Há o cachimbo, o eterno cachimbo, as noites no Quai des Orfèvres e os cafés de Paris, com os balcões de pedra, com os pés das mesas também de pedra, mas os seus tampos em madeira, o vinho branco, as cervejas e as sanduíches comidas no meio de uma investigação, durante o dia ou a qualquer hora da noite; a madame Maigret que cozinha de forma sublime; os cais, os barcos, os barulhos da cidade, o cheiro da Primavera a chegar, o vento frio a anunciar o Outono; a cidade vazia em Agosto. Os ricos e os pobres; as vidas estranhas e as simples. E as mulheres, as mulheres que trabalham, as que aguentam os maridos e as que são fatais. Como o destino. Georges Simenon morreu há 20 anos, inventou Maigret, o gigante com quem qualquer leitor assíduo de policiais gostaria de beber uma imperial, nem que fosse só por dois minutos. São cerca de 75 histórias. Tantas que às tantas temos o prazer de já não saber se as lemos e não importa repeti-las. Maigret nunca acaba.
Quai des Orfèvres sem s no fim de Quai.
Vinho branco?! Na França (tal como em Portugal) bebe-se tradicionalmente vinho tinto, não branco. Vinho branco é na Alemanha, Suíça, etc.
“Maigret nunca acaba.” Muito bem.
Está feita a correcção. Obrigado, Luís.