Rankings e o fracasso do Estado Social

João Miranda

Os rankings escolares têm um efeito desorientador nos defensores do Estado Social. Como as escolas privadas ocupam o topo dos rankings, os defensores do Estado Social têm que arranjar uma forma de os desvalorizar. E a solução que encontraram foi o “contexto sócio-económico”. O “contexto sócio-económico” explica porque é que aparecem escolas privadas no topo dos rankings em vez de aparecerem públicas.

O mesmo é dizer que 40 anos de transferências dos ricos para os pobres, 50% do PIB em serviços e transferências, rendimento mínimo, salário mínimo, habitação social, saúde grátis e escola grátis não mudaram o “contexto sócio-económico”. A desculpa do “contexto sócio-económico” é também um reconhecimento de que a escola pública não tem qualquer efeito relevante nos alunos. O que é determinante para o sucesso escolar é o “contexto sócio-económico”.

LEITURAS COMPLEMENTARES: Rankings e a questão do “público vs. privado; Rankings e Vouchers (ou classificações e cheques-ensino); Falácias da Escola Burocrática; Rankings escolares e liberdade de escolha na educação

2 pensamentos sobre “Rankings e o fracasso do Estado Social

  1. Miguel
    Na época anterior à “so called” democracia um aluno de contexto socio-económico desfavorável tinha acesso ao melhor ensino na escola pública. O ensino era de qualidade, muitos professores de liceu era reconhecidos como referências científicas e pedagógicas.
    O ensino privado não era equiparável, a meu ver. Verifiquei isso mesmo quando transitei do colégio Rainha Santa para o liceu D. Maria em Coimbra. Digamos que a vantagem do privado se prendia essencialmente com uma melhor organização do estudo e nas actividades complementares.
    Actualmente a situação inverteu-se, a meu ver. O privado melhorou a nível científico e pedagógico e a escola pública está irreconhecível.
    De onde se pode concluir que a “so called” democracia não democratizou o ensino de qualidade, tornou-o muito menos acessível ao aluno de contexto socio-económico desfavorável.

  2. Francisco P

    Para que falar nas condições superbeneficadas dos alunos das escolas privadas?

    Ou será, coitadinhos, que o papá não tem tempo e a mamã anda com o jardineiro? É que, a bem dizer, lhes caberá a sua vez.

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