síntese

TGV não, mas há indemnizações pesadas a pagar (quem sabe não vale mais a pena fazê-lo, digo eu), Alcochete sim, investimento público sim. Declarações de Manuela Ferreira Leite transcritas no Público.

19 pensamentos sobre “síntese

  1. que ela não presta já se sabe, que se ganhar não vai mudar uma virgula à política despesista do pinto de sousa, os contribuintes (foi com o sr. silva que fomos despromovidos de cidadãos a contribuintes) que paguem a crise e os impostos…

    votem no centrão e depois queixem-se…

  2. Não faz sentido, se o problema como ela diz é endividamente porque é boa divida o Aeroporto e má divida o TGV?

    Mas também pedir consistência a esta gente se calhar é pedir demais.

  3. Carlos Duarte

    Caro Nuno Branco,

    Porque se for ler a entrevista, a construção do Aeroporto é faseada. Ou seja, ir-se-ia manter a Portela e construir Alcochete para “suplementar” a capacidade. Não seria construir tudo de uma vez!

  4. Nuno Branco

    Devia ter lido o artigo.
    Ela não separa a divida em boa e má, separa-a por capacidade de a pagar.
    O Aeroporto na Ota já seria mau, porque teria de gastar o dinheiro todo duma vez.
    Em Alcochete a obra pode-se ir fazendo à medidas das disponibilidades.
    O TGV também não pode ser feito aos troços como as auto-estradas.
    .

  5. Isto só me leva a concluir que até é bom estarmos endividados até às orelhas.
    Evita que se façam alguns disparates.
    Porque pelos vistos, se houvesse dinheiro a Senhora também embarcava em tolices megalómanas.
    E o TGV é uma tolice, haja ou não dinheiro para o fazer.
    .

  6. Eu li o artigo e continuo a achar que não é consistente. Portanto a divida má é aquela que nos afundamos de cabeça e a divida boa é aquela que nos afundamos tipo areias movediças?

    Muito melhor…

  7. “Portanto a divida má é aquela que nos afundamos de cabeça e a divida boa é aquela que nos afundamos tipo areias movediças?”

    Não!
    A divida boa é aquela que você pode pagar e tem utilidade agora para os seus filhos, como por exemplo uma casa maior com um quarto para meninas e outro para os rapazes.
    A dívida má é aquela que você deixa para os seus filhos pagarem e cuja utilidade é discutivel, como um plasma para ver os jogos da selecção.
    Percebeu agora?
    .

  8. Não não percebi. Por várias razões mas principalmente porque não foi isso que MFL disse.

    A dívida é boa se eu conseguir ir buscar mais dinheiro com ela do que aquilo que gasto (um aeroporto que dê lucro suficiente para pagar os juros e ainda sobre é bom, dessa forma também o seria um TGV) enquanto que a dívida má é aquela que não gera retorno (como dívida para consumo ou para projectos claramente perdedores). Portanto eu perceberia que MFL dissesse que era a favor do aeroporto porque acredita que vai dar lucro e que era contra o TGV porque acha que não conseguiremos sustentar os custos de manutenção, vir dizer que um é bom porque é em módulos e o outro não … enfim. É a mesma coisa que dizer que não nos devemos endividar para comprar um carro mas se for só para as rodas e para o ano o chassis devemos ir já a correr à cofidis.

    Claro que achar que o aeroporto dá lucro (e como tal que seria um endividamento produtivo) é outra ilusão, sustentada em estudos de tráfego irrealistas e baseados numa economia de “bolha” em que pouco mais fazem que extrapolar a bolha décadas para o futuro. É estar cego para o que a crise fez e vai fazer à classe média que se andou a passear pelo mundo às custas de crédito barato. É achar que a bolha pode ser inflada até à eternidade e que o segredo do crescimento eterno está descoberto e só temos que nos curvar perante Keynes e os Bancos Centrais para o acolhermos em todo o seu esplendor.

    E depois acordamos e temos um mamute no meio do “deserto” da margem sul a servir metade do tráfego que a Portela servia no seu pico.

  9. Já agora, não tenho dados recentes para a portela mas está aqui os dados para Hong Kong ( http://www.cad.gov.hk/english/p-through.htm ) que podem ser usados como um barómetro.

    Mês Passageiros Variação anual
    Jan 2009 3 884 571 +0.9%
    Fev 2009 3 253 353 -14%
    Mar 2009# 3 800 000 -7.7%
    Abr 2009# 4 135 000 +4.9%
    Mai 2009# 3 512 000 -12.4%

    # São dados provisórios

  10. “…mesma coisa que dizer que não nos devemos endividar para comprar um carro mas se for só para as rodas e para o ano o chassis devemos ir já a correr à cofidis.”

    Não é mesma coisa.
    O caso do TGV é o seu exemplo do carro.
    Não pode comprar as carruagens agora e para o ano as locomotivas.
    No caso do Aeroporto em Alcochete pode construí-lo como se fosse uma auto-estrada, à medida que precisa.
    E essa medida, vai sendo dada conforme a evolução do tráfego.
    Ninguém o diz claramente, mas é obvio que Alcochete vai ser do tipo Portela+1.
    Também ninguém tem coragem para dizer isto, mas a solução deveria ser manter a Portela para sempre, alargando-a conforme as necessidades e demolindo o que tivesse ser demolido na sua envolvente.
    Para além de acabar como muito aborto urbanístico existente, também impedia o aparecimento de outros na margem sul.
    .

  11. Mas como eu disse acima, parece que é bom estarmos endividados, já que as decisões não são tomadas pela lógica, ao menos que sejam impostas pela realidade terrena.
    Por isso espero que o próximo PM vive cá na terra, em vez de numa qualquer realidade virtual.
    .

  12. “No caso do Aeroporto em Alcochete pode construí-lo como se fosse uma auto-estrada, à medida que precisa.”

    Acho que a divergência está aqui. É que quando estiver concluido o primeiro “módulo” nem um metro cubico do cimento gasto na sua construção vai ser util, a portela já estará a funcionar a meio gas. Mas é a minha visão e respeito que MFL pense diferente, mas que não venha cá falar de dívida em módulos e assuma que é pelas perspectivas de lucro (ou tem medo que os portugueses não votem nela se usar um palavrão desses?).

    Também penso que se o sector privado achasse realmente que Alcochete daria lucro então iriam para a frente com ou sem apoios do Estado e/ou da UE. Se não o fazem é porque terão as suas duvidas e eu prefiro acreditar neles que em MFL.

  13. “Também penso que se o sector privado…/…prefiro acreditar neles que em MFL.”

    Caro Nuno Branco

    Eu se fosse a si continha a minha “fé” nesse “sector privado”.
    Esse sector privado são empresas como a Somague que é espanhola ou a Mota-Engil que é não sei o quê, mas que tem o Jorge Coelho a patrociná-la.
    Por isso esse “sector privado” só acha lucrativo projectos financiados pelo OGE.
    Eles até construíam o aeroporto nas Berlengas, desde que fosse o Estado Português a pagar.
    .

  14. lucklucky

    Um desastre como era de esperar, só uma bocadinho menos do que Sócrates. Como o Nuno Branco diz é entre areias movediças ou de cabeça.

  15. Mentat, obviamente quando falo do sector privado estou a falar de capitais próprios e não de tachos e compadrios que fazem de conta que são privados com o dinheiro dos contribuintes. Era exactamente isso que estava a criticar.

  16. Caro JLP

    Há uns anos atrás deixei escrito algures pela blogosfera que o Aeroporto nunca iria para a Ota (lembro-me de ter sido devidamente achincalhado pela minha prosápia).
    Agora digo-lhe outra coisa semelhante:
    O TGV nunca circulará em Portugal e se for, será entre Sines e Badajoz, com contentores.
    De certeza que nunca ligará Lisboa ao Porto.
    .

  17. Carlos Duarte

    Caro Mentat,

    Espero bem que não! O que eu gostava era que acabassem a porra das obras na linha do Norte e por o Pendular a funcionar em condições!

  18. IO

    Pôr o pendular a trabalhar como deve ser ..era uma óptima ideia. Depois de todo o investimento feito , (dados os resultados, despesa!)e todas as chatices que os utilizadores da linha tiveram que suportar é uma vergonha o estado em que ficou..

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