A iniciativa Constituição 2.0, organizada pelo Instituto da Democracia Portuguesa (IDP), tem como objectivo a construção interactiva de uma Constituição aberta. Esta iniciativa procura usar as ferramentas colaborativas e interactivas ao dispor dos utilizadores da Internet para criar uma Constituição viva para uma sociedade dinâmica.
Através do blogue Constituição 2.0 e da Wiki, todos poderão contribuir para o debate, em várias modalidades de interacção aberta e colaborativa.
A iniciativa Constituição 2.0 é um convite à participação e cidadania – para a criação de novas ideias e exprimir a vitalidade da democracia portuguesa.
Este evento interactivo terá duas fases: este blogue (Constituição 2.0) e uma página Wiki (Constituição 2.0 Wiki, aberta a partir de 11 de Julho).
(Texto de apresentação retirado daqui.)
A iniciativa é excelente!
A escolha das ferramentas não podia ser melhor: os blogues são adequados para a fase divergente da discussão (geração de ideias) e os wikis para a fase convergente (produção do documento de síntese). Há só uma questão que não sei se acautelaram. O sucesso dos wikis deve-se essencialmente à política de NPOV (Neutral Point of View). Ora num assunto como a Constituição não existe NPOV. Assim, o wiki deveria permitir a construção não de uma mas de várias constituições (“liberal”, “socialista”, “conservadora” …) porque senão o que vai acontecer é uma “guerra editorial” entre “liberais”, “socialistas”, … que vence quem for mais persistente (o último a apagar/substituir o conteúdo). A outra solução é haver alguém responsável pela versão final mas que inevitavelmente favorecerá o seu ponto de vista (“liberal”, “socialista”, “conservador” …).
Assim, cada “contribuidor” deverá à partida limitar-se a editar a constituição que melhor espelha as suas convicções.
Alguém quer fazer apostas que isto vai sair mais socialista que a que saiu do 25 de Abril? E isto cheira-me só dos escassos comentários que vi por ali espalhados.
E já agora o que é uma democracia real? É em contraponto à democracia surreal em que vivemos?
“Alguém quer fazer apostas que isto vai sair mais socialista que a que saiu do 25 de Abril?”
Eu não aposto porque foi exactamente a sensação que tive.
Espero estar enganado, porque até acho uma iniciativa interessante.
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Foram precisamente os comentários iniciais que por lá vi que me decidiram a não colocar tempo e recursos nesta tarefa~, apesar do amável convite do IDP.
A iniciativa é meritória, mas está francamente condenada ao que o Nuno antevê.