A falência do socratismo

Ontem, no sítio onde compro os jornais aqui em Caxias, havia mais actividade do que num relvado em que estão os jogadores do Sporting. Gente que eu nunca vi na vida entrava na loja, perguntando se havia o Sol. Todos faziam piadas, todos mostravam uma indisfarçável satisfação em ver, bem à vista de todos, a natureza dúbia das personagens que nos governam. O cenário, aparentemente, repetiu-se um pouco por todo o país. Quiosques com gente a pedir o jornal antes da hora de abertura, e-mails circulando com versões em pdf do jornal, e até versões fotocopiadas do Sol começaram a ser vendidas. Nada exemplifica melhor a total falência do socratismo: ontem, só mesmo os “abrantes” e “magalhães” não sentiram um enorme alívio ao ver o esgoto moral do governo ficar a céu aberto, restando apenas esperar que alguém venha finalmente resolver um problema que há muito era evidente que existia. Ontem, a procura do Sol foi um reflexo do nojo que os portugueses sentem por este governo, e em particular, pelo fato Armani que vive em S. Bento. Foi um sinal do desprezo que nutrem pelo “engenheiro” Sócrates, da sua vontade de o ver pelas costas, e da sensação que têm de que não falta muito para isso acontecer. Apenas temo que, como o cheiro da matéria fecal manifestamente não incomoda o Primeiro-Ministro, essa saída não esteja para tão breve assim.

6 pensamentos sobre “A falência do socratismo

  1. brutus

    na mouche
    O cheiro a esgoto exalado por esta cleptocracia podre que nos “governa” não é só indisfarçável como totalmente insuportável

  2. José Barros

    O homem não sai por iniciativa própria e, o que é pior, se a AR for dissolvida e houver eleições, não é líquido que não ganhe. Aliás já ganhou as últimas com os Freeports e as casas compradas com dinheiro vivo a offshores (para não falar nas casinhas, na cova da beira e da licenciatura). Não há razão – o povo não mudou – para que agora seja diferente. Quando muito, este caso poderá ser a gota que faz transbordar o copo. Só isso.

    Quanto à reprovação moral que o povo destina ao senhor armani, não nos enganemos. Do que se trata para a maioria dos portugueses é de curiosidade mórbida, não necessariamente uma censura moral.

  3. Cirilo Marinho

    Concordo com o José. Mas não acho que esse facto invalide a opinião do Bruno.

    Diria que todo o bom tuga se está a preparar para um futuro próximo que se antevê tragicamente “divertido”.

    Ou seja, está criado espaço para ter todo o tipo de opiniões que se revelem necessárias. Lamento, quanto mais não seja, pelo nível a que a nossa espécie desceu. Mas parece-me evidente que meio país está posicionado para se inclinar para o lado que der mais jeito.

    Ou mais uma dose de indignação, pelas cabalas sucessivas; ou uma demarcação veemente, como que se todos soubessemos o que a casa gasta, só se esperando que “alguém” dissesse que o rei vai nú.

    “Vossemessês” andam muito optimistas. E nem estão com vontade de encarar o cenário habitual do socialismo encartado. Basta olhar para a história. Claro, como sempre, vai sofrer o mexilhão.

    Mas não duvidem que “isto” é para seguir em frente. Mesmo que o “isto” seja a realidade mais nojenta e mafiosa que algum dia me foi dada a assistir.

  4. Nogueira da Costa

    Só não vê quem não quer… mas as massas que esgotaram o sol já viam, pois quem não quer ver já se decidiu há muito tempo a acreditar em toda a espécie e feitio de campanhas negras e patifes falaciosos que só querem mal ao querido ENGENHEIRO Sócrates, salvador da pátria e distribuidor de magalhães.
    Não é agora isto que os vai convencer.

    A única coisa que lhe pode tirar votos é um líder forte no PSD. Valerá mais isso do que mil artigos chocantes, gestores comprados e magistrados amigos.

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