescimentos do PIB nem receitas de privatizações que justifiquem uma diferença tão grande.

Recomendo a leitura da resto do post em que PBT analisa o PEC

2 pensamentos sobre “Duas boas perguntas para o Ministro das Finanças

  1. ricardo saramago

    Não vale a pena discutir o PEC. Trata-se de um exercício inútil, como bem sabe o governo.
    A União Europeia quer um PEC? Dá-se-lhes um PEC!
    Escreve-se nos quadradinhos aquilo que eles querem e pronto, está feito! Já podem libertar as massas que a malta está aflita!
    Durante uns dias fala-se no PEC, nas televisões e nos jornais, e …depois arquiva-se ao pé dos PECs anteriores.
    Como o governo bem sabe, isto dos PECs, cai bem nas alturas certas, mas não é para levar a sério.
    O engenheiro já percebeu isto, a UE e os mercados financeiros também.
    Quanto aos portugueses, se não perceberam ainda, vão perceber depois o que os espera.
    Ou se calhar, nem assim vão perceber, e em 2013 faz-se um novo PEC.

  2. O congelamento dos salários, por si só, não é má medida. Afinal, o País precisará de gastar menos porque não produz o suficiente.
    Infelizemente, estamos nisto desde 2000. Medida justificada sempre pelas mesmas razões. Os salários são contidos, mas logo aparecem mais subsídios aqui, rendimentos mínimos acolá, TGV acima, Aeroporto abaixo… Redistribuições socialistas de riqueza que não temos.
    .
    Dez anos depois, estamos com um déficite de 9,3% no final de um ano eleitoral de 2009 em que o inenarrável ministro Teixeira dos Santos nos brindou com uma gestão que nos endividou em mais quinze mil milhões, mas assegurando (a todo o custo) a manutenção do PS no poder.
    .
    Em 2010 recomeça o sacrifício dos funcionários públicos mas, aparentemente, sozinhos. Talvez com a Madeira. Pois 8,3% não é número que se apresente para convencer que há qualquer outro esforço no sentido necessário…
    .
    Infelizmente, chegamos ao fundo. E com a democracia em sério risco. A maioria dos subsidiados passou a ser determinante em qualquer processo eleitoral. Quem prometer fazer o que Portugal precisa, perde as eleições. Assim, para as ganhar vai ser necessário mentir. E as tais medidas necessárias só serão tomadas quando a isso formos obrigados pelos nossos credores, mascarados de aliados. Tal como vai acontecer com a Grécia (pouco) antes. Resta saber como vai a irrealista esquerda portuguesa reagir, na rua. É aí que se jogará o futuro do País, como democracia.

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