TGV não, mas há indemnizações pesadas a pagar (quem sabe não vale mais a pena fazê-lo, digo eu), Alcochete sim, investimento público sim. Declarações de Manuela Ferreira Leite transcritas no Público.
TGV não, mas há indemnizações pesadas a pagar (quem sabe não vale mais a pena fazê-lo, digo eu), Alcochete sim, investimento público sim. Declarações de Manuela Ferreira Leite transcritas no Público.
que ela não presta já se sabe, que se ganhar não vai mudar uma virgula à política despesista do pinto de sousa, os contribuintes (foi com o sr. silva que fomos despromovidos de cidadãos a contribuintes) que paguem a crise e os impostos…
votem no centrão e depois queixem-se…
Não faz sentido, se o problema como ela diz é endividamente porque é boa divida o Aeroporto e má divida o TGV?
Mas também pedir consistência a esta gente se calhar é pedir demais.
Caro Nuno Branco,
Porque se for ler a entrevista, a construção do Aeroporto é faseada. Ou seja, ir-se-ia manter a Portela e construir Alcochete para “suplementar” a capacidade. Não seria construir tudo de uma vez!
Nuno Branco
Devia ter lido o artigo.
Ela não separa a divida em boa e má, separa-a por capacidade de a pagar.
O Aeroporto na Ota já seria mau, porque teria de gastar o dinheiro todo duma vez.
Em Alcochete a obra pode-se ir fazendo à medidas das disponibilidades.
O TGV também não pode ser feito aos troços como as auto-estradas.
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Isto só me leva a concluir que até é bom estarmos endividados até às orelhas.
Evita que se façam alguns disparates.
Porque pelos vistos, se houvesse dinheiro a Senhora também embarcava em tolices megalómanas.
E o TGV é uma tolice, haja ou não dinheiro para o fazer.
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Eu li o artigo e continuo a achar que não é consistente. Portanto a divida má é aquela que nos afundamos de cabeça e a divida boa é aquela que nos afundamos tipo areias movediças?
Muito melhor…
“Portanto a divida má é aquela que nos afundamos de cabeça e a divida boa é aquela que nos afundamos tipo areias movediças?”
Não!
A divida boa é aquela que você pode pagar e tem utilidade agora para os seus filhos, como por exemplo uma casa maior com um quarto para meninas e outro para os rapazes.
A dívida má é aquela que você deixa para os seus filhos pagarem e cuja utilidade é discutivel, como um plasma para ver os jogos da selecção.
Percebeu agora?
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Não não percebi. Por várias razões mas principalmente porque não foi isso que MFL disse.
A dívida é boa se eu conseguir ir buscar mais dinheiro com ela do que aquilo que gasto (um aeroporto que dê lucro suficiente para pagar os juros e ainda sobre é bom, dessa forma também o seria um TGV) enquanto que a dívida má é aquela que não gera retorno (como dívida para consumo ou para projectos claramente perdedores). Portanto eu perceberia que MFL dissesse que era a favor do aeroporto porque acredita que vai dar lucro e que era contra o TGV porque acha que não conseguiremos sustentar os custos de manutenção, vir dizer que um é bom porque é em módulos e o outro não … enfim. É a mesma coisa que dizer que não nos devemos endividar para comprar um carro mas se for só para as rodas e para o ano o chassis devemos ir já a correr à cofidis.
Claro que achar que o aeroporto dá lucro (e como tal que seria um endividamento produtivo) é outra ilusão, sustentada em estudos de tráfego irrealistas e baseados numa economia de “bolha” em que pouco mais fazem que extrapolar a bolha décadas para o futuro. É estar cego para o que a crise fez e vai fazer à classe média que se andou a passear pelo mundo às custas de crédito barato. É achar que a bolha pode ser inflada até à eternidade e que o segredo do crescimento eterno está descoberto e só temos que nos curvar perante Keynes e os Bancos Centrais para o acolhermos em todo o seu esplendor.
E depois acordamos e temos um mamute no meio do “deserto” da margem sul a servir metade do tráfego que a Portela servia no seu pico.
Já agora, não tenho dados recentes para a portela mas está aqui os dados para Hong Kong ( http://www.cad.gov.hk/english/p-through.htm ) que podem ser usados como um barómetro.
Mês Passageiros Variação anual
Jan 2009 3 884 571 +0.9%
Fev 2009 3 253 353 -14%
Mar 2009# 3 800 000 -7.7%
Abr 2009# 4 135 000 +4.9%
Mai 2009# 3 512 000 -12.4%
# São dados provisórios
“…mesma coisa que dizer que não nos devemos endividar para comprar um carro mas se for só para as rodas e para o ano o chassis devemos ir já a correr à cofidis.”
Não é mesma coisa.
O caso do TGV é o seu exemplo do carro.
Não pode comprar as carruagens agora e para o ano as locomotivas.
No caso do Aeroporto em Alcochete pode construí-lo como se fosse uma auto-estrada, à medida que precisa.
E essa medida, vai sendo dada conforme a evolução do tráfego.
Ninguém o diz claramente, mas é obvio que Alcochete vai ser do tipo Portela+1.
Também ninguém tem coragem para dizer isto, mas a solução deveria ser manter a Portela para sempre, alargando-a conforme as necessidades e demolindo o que tivesse ser demolido na sua envolvente.
Para além de acabar como muito aborto urbanístico existente, também impedia o aparecimento de outros na margem sul.
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Mas como eu disse acima, parece que é bom estarmos endividados, já que as decisões não são tomadas pela lógica, ao menos que sejam impostas pela realidade terrena.
Por isso espero que o próximo PM vive cá na terra, em vez de numa qualquer realidade virtual.
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“No caso do Aeroporto em Alcochete pode construí-lo como se fosse uma auto-estrada, à medida que precisa.”
Acho que a divergência está aqui. É que quando estiver concluido o primeiro “módulo” nem um metro cubico do cimento gasto na sua construção vai ser util, a portela já estará a funcionar a meio gas. Mas é a minha visão e respeito que MFL pense diferente, mas que não venha cá falar de dívida em módulos e assuma que é pelas perspectivas de lucro (ou tem medo que os portugueses não votem nela se usar um palavrão desses?).
Também penso que se o sector privado achasse realmente que Alcochete daria lucro então iriam para a frente com ou sem apoios do Estado e/ou da UE. Se não o fazem é porque terão as suas duvidas e eu prefiro acreditar neles que em MFL.
“Também penso que se o sector privado…/…prefiro acreditar neles que em MFL.”
Caro Nuno Branco
Eu se fosse a si continha a minha “fé” nesse “sector privado”.
Esse sector privado são empresas como a Somague que é espanhola ou a Mota-Engil que é não sei o quê, mas que tem o Jorge Coelho a patrociná-la.
Por isso esse “sector privado” só acha lucrativo projectos financiados pelo OGE.
Eles até construíam o aeroporto nas Berlengas, desde que fosse o Estado Português a pagar.
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Um desastre como era de esperar, só uma bocadinho menos do que Sócrates. Como o Nuno Branco diz é entre areias movediças ou de cabeça.
Eu, do que vi, só concluí uma coisa: a desculpa para avançar com o TGV depois das eleições já está semeada.
Mentat, obviamente quando falo do sector privado estou a falar de capitais próprios e não de tachos e compadrios que fazem de conta que são privados com o dinheiro dos contribuintes. Era exactamente isso que estava a criticar.
Caro JLP
Há uns anos atrás deixei escrito algures pela blogosfera que o Aeroporto nunca iria para a Ota (lembro-me de ter sido devidamente achincalhado pela minha prosápia).
Agora digo-lhe outra coisa semelhante:
O TGV nunca circulará em Portugal e se for, será entre Sines e Badajoz, com contentores.
De certeza que nunca ligará Lisboa ao Porto.
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Caro Mentat,
Espero bem que não! O que eu gostava era que acabassem a porra das obras na linha do Norte e por o Pendular a funcionar em condições!
Pôr o pendular a trabalhar como deve ser ..era uma óptima ideia. Depois de todo o investimento feito , (dados os resultados, despesa!)e todas as chatices que os utilizadores da linha tiveram que suportar é uma vergonha o estado em que ficou..