Fico satisfeito por ver que o Carlos Santos é a favor da liberdade de escolha na Educação:
” (…) Os regimes ditatoriais sempre foram marcados pela sua tentação de condicionar o ensino. Nenhuma ditadura sobreviveu a uma educação livre. E, por isso, nenhuma a promoveu. Nenhuma ditadura valorizou socialmente o papel do professor como agente de proximidade capaz de moldar mentalidades e abrir perspectivas. E, por isso, todas interferiram nos conteúdos dos manuais, foram tentadas pelo revisionismo histórico, e limitaram os modelos de pensamento permitidos (…) “
(via SIMplex)
««Nenhuma ditadura valorizou socialmente o papel do professor como agente de proximidade capaz de moldar mentalidades e abrir perspectivas.»»
Valorização social do professor (funcionário público) check
Professor como agente de proximidade (delator e bufo) check
Moldar as mentalidades (propaganda na escola) check
Mas não há colégios centenários? Não se sentem, os seus alunos e respectivos pais, livres o suficiente para terem escolhido uma educação neste ou naquele, pagando-a? Não há instituições que já fazem lucro com o ensino?
Só se for a liberdade de por o menor a estudar em qualquer escola da cidade ou distrito, mas parece-me tão insípido para figurar constantemente nas vossas prioridades…
Deve ser por ser jovem, mas juro que não percebo esta da liberdade de escolha na educação/saúde/etc.
Publiquei este comentário no SIMplex, mas tenho medo que não mo aceitem, por isso fica aqui:
«”Nenhuma ditadura valorizou socialmente o papel do professor como agente de proximidade capaz de moldar mentalidades…”
Esta frase é algo errada. As ditaduras, na generalidade, valorizaram o papel do professor: aliás, o professor no Estado Novo era o paradigma do cidadão! Uma pessoa honesta, da aldeia/vila/bairro, que ou tinha querido ir para padre ou freira, ou então se casou com um juíz ou proprietário instruído ou com uma óptima dona de casa. Era isto, o Deus, Pátria, Família, que se vivia em Portugal e nas escolas portuguesas, com destaque para as escolas primárias.
Foi assim que o Sr. Professor, dos membros mais respeitados da sociedade, se apresentou na escola, e moldou os alunos. É aliás típico das ditaduras, moldar mentalidades.
E, para além das ditaduras, é típico do socialismo: bora todos ser iguais! Força! Por isso é que os professores são normalmente socialistas (e não percebo como não gostam do Sócrates): porque só o socialismo está no jogo democrático com o descaramento de apresentar uma doutrina que só funciona moldando as mentalidades a um igualitarismo absurdo e, ao mesmo tempo, a um proselitismo ignóbil. Acima de tudo, moldá-las para serem servis ao Estado, o Deus, Pátria, Família, todo poderoso, bem intencionado, aquele que sabe o que o povo precisa, e considera o povo tão incapaz (fabrica mesmo um povo incapaz, através dos seus professores) que precisa de constantemente mostrar o caminho; legisla sobre a vida privada; subsidia o parasitismo social; e etc.»
Respondendo ao DC, em poucas palavras:
O Estado gasta dinheiro com os alunos nas escolas públicas. Ponto. Nem toda a gente tem dinheiro para escolher pôr o filho no colégio X ou Y. Ponto. E que tal se o Estado gastasse esse mesmo dinheiro (nem mais um cêntimo, e porventura menos) em qualquer escola, e que essa escola fosse aquela que os pais escolhem para os filhos?
Uau, que sensabor!