Está escrito

Muitas vezes se fala do Alcorão como um livro apelando à violência, ao assassínio ou à guerra. É todavia injusto limitar as críticas ao Islão. Há uma religião que baseia a sua doutrina e o seu ensinamento em textos pelo menos tão violentos: o Judaísmo.

No Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia (ou Torá, para os judeus), temos basicamente a história da epopeia dos judeus, o “povo eleito”, desde a sua criação até à sua caminhada em direcção à “terra prometida”. A este povo tudo será permitido: genocídios e limpezas étnicas, destruição e saque de cidades inimigas, apelos à crueldade como exemplo, apelos à endogamia ou ao racismo, apelos ao apedrejamento até à morte de pregadores de outras religiões, defesa da sujeição a trabalhos forçados dos povos conquistados …até, entre outras atrocidades, à exigência que se matem todos os resistentes e que se lhes comam as respectivas crianças e mulheres.

Alguns excertos de Deuterónimo:

[fala Moisés]

«Seon, rei de Hesebon, não permitiu que passássemos pelo seu território. … O Senhor nosso Deus entregou-no-los, e nós vencemo-los, e também os seus filhos e todo o seu exército. Tomámos posse de todas as suas cidades e sacrificámos cada uma delas, como anátema: homens, mulheres e crianças, sem deixar nenhum sobrevivente. Tomámos apenas o gado como despojos, e também o saque das cidades que conquistámos.» (Deuteronómio 2, 30-35)

«Quando o Senhor teu Deus te introduzir na Terra onde estás a entrar para dela tomar posse; quando tiver expulsado nações mais numerosas que tu – os heteus, gergeseus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus – sete nações mais numerosas que tu; quando o Senhor teu Deus tas entregar, vencê-las-ás e sacrificá-la-ás como anátemas. Não faças alianças nenhuma com elas e não as trates com piedade. Não cries laço de parentesco com elas.» (Dt 7, 1-3)

«O Senhor teu Deus irá expulsando pouco a pouco da tua frente essas nações Não poderás exterminá-las rapidamente, porque as feras do campo multiplicar-se-iam à tua volta. É o Senhor teu Deus que te vai entregar essas nações: elas ficarão perturbadas até serem completamente exterminadas.» (Dt 7, 22-23)

«Todo o lugar que pisardes vos pertencerá: as suas fronteiras irão desde o deserto até ao Líbano, desde o rio Eufrates até ao mar ocidental. Ninguém poderá resistir-vos, porque o Senhor vosso Deus vai espalhar o medo e o terror em qualquer terra onde puserdes o pé, conforme vos afirmou.» (Dt 11, 24-25)

«Destruireis completamente todos os lugares onde as nações, que ireis conquistar, serviam aos seus deuses, tanto sobre os altos montes como sobre as colinas e debaixo de qualquer árvore frondosa. Destruí os seus altares, despedaçai as suas estelas, queimai os seus postes sagrados e esmagais os ídolos dos seus seus, fazendo assim que o seu nome desapareça daquela região.» (Dt 12, 2-3)

«Se o teu irmão, filho de teu pai ou de tua mãe, ou o teu filho, a tua filha, ou a tua esposa que repousa nos teus braços, ou o teu amigo íntimo te quiser seduzir secretamente, convidando: “Vamos servir outros deuses” (deuses que nem tu nem os teus antepassados conheceram, deuses de povos vizinhos, próximos ouu distantes de ti, de uma extremidade da terra à outra), não faças caso, nem lhes dês ouvidos. Não tenhas piedade dele, não uses de compaixão, nem escondas o seu erro. Pelo contrário: deverás matá-lo. E para o matar, a tua mão será a primeira. Em seguida, a mão de todo o povo. Apedreja-o até que morra, pois tentou afastar-te do Senhor teu Deus, que te tirou do Egipto, da casa da escravidão.» (Dt 13, 6-10)

«Quando estiveres para atacar uma cidade, primeiro propõe-lhe a paz. Se ela aceitar a paz, te abrir as portas, todos os habitantes te servirão em trabalhos forçados. Todavia, se não aceitar a tua proposta de paz, mas declarar guerra, cercá-la-ás. O Senhor teu Deus entregar-ta-á e passarás a fio de espada todos os homens. Quanto às mulheres, crianças, animais e tudo o que houver na cidade tomá-los-às como despojo, e comerás. … Todavia, quanto às cidades dessas nações que o Senhor teu Deus te vai dar como herança, não deixe sobreviver nenhum ser vivo: sacrifica como anátema os heteus, amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, conforme o Senhor teu Deus te ordenou, para que não te ensinem a praticar nenhuma das práticas abomináveis que eles cometem com os seus deuses: pecaríeis contra o Senhor vosso Deus.» (Dt 20, 10-18)

Poucos referem que o livro que fundamenta o Judaísmo é tão violento como o livro que fundamenta o Islão. Se os muçulmanos são mais (ou menos) violentos do que os judeus, é uma outra discussão. A verdade é que por todo o lado onde os judeus andaram, provocaram reacções de antipatia, ódios e perseguições . São coincidências que devem interpelar qualquer pessoa de boa fé.

79 pensamentos sobre “Está escrito

  1. lucklucky

    Fico à espera da sua “interpelação”. Podemos começar pela razão que os fez serem perseguidos em Portugal e porque é que continuaram a ser usados por Portugal, já agora porque é que já passavam a ser bons Portugueses nas colónias…

    “A verdade é que por todo o lado onde os judeus andaram, provocaram reacções de antipatia, ódios e perseguições.”

    Evidência? Por exemplo nos EUA que é um País que já existe há mais de 200 anos?

  2. Que vómito. Como se as utopias “libertárias” não fossem já por si só suficientemente ridículas, andam quase sempre ligadas a um anti-semitismo boçal.

    Leia, por exemplo, “Black Rednecks and White Liberals” de Thomas Sowell para perceber por que razão “por todo o lado onde os judeus andaram, provocaram reacções de antipatia, ódios e perseguições”.

  3. hehehe, bem quero ver como os comentários a este tópico se vão seguir… de um lado vamos ter os anti-semitas de araque a regojizarem-se com este texto, e do outro os pretensos moralistas e defensores das “minorias” e liberdades religiosas a odiarem o mesmo e a dispararem em todas as direcções… vamos ver quantos vão conseguir comentar crtica e objectivamente o sentido do mesmo…

    Vou ali comprar pipocas e já volto…

  4. Peço desculpa mas existe uma grande diferença. A tora ou o antigo testamento ão “relatos” como tal interpretáveis pelo clero enquanto que o Alcorão é a palavra literal do profeta sendo proibida a sua interpretação já que é a vontade expressa de Alá. Ao longo da história sempre houve grandes “teologos cristãos” qe dedicaram a ida a interpretar um parágrafo da biblia esta tarefa transposta para o alcoirão é considerada blasfémia pelo islão

  5. “Se os muçulmanos são mais (ou menos) violentos do que os judeus, é uma outra discussão”
    Pelo contrátrio. Eu diria que é exactamente essa a discussão que interessa. E se os escritos sagrados do judaismo são assim tão violentos mas isso não se reflecte na prática das comunidades judaicas algo estará errado nessa análise.

    “A verdade é que por todo o lado onde os judeus andaram, provocaram reacções de antipatia, ódios e perseguições . São coincidências que devem interpelar qualquer pessoa de boa fé.”
    Bem, a história está cheia de comunidades religiosas perseguidas. Em muitos casos eram pacíficas e só reivindicavam liberdade de culto. Para além disso não estou a ver o que possa ter motivado as sistemáticas perseguições e massacres que os judeus foram alvo em diversas épocas históricas e em várias regiões. Ok, a não ser que acreditemos em coisas como os “Protocolos dos Sábios de Sião”…

  6. Jose Simoes

    Judaismo?

    Os textos citados também fazem parte do cristianismo. Sendo o cristianismo a religião maioritária em portugal como se pode falar de “judaismo”.

    José Simões

  7. CN

    “Para além disso não estou a ver o que possa ter motivado as sistemáticas perseguições e massacres que os judeus foram alvo em diversas épocas históricas e em várias regiões”

    Todos e qualquer um concordarão com isso (ou assim o espero, pelo menos). Mas é de pelo menos notar que assim o foram desde quase o início dos tempos e por todos os locais e nações por onde já passaram, e já muito antes de existir cristianismo.

    Mas parte do caso também é a questão genérica da dificuldade da integração de “imigração” entre culturas com fortes características diferenciadoras (e costumes que uns poderão considerar “atrasados” ou se calhar melhor, “antigos”) das outras, como agora é o Islão no Ocidente, e tendo sido a cultura judaica muito marcada e ortodoxa em muitos aspectos, para além de fechada e pouco integrada até perto do séc.20, gerava os mesmos problemas que agora os muçulmanos mais ortodoxos. Em certo sentido a partir de certa altura não por serem “antigos” mas por serem avançados, por exemplo, na actividade bancária, negócios em geral, e na actividade intelectual e ideológica (os grandes autores ideológicos). A diferença, especialmente quando é uma “diferença” muito competitiva custa a aceitar. Existindo explicações, não significa, claro, que existam desculpas.

  8. “Em certo sentido a partir de certa altura não por serem “antigos” mas por serem avançados, por exemplo, na actividade bancária, negócios em geral”
    Pois. Com a intepretação lata que era feita da usura (que estava proibida aos cristãos) as actividades bancárias e outros negócios era reservados para os judeus. Refira-se que estas actividades eram essênciais às comunidades onde viviam. Como estas era altamente lucrativas (ainda para mais porque a concorrência estava limitada) isso alimentava mais ressentimentos contra os judeus

  9. essagora

    Simplificando a questão, é mais ou menos assim:

    – Tudo o que consta do judaísmo, consta também do cristianismo.
    – Tudo o que consta do cristianismo, consta também do islamismo. Ou como me disse um muçulmano: “Eu tenho que amar Jesus. Se não o amar e aos ensinamentos dele, vou para o inferno. É o profeta mais importante, logo depois de Maomé.”

    Ou seja, dizer
    “Há uma religião que baseia a sua doutrina e o seu ensinamento em textos pelo menos tão violentos: o Judaísmo.”
    é um disparate. Esses textos são comuns às 3 religiões.

    Ou então, eu percebi mal a lição.

  10. joao

    Meu caro não vale a pena….a biblia ou a tora não são usados como código de conduta para perseguir os muçulmanos ou os não crentes, ou até mesmo as mulheres. Já o corão é usado como código de conduta em todo o mundo muçulmano, inclusive pelos tribunais islamicos para cortar mãos, pescoço, defender os castigos corporais às mulheres …e vejam lá até os terroristas insistem antes de se fazer explodir em tirar fotos e fazer filmes onde aparecem com o corão nas mãos a justificar o terrorismo em nome de ála e da sua religião…só pode ser por interpretação incorrecta do corão…..

  11. “Esses textos são comuns às 3 religiões”
    Não exactamente, os livros da Torah fazem parte da Bíblia. Já o Corão julgo ser completamente a palavra de Alá tal como foi revelada a Maomé.

    Mas se nos vamos atribuir a culpa a um livro a culpa pelas mais variadas desgraças nesse caso qualquer um serve. Aliás nem precisa ser um livro. O Charles Mason justificou os seus assassínios com um plano que dizia estar oculto no “White Album” dos Beatles. Com essa justificação estão a negar o livre arbitrio.

  12. filipeabrantes

    #2

    Não sou anti-semita. Se acha que sou, tanto me faz. Não é coisa que me tire o sono.

    (mesmo que o fosse, e tendo em conta que há anti-cristianismo, anti-islamismo, anti-ateísmo, e jacobinismo anti-religião, é normal que haja também anti-semitismo…os judeus não são especiais, tenham lá paciência)

  13. filipeabrantes

    O post serve para mostrar que o livro dos muçulmanos não é mais violento que o dos judeus. Acho que pelas citações, isso é óbvio.

    Segundo, equiparar o judaísmo ao cristianismo é algo desonesto. O Novo Testamento tem um código de valores bem diferente daquele que vem no Antigo Testamento.

  14. filipeabrantes

    “Mas se nos vamos atribuir a culpa a um livro a culpa pelas mais variadas desgraças nesse caso qualquer um serve.”

    Não foi essa a minha intenção.

  15. essagora

    “Já o Corão julgo ser completamente a palavra de Alá tal como foi revelada a Maomé.”

    Julgo que sim.
    No entanto, o islão considera 5 profetas principais: Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Maomé.
    Todos eles receberam revelações divinas. Todos eles têm que ser respeitados e amados e os seus ensinamentos seguidos.

    Maomé, sendo o mais recente, é o mais considerado de todos. Daí a atenção especial que se dá à mensagem dele.
    No entanto, os escritos em que se baseia o Islão não começaram com Maomé nem se restringem a ele.

  16. essagora

    “O Novo Testamento tem um código de valores bem diferente daquele que vem no Antigo Testamento.”

    E no entanto, ambos fazem parte da bíblia da igreja católica.

  17. “O post serve para mostrar que o livro dos muçulmanos não é mais violento que o dos judeus. Acho que pelas citações, isso é óbvio”
    Mas eu não acho que o problema esteja no Corão mas do uso que alguns fazem para justificar as maiores atrocidades. Que essa seja uma corrente com algum significado e bastante perigosa é que não pode ser negado. Mas o problema não é o Corão e os minaretes. Não faz sentido proibi-los.

  18. filipeabrantes

    Aliás, e isto para não informarem da Mossad da minha existência, acho normal que um povo como o judeu (especialmente disciplinado, com um código de valores burgueses e uma educação rigorosa bem assentes, com uma inteligência acima da média e com jeito para os negócios) crie antipatias e frustrações à sua volta. Outra coisa seria difícil de esperar.

  19. filipeabrantes

    “Mas eu não acho que o problema esteja no Corão mas do uso que alguns fazem para justificar as maiores atrocidades.”

    Concordamos. Mas discordamos de algumas vozes que dizem que o Islão é criminoso em si, em comparação com as outras religiões monoteístas.

  20. “No entanto, os escritos em que se baseia o Islão não começaram com Maomé nem se restringem a ele”
    Referiam-me apenas aos livros da Torah. Não à tradição.

  21. filipeabrantes

    “E se os escritos sagrados do judaismo são assim tão violentos mas isso não se reflecte na prática das comunidades judaicas algo estará errado nessa análise.”

    Sabemos bem que há muitos grupos extremistas dentro de Israel. Podemos também pensar que só não há mais radicalismo pelo facto de terem já obtido o seu principal objectivo: o Estado de Israel. A posição é hoje, portanto, conservadora e defensiva.

    De qualquer forma, eu não tomo qualquer partido nesta questão. E não quero ser atacado mais uma vez de anti-semitismo (acusação DESONROSA e INACEITÁVEL para qualquer ser humano que queira ser um ser social…).

  22. “Sabemos bem que há muitos grupos extremistas dentro de Israel. Podemos também pensar que só não há mais radicalismo pelo facto de terem já obtido o seu principal objectivo: o Estado de Israel. A posição é hoje, portanto, conservadora e defensiva.”

    Existem inúmeros estados muçulmanos mas isso não tem obstado à propagação do terrorismo. Mas aí se calhar temos de olhar para a forma com as diversas religiões encaram o proselitismo e a relação com os não crentes.

  23. Hotboot: “Peço desculpa mas existe uma grande diferença. A tora ou o antigo testamento ão “relatos” como tal interpretáveis pelo clero enquanto que o Alcorão é a palavra literal do profeta sendo proibida a sua interpretação já que é a vontade expressa de Alá.”

    Exactamente. Não uma grande, uma enorme diferença.

  24. fabrantes:”não quero ser atacado mais uma vez de anti-semitismo”

    Então guarde o seu anti-semitismo para si. Quando quiser esvaziar o saco vá comentar posts pró Homem das Cidades.

  25. filipeabrantes

    alice goes,

    Era o que faltava ter uma preocupação acrescida sobre este tema. Não gosta, não leia.

  26. essagora

    “Mas discordamos de algumas vozes que dizem que o Islão é criminoso em si, em comparação com as outras religiões monoteístas.”

    Certo. Discordamos.
    Porque uma coisa são os escritos em que se baseia uma religião, outra coisa são os pensamentos e as acções dos seus praticantes.

    É impensável hoje em dia ouvir um líder católico defender que se deve matar crentes de outras religiões.
    No entanto, existem líderes islamitas (não todos, se calhar nem sequer a maioria, mas existem e não são casos isolados) que dizem precisamente isso: é um dever de qualquer bom muçulmano matar crentes das outras religiões.

  27. fabrantes:”Oliveira, Guarde o seu anti-anti-semitismo para si.”

    Sim, o meu pai também é polícia.

    Estas citações do post já serviram de base a milhares de posts iguais em todos os sites nazis, fascistas, comunistas, islamistas, etc à face da terra.

    Não serão “coincidências que devem interpelar qualquer pessoa de boa fé”, como vc diz?

  28. catscout

    Sobre isto podia falar sobre a Aliança de Deus com um povo (o povo hebreu) escolhido desde Abraão (a primeira aliança) para criar uma relação de amor (aliança matrimonial) atravéz da qual Deus se vai revelando (desvelando) cada vez mais até que “Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo.” (Carta aos Hebreus, 1, 2).
    Podia falar da progressividade da revelação de Deus, do aprofundamento da consciência humana desta relação e amor.
    Podia falar da história de 5000 anos de um povo minúsculo que sempre teve de lutar pela sua terra.
    Podia falar de um homem ambiciosos que há 1400 anos quis unificar as tribos nómadas que viviam dispersa pela arábia, que desde a sua fuga de Meca para Medina viveu sempre em guerra contra as restantes tribos ábares até as derrotar impondo-lhes a sua fé, que alargou esse expansionismo militar até à própria penincula ibérica, incluindo a destruição da Biblioteca de Alexandria.
    Mas é mais interessante citar um conjunto de passagens descontextualizadas so seu “Sitz im Leben” para dizer que é tudo a mesma coisa, que a Fé é má, que é tudo igual ao litro.

  29. Pro-Semita Sionista

    Este Filipe, havia de estar em França. Logo se via se não piava mais baixinho contra os judeus.

  30. filipeabrantes

    #31

    Logo, quem cita o Deuterónimo só pode ser nazi, fascista, comunista ou islamista. Você é desonesto, lamento que não tenha um mínimo de vergonha.

  31. filipeabrantes

    #31

    Se o post é um vómito, como diz, não percebo o interesse em comentar. Deve ser o anti-anti-semitismo doentio.

  32. AA

    Luis Lavoura #9 na mouche. Tanto blasfemaram contra Saramago quando na realidade os textos publicados pertencem também à cultura católica. Incrível!

  33. fabrantes: “Logo, quem cita o Deuterónimo só pode ser nazi, fascista, comunista ou islamista.”

    Esqueceu-se do “etc” onde se incluem muitos sites “libertários”. Sim, pq o anti-semtismo ronpauliano é chique, diria mesmo “de rigueur” em certas estratosferas.

    Mas não revelou se se sentiu “interpelado” por essa comunhão.

    “Você é desonesto, lamento que não tenha um mínimo de vergonha.”

    Já lhe disse que o meu pai é o Ministro da Administração Interna.

  34. filipeabrantes

    #38

    Eu como já disse não sou anti-semita, nem deixo de ser aliás. Não faz nenhum sentido ser contra um povo inteiro, pois cada indivíduo é único. Isso não deve impedir gente lúcida de reparar em tendências de comportamentos em certos povos. Não é crime ainda, certo? Pronto.
    Acho no entanto ridícula a mania de verem anti-semitas em toda a parte, mesmo onde eles não existem. Repare: eu sou português, quero bem saber o que se passa no médio oriente. E se quer descansar a sua fúria anti-anti-semita, posso assegurar-lhe que se os judeus e os palestinianos se aniquilassem numa guerra não me aquecia nem arrefecia. Quero lá saber dos judeus e dos árabes.

  35. filipeabrantes

    #38

    Sobre a interpelação. Posso dar de barato que muitos “ronpaulianos” são anti-semitas (embora não me pareça que os queiram prejudicar de uma qualquer maneira, senão não seriam “ronpaulianos”, é lógico isto). Junta-los aos restantes grupos que referiu apenas revela que ambos não gostam de judeus. Nada mais. Ou vai dizer-me que os “ronpaulianos” são nazis?

  36. Filipe

    Que estranha escolha de tema. Para chegar onde?
    Desviar a atenção da prática religiosa e cultural actual nos diversos países do ocidente e do oriente?
    Porque é essencialmente isso que interessa analisar:
    Respeitam os outros na sua liberdade?
    Respeitam-se uns aos outros?
    Coexistem pacificamente?
    Apelam ao ódio e à violência?

    Recentemente por cá tivemos o Nobel da Literatura a fazer o mesmo raciocínio. E o que conseguiu? Nada.
    São temas gastos em “guerras santas”. Comparar assim a frio textos religiosos é alimentar o ódio, nunca leva a um debate racional e tranquilo.

    Importa é estarmos vigilantes em relação à realidade actual, à cultura do ódio que observamos nalguns locais e/ou grupos, aos apelos à violência, aos factos.

    É impossível que o Filipe ignore em que contexto e circunstâncias surgiu o ódio e a perseguição dos judeus.
    E o peso bíblico-histórico de “povo eleito” nunca lhes foi favorável, pelo que se trata de uma terrível e trágica ironia.

  37. filipeabrantes

    #41

    Ser anti-semita pressupõe querer atacar ou mesmo matar judeus? Já lhe disse que me estou a marimbar para o povo eleito. Apesar de não deixar de reprovar certas atitudes do Estado de Israel.

  38. filipeabrantes

    #41

    Explique lá que eu não entendo. Dizer que os judeus terem sido sempre perseguidos pode não ter sido uma coincidência é uma interpelação semelhante a uma interpelação (sua) para que se atente que há vários grupos de ideias completamente distintas que assinalam a mesma coisa, a saber que os textos que fundamentam o Judaísmo são bárbaros?

  39. filipeabrantes

    Cara Ana,

    Só quis assinalar que os textos dos judeus são pelo menos tão violentos como os dos muçulmanos. Apesar de ser uma coisa óbvia, parece esquecida por vezes.

  40. filipeabrantes

    Já sei, o Luís Oliveira está a querer dizer que se eu pudesse instaurava leis contra os judeus ou que se me fosse dada a oportunidade que espancava judeus até à morte? É que se não diz nada disso, só pode estar a praticar o já conhecido terrorismo intelectual anti-anti-semita que acusa de anti-semita todos aqueles que não dizem bem dos judeus. Já lhe disse n vezes, estou-me nas tintas para o povo eleito.

  41. “Apesar de não deixar de reprovar certas atitudes do Estado de Israel.”

    E o que me diz de certas atitudes do estado chinês? E do estado russo? Também estão no seu radar? Prevêem-se posts sobre estes temas?

    “acusa de anti-semita todos aqueles que não dizem bem dos judeus.”

    Vc é que deu de barato que os ronpaulianos são anti-semitas. Lá saberá porqueê.

  42. filipeabrantes

    “Vc é que deu de barato que os ronpaulianos são anti-semitas. Lá saberá porqueê.”

    Você em lógica… Acusou-me de EU ser anti-semita, e eu disse que não era anti-semita. Admito é que alguns (ou muitos, não sei, não tenho dados nem impressão sobre isso) ronpaulianos sejam anti-semitas. Dentro destes, haverá ronpaulianos que queiram leis contra judeus? Talvez. Mas não confunda casos particulares com o todo. Ron Paul com certeza absoluta não defende leis nem atitudes contra judeus (apesar de, para muitos judeus, não apoiar a política de Israel é logo um ataque a priori).

  43. filipeabrantes

    “E o que me diz de certas atitudes do estado chinês? E do estado russo? Também estão no seu radar? Prevêem-se posts sobre estes temas?”

    É o que eu digo, é uma obsessão. Repare, foi o meu primeiro post sobre o assunto. E no post nem falei do estado de Israel. Sobre críticas ao estado chinês, não as tenho como prioridade, chover no molhado aborrece.

  44. filipeabrantes

    E já agora, qual é mesmo o problema de não gostar de judeus? Nem todos os que não gostam de judeus os querem prejudicar. Você gosta de mongóis? de rwandeses? de somalis? de árabes…? Agora andamos numa de todos gostarem de todos? Utopismos…

  45. essagora

    filipeabrantes,
    parece-me a mim que o problema está em se tentar confundir a prática do dia a dia com as escrituras em que se baseia cada.

    O Islão é violento? É.
    Não todo. Talvez não a maioria. Aliás, os muçulmanos que tive o prazer de conhecer e com os quais conversei são pessoas fantásticas. Mas parte do Islão tem como objectivo eliminar Israel e os judeus do mapa, e matar ou converter (sem terceira opção) todos os restantes.

    Tanto quanto eu sei, estas opções não se encontram em mais nenhuma religião do mundo, apesar de todas elas terem génese em textos de violência equivalente.

    O argumento do filipeabrantes parece-me profundamente falacioso.
    No limite, podemos ir por outro caminho: como todos provimos da mesma tribo africana (julgo que é esse o consenso quanto ao surgimento do primeiro hominídeo), todos os povos se equivalem independentemente de qual é a sua mundivisão e a sua prática hoje em dia.

    Parece-me que o filipeabrantes tenta fazer equivaler coisas distintas apenas para levantar pó, lançar a confusão… com alguns resultados “brilhantes”, como se pode ver nos comentários em cima.
    E ainda por cima, não se percebe a que vem este assunto.

  46. AA

    #51

    “Mas parte do Islão tem como objectivo eliminar Israel e os judeus do mapa, e matar ou converter (sem terceira opção) todos os restantes.”

    Assim como parte dos judeus tem como objectivo a expansão de Israel e perpetuar a situação deteriorada dos palestinianos.

  47. essagora

    “O post serve para mostrar que o livro dos muçulmanos não é mais violento que o dos judeus.”

    Era isto? Não me passou despercebido, simplesmente pareceu-me que é um objectivo e não uma motivação.
    Claro que o filipeabrantes não tem que dizer se chegou hoje a esta conclusão e como, ou se aconteceu hoje alguma coisa que o fizesse pensar nisso e achar pertinente que o assunto fosse aflorado agora e não há uma semana.
    É prerrogativa do blogger fazer o post que lhe der na real gana.

    Mas quando alguém resolve de repente vir constatar um facto banal, normalmente traz água no bico. Acho que é por isso que este post teve tantos comentários, porque o pessoal ficou intrigado.
    Como disse alguém situações “que devem interpelar qualquer pessoa de boa fé.”

  48. essagora

    “parte dos judeus tem como objectivo a expansão de Israel”

    Ai sim? Julgava eu que Israel foi atacado e ao ganhar essa guerra tomou posse da terra dos países vizinhos, para se proteger.
    Parece-me mesmo que já devolveu algumas terras sem ter sido a isso forçado.

    Como é que se chega à conclusão que Israel tem o objectivo de expandir o país?

  49. filipeabrantes

    #54

    É um facto banal o que está no post? Diga isso ao Oliveira.

    E não fique intrigado sobre as minhas motivações. Sou gente de paz, não se preocupe.

  50. “Diga isso ao Oliveira”

    Nestes comentários já se definiu como anti-semita e como não-anti-semita. Já definiu e redefiniu o que significa ser anti-semita uma meia dúzia de vezes. Em vez de continuar a rodopiar como uma barata tonta, devia para para reflectir nas motivações que o levam a:

    – comparar o Islão com o judaísmo, e não com o catolicismo, o budismo, o animismo, etc
    – estar super atento ao que se passa num país que representa 0,000001% de área do planeta (ao mesmo tempo que diz estar a borrifar-se, claro), e não a outros que ocupam continentes quase inteiros
    – escrever textos que parecem saídos da pena do David Duke
    – rodopiar como uma barata tonta quando o chamam de anti-semita

    Por mim chega. Cumprimentos à Massa Monetária. Ah, e ao Ron.

  51. filipeabrantes

    #57

    Já percebi que o seu estilo é deturpar palavras, criar espantalhos e adornar com recursos estilísticos (barata tonta como, se apenas fui respondendo às suas fobias?).

  52. AA

    #55
    “Ai sim? Julgava eu que Israel foi atacado e ao ganhar essa guerra tomou posse da terra dos países vizinhos, para se proteger.
    Parece-me mesmo que já devolveu algumas terras sem ter sido a isso forçado.”

    Ai sim, então diga-me quantos colonos existem ainda em Israel e, no plano internacional, quais são as posições que não os condenam por isso.

    Deixo-vos ainda um link bonito: http://lisboa-telaviv.blogspot.com/2009/12/unicef-relata-que.html

  53. Marcos Garrido

    Já não vem ao caso porque a discussão derivou para outro lado, mas se o filipeabrantes tivesse em conta o “calibre” de gente que os israelitas eram incitados a destruir talvez chegasse à conclusão que, se calhar, os israelitas eram civilizacionalmente mais avançados e muito mais tolerantes que qualquer um dos povos vizinhos (sacríficios humanos, ausência de qualquer forma de direito, a mais brutal selvajaria, violações de meninas e meninos por razões religiosas, assasínio de recém-nascidos, etc).

  54. filipeabrantes

    #62

    Os nazis também eram muito avançados, e no entanto fizeram o que sabemos. De qualquer forma eu já disse acima nos comentários aquilo que o Marcos Garrido diz (excepto no “muito mais tolerantes”, face ao qual tenho dúvidas).

  55. CN

    Bem, falta aqui dizer, que a diferença entre o judaísmo e o cristianismo é .. Jesus Cristo. o Antigo Testamento é a história dos Judeus tal por eles próprios contada, e está incluída na Bíblia não propriamente por ser a teologia central do cristianismo em geral ou a católica em particular, o cristianismo significou qualquer coisa de muito novo, nomeadamente um Deus impotente a morrer numa cruz faz parte da sua teologia universalista. o Novo Testamento sim é a teologia cristã. Quanto à perseguição dos judeus desde há 5000 anos nos mais variadas culturas e regiões, incluindo pré-cristãs, é preciso ter em conta que é muita azar se alguém quiser evocar que os seus fundamentos (que não desculpas) são totalmente incompreensíveis. Todas as culturas têm o seu lado negro próprio. Os americanos é a ingenuidade em assuntos internacionais, certos protestantismos é o puritanismo, o catolicismo terá as suas, os judeus também.

  56. “É um facto banal o que está no post? Diga isso ao Oliveira”

    Os títulos dos próximos posts do filipe abrantes:

    – “O céu é azul (e o mar também)”
    – “Há uma equipa qualquer inglesa com um equipamento igual ao do Sporting (não me lembro agora qual)”
    – “Marte é um planeta, tal como a terra”

    Enfim, coisas banais mas que dão que pensar.

  57. “Todas as culturas têm o seu lado negro próprio. Os americanos é a ingenuidade em assuntos internacionais, certos protestantismos é o puritanismo, o catolicismo terá as suas, os judeus também.”

    Está a ver como faz o verdadeiro ronpauliano? É com achegas subtis, não é a abrir. Veja se aprende.

  58. “Bem, falta aqui dizer, que a diferença entre o judaísmo e o cristianismo é .. Jesus Cristo.”

    Caro CN

    Isto deve ser fruto da época Natalícia, eu quase concordar totalmente consigo.
    😉
    Só não concordo porque se esqueceu de dar uma sugestão para o lado negro do islamismo.
    E para mim existe esse lado negro no Islamismo, é o mais grave de todos e é o que o distingue totalmente das outras religiões monoteístas.
    Esse lado negro é o seu método de doutrinação e expansão.

    O Judaísmo expandiu-se e doutrinou-se exclusivamente por meios biológicos.
    Não há nem nunca houve missionários Judeus.
    Os Judeus não podem ser acusados de proselitismo, porque só pode ser Judeu, quem nascer de mãe judia.
    As eventuais conversões são um processo complicadíssimo.

    O Cristianismo expandiu-se, doutrinou-se e conquistou o Império Romano através das classes mais baixas das sociedades e é uma religião que cresce mais quando oprimida do que quando se instala no poder.
    Tivemos a prova disso mesmo durante o Império Soviético.

    O Islamismo expandiu-se exclusivamente através da ocupação territorial.
    Ou seja é uma religião que as classes dirigentes impõem às classes dirigidas.
    As suas divergências filosóficas internas até advêm, da legitimidade hereditária dos seus Califas, Xeques, Imãs, etc.

    Por isso acho muito bem, que uma Sociedade Ocidental que se orgulhe dos seus pergaminhos como a Suíça, que tem a Cruz na sua bandeira nacional, tome as atitudes que lhe der na gana para defender a sua cultura, como por exemplo proibir minaretes.
    Se isso é democracia e não liberalismo, que se dane…
    .

  59. filipeabrantes

    O comentário #65 poderia servir como exemplo de desonestidade intelectual em qualquer livro de introdução à filosofia.

    Já agora, não “chegava”? Decidiu voltar? A doença louca do anti-anti-semitismo.

  60. fabrantes: “Já agora, não “chegava”? Decidiu voltar?”

    O que quer que eu faça? Vc chora e pede mais!

    “Os nazis também eram muito avançados, e no entanto fizeram o que sabemos.”

    O que os israelitas estão a fazer aos palestinianos é o novo Holocausto, como se sabe.

    “O comentário #65 poderia servir como exemplo de desonestidade intelectual em qualquer livro de introdução à filosofia.”

    Explique lá essa. Não me diga que não há nenhuma equipa inglesa com um equipamento igual ao do Sporting!? Era capaz de jurar…

  61. filipeabrantes

    “Explique lá essa. Não me diga que não há nenhuma equipa inglesa com um equipamento igual ao do Sporting!? Era capaz de jurar…”

    Deve mesmo ser feitio. Insiste na desonestidade. Um post dizendo isso gerava 60 comentários e insultos de simpatizantes de minorias oprimidas ao autor do post? Ganhe juízo, já deve ter idade para tal.

  62. filipeabrantes

    “O que os israelitas estão a fazer aos palestinianos é o novo Holocausto, como se sabe.”

    O que nos separa é sobretudo que eu não quero nem conseguiria tomar um partido, contrariamente ao senhor. Por isso, o seu lugar, se quiser ser consequente e ÚTIL, é na frente de batalha ou no muro a vigiar os “terroristas”, e não num debate.

  63. filipeabrantes

    Oliveira,

    Se Portugal fizesse guerra com Israel eu denunciava-o por comportamentos anti-patrióticos e por suspeitas de deslealdade.

  64. hajapachorra

    O post é digno da ignorância de um saramago. No judaísmo e ainda mais, muito mais, no cristianismo há exegese, há tradição hermenêutica. A revelação encarna, faz-se na história, e por isso é pela sua natureza polissémica múltipla e vária, tanto no género literário como nas relações que tece com o intratexto, o intertexto e o contexto. A resposta mais imbecil que ouvi ao boçal saramago foi a de que ‘agora’ já ninguém lê assim o AT. Rapazes, isso não é de agora, vem dos judeus da diáspora, dos Septuaginta, de Fílon de Alexandria, e ganha asas com os Padres Gregos, com os exegetas da escola de Alexandria, Clemente e Orígenes, com os Padres capadócios, para nos Latinos se fixar nos quatro sentidos da Escritura. A Bíblia para os cristãos – para os católicos ainda mais, já que não se pode aceitar o ‘sola scriptura’ – é escritura que requer interpretação, pelo menos nos quatro sentidos de que falavam os medievais, histórico/literal (o tal em que ficam os saramagos e postadores deste jaez), alegórico, tropológico/moral e anagógico/místico (littera gesta docet, quid credas allegoria, moralis quid agas, quo tendas anagogia). Em vez de merdas, leiam a magnífica Exégèse médiévale de Henri de Lubac e tenham Santo Natal se puderem.

  65. hajapachorra

    Ah, e esquecia-me de acrescentar, isto é assim porque o cristianismo tem exegese e teologia, a racionalidade que desaguou na ciência moderna, e o islamismo não… O judaísmo há séculos que não conta.

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