Um argumento usado sistematicamente quando se refere a progressividade galopante do IRS é o de que existe uma grande desigualdade de rendimentos. Esta desigualdade de facto existe. Daí até o imposto atingir níveis punitivos vai uma enorme distância. No gráfico acima podemos ver o efeito de concentração do imposto. Temos a distribuição da população, do seu rendimento e do IRS que pagam, em função dos escalões existentes. É visível que a distribuição de rendimento é lopsided face à da população, sendo ligeiramente avançada para o lado dos mais ricos (eu diria antes menos pobres, se excluirmos aquele último escalão). Mas mais notável ainda é o efeito da passagem da distribuição do rendimento para a distribuição do imposto. Este efeito é punitivo. É esta punição que há quem pretenda agravar.
O propósito destes posts e destes gráficos e mostrar o quão pobres somos e deixar-nos realmente deprimidos? 😉
São excelentes posts que mais uma vez demonstram como a liberdade da blogosfera é superior aos “gate keepers” dos media e da sua manipulação.
só um comentário sobre 1 aspecto que não sei se terá sido já esclarecido: nos posts anteriores fala-se em população quando se deverá ler agregados, correcto?
Portanto, se eu percebo, o escalão de rendimentos mais elevado tem 3 ou 4% do rendimento e é responsável por cerca de 10% das receita do IRS? E daí?
Na prática, isso quer dizer que, em média, pagarão uma taxa 2 ou 3 vezes maior do que o agregado familiar médio, ao que volto a comentar: e daí? Essa é a essência do imposto progressivo – o valor de imposto pago crescer mais do que proporcionalmente ao rendimento.
Com tanto pobre a entrar de qualquer maneira e a ser nacionalizado é preciso impostos.Não refilam das nacionalizações caridosas e não querem depois pagar?
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O nosso prémio Nobel também fugia ao fisco e foi condenado a pagar 717.000 ao fisco espanhol.
Como se confirma mais uma vez, eles são muito generosos e solidários com o dinheiro dos outros.
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